[CRÍTICA] Kong: A Ilha da Caveira – Um filme digno do Rei!

Capa da Publicação

[CRÍTICA] Kong: A Ilha da Caveira – Um filme digno do Rei!

Por Mike Sant'Anna
Imagem de capa do item

Ficha Técnica

Título: Kong: A Ilha da Caveira Ano: 2017 Estreia: 09 de Março de 2017 Direção: Jordan Vogt-Roberts Classificação: 14 Anos Duração: 118 minutos

Sinopse: ‘Kong: A Ilha da Caveira‘ recria a origem do mítico Kong numa aventura original emocionante dirigida por Jordan Vogt-Roberts. No filme, um eclético time de exploradores se aventura nas profundezas de uma desconhecida ilha do Pacífico, a Ilha da Caveira – tão bela quanto traiçoeira – sem saber que estão invadindo os domínios dos reis dos símios, o mítico Kong.

Imagem de capa do item

Melhor que Godzilla

Kong: A Ilha da Caveira é a segunda iniciativa para consolidar este Universo Cinematográfico de Monstros. Iniciativa que se iniciou com Godzilla em 2014, mas que não havia de fato conseguido um peso muito grande, graças aos resultados do filme.

Mas Kong traz soluções tão simples para a criação de um blockbuster de qualidade que você fica ainda mais frustrado em como Godzilla conseguiu falhar em fazer algo do mesmo nível.

Imagem de capa do item

É um filme lindo

Kong traz um filme que logo em um primeiro momento você já entende que ele será um filme visualmente diferente. O filme se permite distanciar-se da obrigação de retratar a realidade com verossimilhança e se entrega ao visual mais voltado ao fantasioso.

Com cores bastante vivas e tomadas não muito convencionais, o filme consegue criar uma identidade visual muito interessante e agradável de ver, principalmente quando somos apresentados à tão falada Ilha da Caveira.

Imagem de capa do item

Efeitos especiais

Outra coisa que contribui para o visual belo do filme são os efeitos especiais do filme. Obviamente ainda temos um nível de estranheza com os monstros pois, ao contrário de filmes como Círculo de Fogo e Godzilla, que em sua maioria optam por cenas noturnas que acabam por disfarçar os detalhes do CGI, Kong se passa essencialmente em cenas diurnas, o que acende e enfatiza cada detalhe que foi feito nos efeitos de computação gráfica, então fica um pouco mais difícil você “acreditar” no gorila gigante ou nos demais monstros do filme. Mas mesmo assim, os efeitos especiais são de uma qualidade espetacular.

Imagem de capa do item

Trilha sonora

Juntamente com a beleza visual do filme, Kong também conta com uma trilha sonora memorável que é inserida no filme de uma forma natural, com elementos do próprio filme, como alguém colocando um disco em uma vitrola e assim que começa à tocar Paranoid do Black Sabath no filme.

Todas as músicas inseridas na trilha sonora ajudam a construir o clima dos anos 70 que o filme tanto quer passar - afinal, o filme se passa após a Guerra do Vietnã - e te transporta para dentro do clima que a trama te insere.

Imagem de capa do item

Divisão na história

O filme conta com três núcleos bem distintos em certo momento da história, e estes três núcleos foram bem divididos durante o filme para apresentar um pouco mais os personagens que no começo do filme não tinham seus papéis muito bem definidos no início da trama.

Na medida que esses núcleos vão se aproximando, a trama vai se engrossando e tomando uma forma onde você consegue definir muito bem quais são os valores e as intenções de cada personagem.

Imagem de capa do item

Personagens

Isso nos leva para outro ponto extremamente positivo do filme: Os personagens.

O filme é muito bem sucedido em construir personagens que você se importa com eles, personagens que você se identifica e teme por eles à todo momento.

Mesmo os personagens antagonistas conseguem transparecer perfeitamente bem suas motivações e tornar suas ações mais embasadas e concretas. Até mesmo os soldados “anônimos” que geralmente servem apenas de bucha de canhão nos filmes conseguem arrancar a empatia do público.

Imagem de capa do item

Jurassic Park

Quando eu digo que você teme pelos personagens, é porque você realmente teme pela vida deles. Mesmo sendo simplesmente “um filme de King Kong” - Como se algum dia King Kong tivesse sido algo simples na história do cinema - ele traz um clima muito parecido com os filmes de Jurassic Park, onde os humanos estão em um ambiente natural hostil onde qualquer coisa que se mova quer te devorar.

Isso é um dos fatores mais responsáveis por te fazer ficar aflito durante o filme inteiro, dando a sensação de que Kong é um filme completamente empolgante.

Imagem de capa do item

Trama

A trama do filme é excelente. Mesmo sendo óbvia ela consegue te levar pelos momentos que ela precisa te levar sem te perder em nenhum ponto. O roteiro foi muito bem escrito e muito bem amarrado sendo muito bem sucedido em um ponto crucial: Te contar uma história fantástica.

Imagem de capa do item

O responsável por tudo isso

Ao te contar tudo isso, nós precisamos te contar o responsável por conseguir fazer de Kong o que Kong merecia ser. O diretor do filme, Jordan Vogt-Roberts que, com toda certeza, à partir de agora será um nome que começará a ser mais cotado - principalmente por mim - para filmes blockbusters, inclusive nossos amados filmes de quadrinhos.

Digo isso pois Jordan demonstrou em diversas entrevistas que ele tem um “coração de fã” como eu e você, na hora de fazer os filmes. Em uma entrevista durante sua visita no Brasil, Jordan havia dito que ele havia inserido em Kong: A Ilha da Caveira suas referências e influências pessoais como Shadow of Colossus e Dragon Ball Z, e você consegue perceber muito bem essas referências durante o filme, inclusive ela são responsáveis por boa parte do que foi elogiado anteriormente aqui. Você consegue perceber na direção de arte do filme paletas de cores e enquadramentos muito característicos e típicos de animes.

Jordan Vogt-Roberts traz uma contribuição para o cinema muito parecida com a que James Gunn trouxe ao nos apresentar à Guardiões da Galáxia.

Imagem de capa do item

Macacão da P*rra

Obviamente eu não me esqueci da estrela do filme, não seria uma crítica completa de um filme de Kong: A Ilha da Caveira se eu deixasse de lado o poderoso Kong.

Jordan foi muito preciso ao transformar Kong em simplesmente um deus para os habitantes daquela ilha. Não temos neste filme o famoso complexo da Bela e a Fera, onde geralmente Kong se apaixona pela protagonista feminina do filme. Neste caso, o que Kong sente pelo personagem de Brie Larson é apenas um respeito pela bondade natural que a personagem tem, nada mais.

Kong é realmente um protetor e um personagem que transmite bastante emoção mesmo sem ser capaz de dizer sequer uma palavra.

Imagem de capa do item

Nota final

Em resumo, Kong é um filme de monstro gigante como um filme de monstro gigante deve ser em sua essência mais natural - inclusive preparem-se para ver a melhor cena de luta entre monstros gigantes já feitas - não é um filme que seria indicado ao Oscar, não é um filme que quebra paradigmas nem revoluciona a indústria do cinema, mas ele é excelente em tudo que um filme deste gênero se propõe a ser, fazendo com que tenhamos curiosidade e fé neste novo Universo Cinematográfico que está sendo criado, nos deixando ansiosos por Kong vs Godzilla.

Kong: A Ilha da Caveira é um filme com uma qualidade do tamanho de seu protagonista, por isso, merece uma nota de 4 Macacos Gigantes!

Nota: 4/5