O Legado de Júpiter: Tudo sobre a HQ que inspirou a série da Netflix
O Legado de Júpiter: Tudo sobre a HQ que inspirou a série da Netflix
The Boys da Netflix? Tudo que você precisa saber sobre Legado de Júpiter nas HQs!
Mark Millar está com tudo, já que seu “Millarworld” finalmente está chegando à Netflix neste ano com O Legado de Júpiter, série que adapta um dos trabalhos mais queridos e reconhecidos do autor. Na trama, seguimos duas gerações de super-heróis que precisam lidar com problemas cotidianos, enquanto a sombra da geração anterior paira sobre os mais novos.
A HQ foi muito prestigiada na época de seu lançamento e gerou até mesmo um spin-off nos quadrinhos. Com sua proposta de desconstruir os super-heróis, é uma trama que se encaixa bem no período que vivemos, especialmente com produções como Watchmen e The Boys. Aqui, listamos tudo o que você precisa saber sobre O Legado de Júpiter!
O Legado de Júpiter
O Legado de Júpiter é uma HQ norte-americana de ficção científica e ação, publicada pela Image Comics entre 2013 e 2015, totalizando cinco edições. Em 2017, a saga foi revivida pela editora com um segundo volume, com mais cinco edições. Após isso, ainda tivemos um spin-off/prequel, chamado O Círculo de Júpiter.
A saga faz parte do Millarworld e foi bem elogiada pela crítica ao longo dos anos, embora alguns digam que sua visão sobre super-heróis seja muito clichê. Os direitos de adaptação foram comprados pelo produtor Lorenzo di Bonaventura, que originalmente pretendia fazer um longa metragem e hoje supervisiona a adaptação seriada que sairá pela Netflix.
Criadores
O Legado de Júpiter possui dois "pais" bem influentes no meio das HQs. A história foi escrita por Mark Millar, conhecido como criador de diversos quadrinhos originais fantásticos, como Kick-Ass e Kingsman, duas sagas que já viraram franquias cinematográficas. Além disso, ele já escreveu eventos marcantes da Marvel e da DC, como Guerra Civil e Entre a Foice e o Martelo.
A arte do quadrinho foi feita por Frank Quitely, conhecido pelo seu estilo único. O artista é bem conhecido por ter trabalhado na fase dos Novos X-Men para a Marvel e por ter desenhado a clássica Grandes Astros Superman para a DC. Millar e Quitely já haviam trabalhado juntos em The Authority, HQ publicada pela DC sob o selo Wildstorm.
Inspirações na cultura pop
Para criar o universo de O Legado de Júpiter, Mark Millar se inspirou em várias produções e franquias da cultura pop. Para ele, o foco da trama era fazer homenagens e referências à Era de Ouro dos quadrinhos, a fase em que os super-heróis começaram a surgir, muito por conta da presença do Superman.
Não apenas isso, Millar afirma que outra grande inspiração de sua obra é todo o universo de Star Wars, sobretudo os filmes clássicos. Além disso, o título de O Legado de Júpiter diz respeito ao Deus Romano dos raios e trovões. Apesar de não termos deuses nessas histórias, Millar afirma ter se inspirado muito em mitos romanos de deuses e heróis.
Influências políticas
Além de ter muitas ligações com outras obras da cultura pop, O Legado de Júpiter foi criado em meio a uma grande reviravolta na política e na economia mundial. Mark Millar afirma que a Grande Recessão, que aconteceu entre 2007 e 2009, foi um dos motivos que o levou a escrever algumas das subtramas da HQ.
Basicamente, o quadrinho traz várias discussões e questionamentos sobre geopolítica e a forma como os Estados Unidos mudaram nos últimos anos. Além disso, temos um forte contraste entre a geração mais velha de heróis, que acredita no ideal do capitalismo, e seus filhos, que percebem alguns problemas nesse sistema político e econômico.
A trama
Em 1932, Sheldon Sampson acaba viajando para uma ilha no Cabo Verde, após ter visões da mesma. Crente de que o lugar lhe trará uma boa notícia depois de ter perdido quase tudo na Grande Depressão de 1929, ele acaba levando seu irmão, sua noiva e mais amigos da faculdade. Lá, eles ganham poderes e se tornam a União, com Sheldon assumindo o título do Maior Herói da Terra, o Utópico.
