Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal foi uma tentativa ousada de emplacar um sucessor para Harrison Ford na forma do filho rebelde de Indy, interpretado por Shia LaBeouf. Nem preciso dizer que a ideia não deu muito certo. Muitos preferem esquecer da existência de seu personagem, Mutt Williams — até mesmo o filme mais recente encontrou um jeito de se livrar desse carma.

Para piorar, o longa não apenas sofreu uma rejeição absurda do público, que rendeu 53% de aprovação no site Rotten Tomatoes, como também teve uma recepção super morna da crítica, com apenas 78% de aprovação. Motivos são o que não faltam: tem uma trama confusa e cheia de furos, que envolve alienígenas, russos, uma caveira de cristal com poderes telepáticos. Além disso, o filme abusa dos efeitos especiais e das cenas absurdas, como a famosa cena em que Indy sobrevive a uma explosão nuclear se escondendo dentro de uma geladeira. Fica aquela impressão que este filme se esforçou demais para ser legal e acabou só soando forçado.

Indiana Jones e o Templo da Perdição, segundo filme da franquia, seguiu por um caminho muito mais sombrio e acabou se perdendo em sua própria escuridão. A história se passa na Índia, onde Indy se envolve com uma seita que pratica sacrifícios humanos e explora crianças escravizadas, o que gerou muita polêmica na época.

O roteiro é cheio de clichês; os personagens secundários, pouco memoráveis; e a representação da cultura indiana é estereotipada e ofensiva. Para compensar, também tem uma boa dose de cenas marcantes, como a perseguição nas minas e a ponte sobre o rio de crocodilos.

Indiana Jones e a Relíquia do Destino encarou a difícil tarefa de trazer a conclusão perfeita para uma saga tão emblemática, que atravessou gerações, e o resultado foi bastante satisfatório. Mesmo sendo um filme um tanto quanto seguro, sem apostar em muita inovação, conseguiu contar uma história relevante no tom esperado para a franquia sem deixar de atualizar a ação para o nível absurdo de espetáculo do cinema moderno.

A trama conversa diretamente com o público original, que cresceu com Indy e deixou suas maiores aventuras no passado. Trabalhar mais honestamente o emocional do herói foi um grande acerto, fortalecido pela escolha do artefato certo para tornar o enredo ainda mais impactante. Mads Mikkelsen entrega um vilão imponente, Phoebe Waller-Bridge convence como a herdeira do manto de aventureira e, o principal, Harrison Ford ainda empolga no papel.

Indiana Jones e a Última Cruzada, terceiro filme da franquia, não apenas divertiu bastante, como emocionou de forma surpreendente, graças à química entre Harrison Ford e Sean Connery, que interpreta o pai de Indy. A dupla se une para encontrar o Santo Graal, o cálice sagrado que dá vida eterna, antes que os nazistas o façam.

Como não poderia faltar, o filme tem cenas de ação incríveis, como a perseguição de motos, o combate no tanque e a prova dos três desafios. E uma dose saudável de drama, explorando a relação entre pai e filho e a busca pelo sentido da vida. Um verdadeiro clássico que continua na memória dos fãs até os dias de hoje.

Os Caçadores da Arca Perdida, primeiro filme da franquia, não só foi o filme que iniciou toda essa saga incrível, como segue sendo uma das experiências cinematográficas mais influentes de todos os tempos. A trama acompanha Indy, um arqueólogo que se envolve em uma corrida contra os nazistas para encontrar a Arca da Aliança.

Em quase duas horas de duração, Spielberg mostra tudo que um filme de aventura precisa ter para ser excelente. Isto é, um herói carismático; uma heroína inteligente, Marion Ravenwood; um vilão cruel, Belloq, cenas de tirar o fôlego, como a fuga do templo e a luta no avião, além de um toque de mistério e magia. Por isso é considerado, até hoje, uma grande obra-prima.