Em épocas onde reinam os remasters, reboots e sequências, um novo competidor vindo da novata Guerrilla Games entrou nesta disputa com os dois pés na porta e um arco nas mãos. Horizon Zero Dawn veio com propostas, até então, não muito inovadoras. A Guerrilla Games não produzia nenhuma propriedade intelectual própria desde Killzone em 2004.

Trata-se de um jogo em mundo aberto como alguns já vistos (Witcher 3), há elementos de caça também semelhantes a outros jogos (Shadow of Mordor, Monster Hunter), até mesmo elementos de exploração como os vistos em Uncharted e Tomb Raider. Mas então seria “mais do mesmo”? Muito pelo contrário! Horizon Zero Dawn conseguiu juntar os melhores elementos de jogos que nós já conhecemos e elevar o nível de qualidade em um patamar que o transformou em um jogo ímpar.

Para começar, precisamos falar sobre a jogabilidade de Horizon. Com uma movimentação muito fluida, ele tem uma característica muito forte: O sentimento de caça.

Você é um ser humano normal enfrentando máquinas enormes com apenas flechas, então precisa de estratégia, paciência e tática ao seu favor.

Montar emboscadas para as máquinas, ficar na espreita e explorar os pontos fracos dos oponentes são peças chaves. Os combates são sempre repletos de adrenalina, independente do inimigo, e nunca são repetitivos, o que deixa o jogo desafiador do começo ao fim.

Apesar de, depois de certo tempo, você notar um padrão na jogabilidade e nas missões, Horizon não se torna repetitivo e enjoativo como acontece, por exemplo, para alguns jogadores com Shadow of Mordor.

Outro ponto de destaque são os gráficos espetaculares. Horizon é um dos poucos jogos que tem compatibilidade com a resolução 4K, porém, mesmo que esta análise tenha sido feita jogando em uma resolução 1080p, ainda é fácil perceber a riqueza de detalhes e a qualidade dos gráficos.

Rostos de personagens beirando o real, mínimos detalhes na construção das máquinas e cenários de tirar o fôlego são responsáveis por te deixar totalmente impressionado com o visual de Horizon Zero Dawn.

A trilha sonora do jogo contribui perfeitamente para a imersão que a Guerrilla Games pretendeu te trazer. Uma trilha digna de filmes épicos de fantasia e aventura, temos composições que conseguem climatizar perfeitamente os momentos de tensão, tanto quanto os momentos mais emocionais.

Falando em som, o jogo é totalmente traduzido, dublado e localizado para português do Brasil, o que nos leva a avaliar também o trabalho de dublagem.

Você consegue perceber grandes vozes nacionais como Mauro Ramos, Leonardo Camilo e Luiz Antônio Lobue fazendo um excelente trabalho, dando emoção para os personagens,

Mas infelizmente - porém compreensivelmente - esse zelo só foi dado para personagens importantes do jogo. Toda vez que você tem que conversar com um NPC “descartável” as vozes deixam a desejar.

Uma coisa que me impressionou em Horizon Zero Dawn foi como a física do jogo - finalmente - foi bem estruturada. Você consegue sentir que os personagens têm o peso que aparentam ter, interagem com o mundo da maneira como deveriam interagir.

A passagem de tempo tem reações muito reais nas incidências de luz, assim como as mudanças climáticas interferem na jogabilidade. E até mesmo sua personagem reage de maneiras diferentes aos diversos climas.

O que ajuda a construir esse mundo palpável e concreto que vamos falar mais futuramente.

Vamos entrar agora nos pontos fortes do jogo, começando por sua protagonista e brava Aloy. Horizon Zero Dawn foi extremamente bem sucedido em apresentar uma personagem feminina forte, digna de concorrer com a icônica Lara Croft.

Além disso, Aloy é incrivelmente carismática, o que faz você se identificar bastante com a personagem que você controla, principalmente na hora de tomar decisões.

O segundo ponto mais forte de Horizon Zero Dawn é este enredo do jogo que te prende do começo ao fim. Você está em um mundo distópico futurístico onde, aparentemente, a humanidade voltou aos tempos tribais, mesmo sendo o equivalente ao ano 3100 D.C. (aproximadamente).

O enredo tem duas frontes espetaculares, onde na primeira você precisa lidar com os problemas tribais de Aloy e perseguir seus sonhos pessoais. Em segunda instância, você avança no enredo para descobrir o que verdadeiramente aconteceu com a humanidade no passado para que nossa civilização tenha sido reduzida a nada mais do que ruínas enferrujadas.

Eu posso garantir que o resultado e a conclusão deste enredo vão te fazer clamar por um filme de Horizon Zero Dawn para o mais rápido possível.

E chegando no ponto mais forte do jogo, o mundo criado para Horizon Zero Dawn chega a ser quase um personagem à parte. Nós já vimos diversos jogos de mundo aberto, muitos deles falharam, assim como muitos triunfaram, mas nenhum fez o que Horizon fez.

Juntamente com essa trama, o jogo cria um mundo onde tudo faz sentido, desde os costumes das tribos, até a maneira como as pessoas enxergam a tecnologia antiga como magia, divindade e espiritualidade.

Nos visuais dos trajes misturando peles de animais, fios e placas de máquinas, tudo faz um completo sentido em Horizon Zero Dawn, fazendo com que você mergulhe de cabeça, ficando completamente imerso na proposta que ele apresentou.

Eu nem preciso lembrar o quanto os cenários do jogo podem ser lindos, não é?

Resumindo, Horizon Zero Dawn trouxe um jogo de mundo aberto como jamais havia sido feito antes, com um enredo sensacional, personagens completamente críveis e uma jogabilidade viciante.

O jogo possui pequenos bugs completamente compreensíveis dado ao tamanho, que aliás, você pode ficar despreocupado pois ele irá render umas longas horas de jogatina. Estes bugs não estragam a experiência em momento algum além de serem bem raros.

No demais, Horizon Zero Dawn consegue entregar com maestria todas as suas promessas e trazer o melhor exclusivo que o Playstation 4 já teve.

Então, no fim das contas, não temos muita opção a não ser dar uma nota máxima de 5 flechas para Horizon Zero Dawn

Nota: 5/5