Isekai é um mangá, anime, jogo ou light novel em que o protagonista vem de um mundo comum, como o mundo real, e acaba tendo que viver em um novo universo fantástico. Muitas vezes, este novo mundo corresponde a um jogo ou um livro conhecido pelo herói, mas também pode ser um mundo de fantasia genérico.

Normalmente, sobreviver neste mundo é um desafio para o protagonista e ele faz de tudo para retornar ao mundo real. Mas também pode acontecer de o herói ser idolatrado neste mundo novo, aceitar a sua nova realidade e traçar um objetivo mais ambicioso em sua nova vida.

O primeiro isekai moderno, como conhecemos hoje, se chama Isekai no Yuushi. Trata-se de uma novel escrita no ano de 1979 por Haruka Takachiho. O livro atualizou uma tradição quase milenar de histórias que exploravam o desconhecido. Em 1822, por exemplo, Hirata Atsutane publicou o Senkyou Ibun com conceitos similares.

Entretanto, traços de isekai podem ser encontrados até mesmo em antigas lendas japonesas. Por volta do século VIII, a lenda de Urashima Tarou — um jovem que foi transportado para o Palácio do Dragão como recompensa por resgatar uma tartaruga — já era bastante disseminada.

Há controvérsias sobre quais seriam os melhores isekai, mas alguns conseguiram se destacar ao longo dos anos e atrair uma legião de fãs. Apesar do termo ter explodido em popularidade bem mais recentemente, ao longo dos anos 2010s, podemos interpretar animes antigos, incluindo Digimon, como ótimos Isekai.

Entretanto, isso ainda é alvo de alguma controvérsia. Para te introduzir ao mundo fantástico dos isekai, eu separei cinco títulos importantes para conhecer o subgênero. Cada um explora o conceito de universos paralelos de uma maneira diferente que ajuda a entender o porquê dessas histórias serem tão adoradas.

Talvez um dos mais conhecidos no Brasil, Sword Art Online conta a história de um garoto conhecido pelo seu nome nos jogos online — Kirito. No lançamento de uma realidade virtual, ele e centenas de jogadores acabam presos no mundo de fantasia de um videogame hiperrealista. Para sair do jogo, eles precisam vencer todas as fases e chegar no chefe final.

Kirito não gosta de trabalhar em equipe e decide seguir sozinho, mas inevitavelmente ele acaba conhecendo e se aproximando de outros jogadores ao longo de sua árdua jornada, como a poderosa Asuna. Cada temporada se passa em um gênero diferente, explorando diversos estilos de videogame.

My Next Life as a Villainess: All Routes Lead to Doom! também é a história de alguém preso em um videogame, mas com uma reviravolta bastante interessante. Katarina se torna a vilã de seu jogo de namoro favorito!

Este anime consegue fugir da típica estrutura shounen e ainda abraça uma protagonista que não é boazinha e não é a heroína da história. Por conhecer o jogo, Katarina sabe que sua personagem nunca tem um final feliz Mas quem sabe usando todo seu conhecimento de fã ela não consegue mexer seus pauzinhos para mudar o destino?

Em RE: Zero Starting Life in another world, Subaru é um otaku que sabe que está em um isekai. Ele era um garoto que não estudava e não trabalhava no mundo real e quando caiu no mundo mágico esperou desenvolver poderes que nunca vieram. Felizmente ele acabou sendo salvo por Emilia. Infelizmente, os dois acabam sendo mortos logo em seguida.

Mas Subaru pode voltar da morte para um momento antes do seu fatídico fim, como o protagonista de um videogame. Seu desafio neste mundo é descobrir um jeito de salvar os seus amigos sempre que as coisas apertam e morrer para evitar que o pior aconteça. A graça do anime é brincar com as expectativas do gênero.

No Game No Life é uma light novel escrita por um brasileiro, Thiago Lucas Furukawa, sob o pseudônimo Yuu Kamiya. A história fez tanto sucesso internacionalmente que acabou virando um anime: um dos responsáveis por liderar a febre dos isekai. Nesta trama, os irmãos Sora e Shiro são mestres do videogame que acabam em um mundo onde tudo é decidido por disputas de jogos.

Desde brigas de bar a grandes eleições, tudo neste universo é determinado por quem é melhor no jogo. Não precisa nem ser jogo de videogame, mas quem sabe um jogo de cartas ou jogo de azar? Para roubar o poder do Deus dos jogos, os irmãos vão precisar superar dezesseis desafios dos melhores desse mundo.

KonoSuba: God’s Blessing on this Wonderful World! é a história de um otaku, Kazuma Satou, que adorava jogar e reencarna em um mundo típico de fantasia medieval. Para derrotar o terrível Rei Demônio, ele acaba se unindo a um grupo de garotas — Aqua, Darkness e Megumin.

O problema é que esta party não é muito de seguir as regras. O anime usa as estruturas clássicas de um JRPG para fazer graça, seja com o sistema de quests ou com o comportamento esperado de seus personagens. Cada um tem algo que os torna únicos e essa mistura é a parte mais engraçada do desenho.