A história então corta para 2013, enquanto seguimos as consequências da Grande Recessão. Agora, Sheldon começa a ter atritos com seu irmão e, ao mesmo tempo, precisa lidar com seus filhos, que nasceram com poderes especiais mas não desejam seguir a vida de super-heróis. Assim, cresce a história de O Legado de Júpiter, que faz críticas ao American Way of Life bem no governo de Barack Obama.
A União
Na HQ, somos apresentados a dois grupos distintos. Primeiro, temos a União, a "primeira geração" dos heróis. Eles surgiram na década de 30 e continuam atuando, liderados pelo Utópico, um ser superpoderoso e que funciona como um análogo do Superman. Ele possui uma esposa, Lady Liberdade e um irmão, Onda Mental, que também são superpoderosos.
Os outros três membros da equipe são Raio Azul, um rapaz capaz de voar e disparar raios de energia que precisa confrontar sua própria sexualidade, o divertido Flare, conhecido por sua supervelocidade, e o poderoso e incompreendido Skyfox, que acaba sendo lembrado como um grande vilão da equipe.
Nova Geração
A nova geração de heróis, por outro lado, é composta justamente pelos filhos desses heróis, todos vivendo vidas bem diferentes do que seus pais levavam. Utópico e Lady Liberdade dão luz a Chloe Sampson, uma socialite que gasta seu tempo em festas regadas a drogas, e seu irmão Brandon, um telecinético que usa seus poderes para propósitos nada altruístas.
Além deles, temos também Hutch Hutchence, o filho de Skyfox que acaba se relacionando e tendo um filho com Chloe. Diferente de seu pai, Hutch é um rapaz agradável que inclusive começa a questionar a aproximação de Chloe, pois acha que ela só está interessada nele para contrariar seus próprios pais.
O Círculo de Júpiter
Além da revista principal, O Legado de Júpiter recebeu um spin-off com O Círculo de Júpiter. Essa saga, assim como a original, contém dez edições divididos em dois volumes. A proposta aqui é contar mais da história da União, a equipe de super-heróis da primeira geração liderada pelo Utópico.
Essa prequel se passa nas décadas de 50 e 60, explorando um pouco mais da vida de cada um dos seis heróis e suas primeiras aventuras. O spin-off trouxe de volta Mark Millar por trás dos roteiros, mas a arte dessa vez ficou por conta de Wilfredo Torres e Davide Gianfelice, embora Frank Quitely tenha retornado para ilustrar algumas capas.
Série da Netflix
Após muito falatório e rumores, uma série de O Legado de Júpiter está chegando à Netflix. Com data de estreia prevista para 7 de maio, a série faz parte de toda uma iniciativa do serviço de streaming, que comprou os direitos de adaptação do Millarworld e promete investir em outras obras de Mark Millar para as telas.
A trama da série será bem parecida com a dos quadrinhos e pelas primeiras fotos divulgadas, já sabemos que o visual será bem fiel. Pelo visto, a obra faz parte de um novo movimento dentro das produções de super-heróis, que tenta desconstruir essas figuras - basta olhar para as adaptações de The Umbrella Academy, The Boys e até mesmo a série de Watchmen.
Outros detalhes
A série foi criada e produzida por Steven S. DeKnight, que inclusive dirigiu o episódio piloto. DeKnight é conhecido por outros trabalhos na TV, tendo criado Spartacus e produzido a primeira temporada de Demolidor. Ele também foi diretor de Círculo de Fogo: A Revolta, além de ter escrito episódios de Buffy, a Caça-Vampiros e Angel.
Aparentemente, a série terá oito episódios. Josh Duhamel foi escalado para viver o Utópico. Além dele, teremos Leslie Bibb (Lady Liberdade), Ben Daniels (Onda Mental), Elena Kampouris (Chloe) e Andrew Horton (Brandon) também estão no elenco. DeKnight deixou o projeto em 2019 por diferenças criativas, mas Sang Kyu Kim tomou seu lugar.