Começando esta lista com o pior entre os piores, Jogos Mortais: O Final é a verdadeira definição de exaustão criativa de uma franquia. Criado como o último capítulo da saga (uma noção que logo se tornaria datada, como nós já bem sabemos), esse filme só vale a pena por sua cena de abertura, que conta com uma das armadilhas mais sádicas da franquia e envolve várias vítimas de uma só vez.

É o filme mais caro da franquia (junto de Espiral), custando US$ 20 milhões -- e ainda assim, é visual e esteticamente pobre, além de ter pouca trama acrescentando algo à saga. Curiosamente, é um filme que tenta "fechar" alguns temas, encerrando a história de Mark Hoffman e até mesmo trazendo um personagem importante do primeiro filme de volta...

Não fosse por O Final, Jogos Mortais 5 definitivamente seria eleito o pior filme da franquia, sobretudo entre os fãs. É difícil manter uma franquia ativa e interessante, especialmente com tantos filmes, e é o quinto que nos mostra como aquilo já devia ter acabado. O filme marca a "transição" oficial de psicopatas, com o Detetive Hoffman se tornando o novo vilão central.

O problema é que o personagem está bem longe de ser carismático como o Jigsaw. Na verdade, com o passar dos anos, o personagem se provou um verdadeiro trapalhão -- e até mesmo os defensores mais ferrenhos da saga já concordam com isso. Por mais que tenhamos uma morte inspirada no conto O Poço e o Pêndulo de Edgar Allan Poe, um clássico da literatura, este é o filme com as armadilhas menos interessantes da saga.

O quarto filme de Jogos Mortais pode não ser o mais brilhante da saga, mas merece alguns pontos por sua proposta inovadora: a trama se passa ao mesmo tempo que Jogos Mortais 3, trazendo algumas ligações profundas com toda a mitologia mais ampla de John Kramer. No entanto, por mais que isso seja bem interessante, o filme é confuso e fragmentado demais.

O longa conta com direção de Darren Lynn Bousman (o mesmo cineasta que está por trás de Espiral, o novo filme da franquia) -- e por mais que ele tenha momentos inspirados da direção, dá para sentir o cansaço não apenas do diretor, como também desse universo. Destaque para a armadilha situada no mausoléu e a dos espetos de metal, mas não há nada além disso...

O terceiro filme da franquia tem lá sua dose fiel de seguidores e fãs -- e não é um dos piores, definitivamente. No longa, acompanhamos uma enfermeira que precisa manter John Kramer vivo enquanto fica sob a mira de Amanda, no que pode ser considerada a parte menos interessante do filme. O que importa aqui são as armadilhas e mortes, que estão bem criativas.

Esse é o segundo filme de Darren Lynn Bousman à frente da direção e o cineasta eleva o estilo frenético e insano da saga. No campo do horror, temos armadilhas brutais -- como um homem sendo afogado em tripas de porcos, a "gaiola" que quebra costelas e uma mulher sendo congelada. É só uma pena que essas cenas, sobrepostas com a trama central, perdem o impacto.

Lançado em 2017, sete anos desde O Final, Jogos Mortais: Jigsaw foi a primeira tentativa de repaginar a franquia, antes mesmo do recente Espiral. O filme tenta trazer algo de novo para a saga, apresentando armadilhas com alta tecnologia e lasers. É um filme mais bonito e com algumas inovações em sua parte técnica, atualizando a saga para uma nova década.

Infelizmente, é um filme que ainda sofre com alguns problemas e até mesmo algumas incongruências por tentar se encaixar na bagunçada cronologia da saga. Ainda assim, é um longa com várias qualidades -- especialmente por se propor a mostrar a "primeira" armadilha criada por John Kramer, além de introduzir um novo assassino inspirado pelo Jigsaw.

Lançado em 2009, Jogos Mortais 6 é uma baita surpresa, especialmente após filmes tão decepcionantes quanto o quarto e o quinto. Ele obviamente não é um filme perfeito, mas é muito interessante por trazer um certo senso de diversão e até mesmo teatralidade para a franquia. Além disso, seu final é bem impactante.

Aqui, temos uma busca implacável por Mark Hoffman, que está na mira do FBI, ao mesmo tempo em que dois agentes de seguros sofrem uma emboscada em uma armadilha letal e assustadora. O filme conta com o retorno de Jill Tuck (a ex-esposa de John Kramer), e acaba com uma cena muito impactante envolvendo Hoffman e uma certa armadilha icônica...

É muito difícil ver continuações que mantém ou elevam o nível do original - e vocês podem muito bem ver isso nesta lista. Contudo, Jogos Mortais 2 é um sucessor digno do primeiro filme, ainda que não seja tão inovador quanto seu antecessor. Na sequência, os planos de Jigsaw são maiores, e ele faz um jogo sinistro colocando várias vítimas em uma casa cheia de armadilhas.

O que torna esse filme tão bom é justamente o senso de urgência que cresce entre os personagens a cada segundo. É um grande suspense, coroado pelas armadilhas mais icônicas da franquia, como o poço cheio de agulhas ou até a caixa de vidro com lâminas nas entradas. Aqui, Darren Lynn Bousman nos entrega algo muito brutal e sanguinolento.

Contudo, realmente não há como negar. O melhor filme da franquia (e talvez o único indiscutivelmente bom) é o primeiro. Dirigido por James Wan e trazendo um roteiro original de Leigh Whannell -- que também atua junto de Cary Elwes --, o primeiro longa de Jogos Mortais é um primoroso filme de suspense com doses de horror corporal absurdas.

Dois homens que supostamente não se conhecem acordam em um banheiro sem muitas informações do que os fez parar ali. Assim, começa um jogo de gato e rato enquanto a vida dessas duas pessoas será marcada para sempre. É um filme fascinante, com uma ótima reviravolta e uma bela direção, que nos surpreende até hoje por deixar toda a violência sanguinolenta em um lado mais sugestivo.