E se fizéssemos um filme de um jogo de tabuleiro?

Hoje em dia pode parecer algo banal, mas nos anos 80, a ideia de transformar um jogo de tabuleiro em um filme para os cinemas não era lá vista com bons olhos. Ainda assim, Jonathan Lynn surpreendeu a todos com seu clássico cult Os Sete Suspeitos, que é baseado no popular jogo Clue, no qual você precisa investigar um assassinato misterioso com seus amigos.

Com uma linguagem mais informal e uma ambientação gótica, fora o elenco estelar composto por Tim Curry, Christopher Lloyd e Eileen Brennan, o filme fracassou nas bilheterias mas conquistou uma legião de fãs. Um detalhe curioso é que, em sua versão original para os cinemas, o filme tinha três finais diferentes, e a cada sessão que você fosse, podia se deparar com um novo.

E se uma atração em um parque da Disney ganhasse um filme?

Enquanto a Disney sempre esteve à frente no mercado de animações, seus projetos em live-action sempre foram oito ou oitenta. Ou eram sucessos de quebrar bilheterias, ou eram fracassos imperdoáveis. E em 2003, quando nós finalmente testemunhamos a estreia de Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra, as expectativas eram mistas.

Em grande parte, a maior dúvida vinha da própria origem da trama, já que a franquia inteira se baseia em uma das atrações da Disneylândia. Tudo que vemos na tela são criações originais baseadas nessa atração, desde os piratas à trama de Jack Sparrow e seus amigos. E o resultado não foi ruim, com uma franquia multimilionária e cheia de fãs ao redor do mundo.

E se o Facebook ganhasse uma biografia?

Cinebiografias existem desde que o cinema se formou como tal, e toda vez que uma nova é anunciada, podemos esperar por grandes campanhas para as premiações, muita maquiagem e um leve descolamento da realidade, seja ao enaltecer ou julgar a figura que está no centro da obra. Por isso, muitos não levavam fé quando A Rede Social foi anunciado.

O filme de David Fincher é, em essência, a biografia do Facebook do ponto de vista de um de seus fundadores, Mark Zuckerberg. Felizmente, Fincher acertou em cheio no seu olhar, expondo controvérsias e tópicos bem delicados na formação da rede social mais usada do mundo - e embora muito tenha mudado de lá para cá, o filme permanece assustadoramente atual.

E se fizéssemos um filme inteiro de LEGO?

Uma das marcas de brinquedo mais famosas do mundo, a LEGO é a porta de entrada para uma franquia muito popular no cinema, na TV e nos games - mas ainda assim, a ideia de se fazer um filme inteiro com pecinhas de LEGO em movimento foi um tópico bem discutido durante a produção de Uma Aventura LEGO.

Felizmente, o filme de Phil Lord e Christopher Miller acabou virando um sucesso imediato, em grande parte pela liberdade concedida aos artistas para "brincarem" com o material fonte da melhor forma possível, inserindo personagens vindos de diferentes sagas da cultura pop e dando início a uma série de filmes que nos rendeu até LEGO Batman.

E se Keanu Reeves partisse em um frenesi assassino para vingar seu cachorro?

Que John Wick é uma das maiores franquias de ação da atualidade, não há dúvidas. No entanto, ainda é muito impressionante que toda a saga - que já conta com quatro filmes, além de uma série de TV e um spin-off que vão estrear em breve - tenha surgido de uma premissa tão básica quanto essa, e que tenha nos levado tão longe.

No primeiro filme, de 2014, Keanu Reeves interpreta um ex-assassino de aluguel que tenta viver sua vida tranquilamente junto de seu cachorro. Porém, quando o animal é morto de uma maneira brutal, ele parte em uma jornada de vingança e brutalidade que já dura quase uma década e que, a cada filme, fica ainda maior e mais mirabolante.

E se fizéssemos um filme inteiro para consertar um furo de roteiro do primeiro Star Wars?

Desde que Star Wars se tornou uma propriedade da Disney, vemos o estúdio dando mundos e fundos para criar várias histórias com esse universo e seus personagens. Algumas deram certo - outras nem tanto, mas ainda nos surpreende muito ver como Rogue One: Uma História Star Wars se saiu, mesmo sendo um filme feito com um propósito muito claro.

Sanando a dúvida de "como o Império criou a Estrela da Morte com uma franqueza tão óbvia", o filme nos conta um pouco da vida de peças cruciais da Aliança Rebelde, que embarcam em uma missão suicida para recuperar os planos da Estrela da Morte antes que ela seja usada. E o resultado final é um grande espetáculo, que ainda rendeu o elogiado spin-off Andor.

E se um câncer fosse o vilão de um filme de terror?

James Wan já havia se tornado um grande nome do horror quando nos presenteou com Maligno em 2021, em plena pandemia. O filme, que foi inspirado fortemente pelos giallo italianos, conta a história de uma mulher que começa a ter sonhos com assassinatos grotescos, apenas para descobrir que pode estar ligada a um criminoso brutal.

No fim das contas, descobrimos que ela própria é a assassina - ou melhor, na verdade, ela traz o assassino em sua nuca, na forma de um teratoma (um tipo de tumor canceroso que apresenta dentes e cabelo). Esse assassino era irmão gêmeo da protagonista, mas após "morrer" no útero, acabou se fundindo a ela na forma de um tumor maligno - daí o nome do filme.

E se déssemos vida a um RPG?

Na era das propriedades intelectuais, todos querem fazer o próprio universo compartilhado baseado em uma série de quadrinhos, livros ou até jogos. No entanto, quem diria que em pleno 2023, sairia um filme tão bom baseado em um popular jogo de RPG? Pois bem, é exatamente isso que Dungeons and Dragons: Honra Entre Rebeldes acabou se tornando.

Com direção de John Francis Daley e Jonathan Goldstein, o filme traz todos os elementos clássicos de uma campanha de D&;D, mas seu destaque fica por conta do elenco afiado, encabeçado por Chris Pine, Justice Smith e Michelle Rodriguez. É uma pena que o longa não tenha feito um retorno financeiro considerável, porque é uma das aventuras mais divertidas do ano!