Joel Miller é o protagonista de The Last of Us Part I e da primeira temporada da série homônima. Nascido no Texas, precisou cuidar de seu irmão Tommy quando eram pequenos, o que deixou marcas nos dois. E acabou tendo uma filha muito cedo, de um relacionamento falido que logo terminou. Assim, aos 20 anos, Joel abandonou seu sonho de ir para a faculdade para se dedicar a ser um bom pai, cuidando sozinho da pequena Sarah.

Quando a série começa, no mesmo momento que o jogo, Joel ganha a vida como dá, trabalhando junto a seu irmão mais novo em uma construtora. No dia do seu aniversário de 32 anos, ele perde tragicamente a sua filha durante o início do apocalipse. Após a pandemia de Cordyceps devastar o mundo, aos 52 anos, Joel sobrevive como um contrabandista do mercado negro em Boston, aceitando empregos degradantes para não chamar atenção.

Depois de perder sua filha, Joel passou por um momento muito sombrio, chegando ao ponto de considerar suicídio. Sua alma entrou em uma espiral autodestrutiva, abandonando todo resquício de humanidade para conseguir sobreviver. Por um tempo, viveu como um caçador, uma pessoa que mata brutalmente inocentes que cruzam seu caminho para roubar seus suprimentos.

Sua filosofia era sobreviver a todo custo, o que incomodava seu irmão. Quando chegaram em Boston, ambos seguiram caminhos diferentes — Tommy entrou para os Vagalumes e Joel se tornou um contrabandista. Nesse ramo, depois de trabalhar por muito tempo sozinho, ele conheceu Tess, que virou sua parceira de crime, e outros comparsas como o traiçoeiro Robert e o esquentadinho Bill.

Em seu tempo como caçador, Joel aperfeiçoou suas técnicas de tortura, emboscada e de combate. O homem pode superar quase qualquer adversário com os próprios punhos e consegue ser ainda mais letal com qualquer arma na mão. Tanto tempo sobrevivendo com o que conseguisse encontrar também afiaram a sua engenhosidade, permitindo que construa rapidamente bombas e curativos a partir de sucata.

Joel é um mestre da furtividade, habilidade que praticou ao extremo em seus longos anos de experiência como contrabandista. Sua audição é particularmente poderosa, conseguindo estimar a localização de seus inimigos ao ouvir atentamente cada mínimo barulho.

Por incrível que pareça, Joel tem uma série de hobbies, mas acabou abandonando a maioria quando o mundo virou ao avesso. Para começar, Joel adorava música e chega a tocar uma versão de Future Days, da banda Pearl Jam, no violão para Ellie. Quando a dupla finca raízes na pacata vila de Jackson, o ex-contrabandista acaba ensinando a garota a tocar também.

Em Jackson, Joel também voltou a tomar bastante café. Ele era viciado antes do apocalipse e gostava de visitar diferentes cafeterias. Também na vila de seu irmão, Joel voltou a praticar carpintaria, construindo violões e ajudando a erguer casas de madeira. Ele era carpinteiro no tempo livre, antes de todo o caos, e sonhava em transformar isso em um negócio próprio.

Um relógio quebrado é o pertence mais precioso de Joel, que o carrega ao longo de toda a história do primeiro jogo. Ele é um trágico lembrete do momento exato em que perdeu sua filha para os tiros dos militares. Ao tentar escapar do ataque com Sarah em seus braços, Joel rolou um barranco, quebrando o relógio na queda. Os ponteiros marcam para sempre o exato momento em que sua filha morreu.

Este detalhe não está presente na versão original, de PlayStation 3, mas foi incluído no remake de PlayStation 5 e na série da HBO. Nesse contexto, o relógio é uma representação da culpa de Joel por ter sobrevivido tanto tempo, quando o tempo de sua filha foi tão curto. E o apego a essa lembrança dolorosa reforça como Joel não superou o passado, o que justifica sua decisão final. Ellie fica com o relógio em The Last of Us Part II, carregando o fardo de ter sobrevivido a um evento igualmente traumático.

Joel e Ellie têm um relacionamento complicado. Ambos foram muito machucados pela vida e carregam traumas que acabam abrindo feridas uns nos outros. No início, o contrabandista vê a garota como nada além de um estorvo, um trabalho incômodo que está entre ele e seus suprimentos. Mas conforme eles passam mais tempo juntos, Joel começa a perceber como Ellie é semelhante a sua filha, Sarah.

A proximidade cria um sentimento sincero de pai e filha que ativa as inseguranças de Joel. Com medo de reviver a traumatizante experiência de perder uma filha, ele tenta deixar a garota para trás. E ao se afastar da garota, acaba afetando o medo de Ellie de ser abandonada novamente e de ficar sozinha. Aos poucos eles começam a ser mais honestos e ajudam a curar algumas feridas um do outro. Ellie se torna a filha que perdeu e Joel é a família que ela nunca teve.

Não tem como fugir de spoilers para responder essa pergunta, então prossiga com cautela.

Em The Last of Us Part II, o passado sangrento de Joel finalmente o encontra e ele vai precisar enfrentar as consequências de suas ações em The Last of Us Part I. Após viver dois anos na pacífica vila de Jackson, brigado com Ellie por conta de uma escolha sua, os dois finalmente fazem as pazes pouco antes de Joel sair em uma missão.

Parece uma simples ronda, mas o ex-contrabandista acaba sendo atraído para uma armadilha por Abby, uma vítima de seu passado. Enquanto seus cúmplices seguram o homem, Joel é brutalmente acertado com um taco de golfe. Joel morre de forma grotesca, bem na frente de Ellie. Seu corpo é enterrado em Jackson e seu relógio passa para Ellie.

Joel Miller foi diretamente inspirado em Llewelyn Moss, do premiado filme Onde os Fracos Não Tem Vez. Neil Druckmann, cocriador da franquia, ficou impressionado com o jeito calmo e centrado do personagem de Josh Brolin, o Thanos da Marvel, mesmo sob pressão.

Até mesmo o nome do personagem foi escolhido como uma homenagem a um dos criadores da obra, Joel Coen.

Joel é interpretado por Pedro Pascal, o protagonista Din Djarin da série The Mandalorian. Sua carreira deslanchou após participar de uma temporada de Game of Thrones como o carismático Oberyn Martell.

Desde então, ficou marcado por desempenhar muitos pais da ficção. Além de Joel e Din Djarin, Pedro Pascal foi Maxwell Lord em Mulher-Maravilha 1984 e o super-herói Marcus Moreno, o pai da protagonista de Pequenos Grandes Heróis. Apesar disso, Pedro Pascal não é pai na vida real.