Quando apareceu pela primeira vez, em Tales of Suspense #39, de 1963, Tony Stark era um empresário milionário que tinha o mundo na palma de suas mãos, devido ao seu investimento na área bélica. No entanto, isso não o preparou para cair nas mãos de terroristas, que exigiram sua cooperação para desenvolver armas perigosíssimas.

Assim como sua contraparte do Universo Cinematográfico da Marvel, Stark precisou perder tudo - incluindo sua reputação - para ver o estrago que suas criações causaram ao mundo. Criando a primeira armadura do Homem de Ferro a partir de sucata, ele decidiu usar sua inteligência e poderio não para assolar o mundo, mas sim para defendê-lo.

Bem nos primórdios da Marvel Comics, havia a forte necessidade de se criar um grupo de super-heróis, que pudessem servir como os maiores defensores da Terra, para salvar o planeta de quaisquer ameaças possíveis. Assim vieram os Vingadores, um grupo que ao longo dos anos se transformaria várias vezes, trazendo novos membros e novos propósitos.

No entanto, um dos pilares iniciais da equipe foi o próprio Tony Stark, que não só se tornou um dos primeiros líderes dos Vingadores como também foi responsável por financiar as operações da equipe, disponibilizando uma das suas várias mansões para servir de base para seus colegas. Até hoje, a criação dos Vingadores é o maior legado do Homem de Ferro!

Ainda que a história de como Tony Stark e James Rhodes se tornaram amigos tenha sido modificada várias vezes ao longo das décadas, tudo graças a diversos retcons e mudanças na continuidade, ainda não podemos deixar de citar a primeira aparição do melhor amigo do Vingador Dourado, que veio originalmente em Iron Man #118, de 1978.

Rhodes se tornou um dos coadjuvantes mais recorrentes nas revistas de Tony, ganhando espaço primeiro como piloto de Stark, e posteriormente como um militar de alta patente. Com o passar dos anos, Rhodes se tornou não só um grande amigo e confidente, mas também um herói, seja tomando o posto de Homem de Ferro ou assumindo o título de Máquina de Combate.

De todos os inimigos que o Homem de Ferro já enfrentou, nenhum teve uma força tão estupenda sobre sua vida quanto a bebida. Em Demônio na Garrafa, arco publicado em 1979, vemos Tony Stark se entregando de vez aos seus vícios e perdendo tudo no processo, desde seus amigos até sua própria empresa.

Até então, era pouco comum vermos o lado mais "sujo" e "sombrio" de vários de nossos heróis favoritos nos quadrinhos, por isso a queda (e até a eventual redenção) do Homem de Ferro são tão impactantes e impressionantes. Com o passar dos anos, Stark se tornou mais aberto para falar do alcoolismo, e é uma pena que o MCU não tenha sabido adaptar bem a narrativa.

Desde cedo, Tony Stark foi apresentado como um dos maiores gênios de todo o Universo Marvel, desenvolvendo tecnologias impossíveis de serem copiadas ou plagiadas. Porém, quando um vilão de baixo escalão surge com uma armadura repleta de suas próprias criações, Stark entra em uma cruzada de um homem só para recuperar o que é seu.

Publicado entre 1987 e 1988, o arco Guerra das Armaduras nos mostra como Tony se tornou uma pessoa mais responsável, tentando fazer de suas tecnologias um aparato favorável ao mundo, e não uma arma. A trama o leva a descobertas chocantes, e inclusive termina com o Homem de Ferro se fingindo de morto e revoltando as forças militares norte-americanas.

Embora os anos 90 tenham trazido uma ou outra história marcante, essa foi uma fase de marasmo nas revistas do Homem de Ferro. Por isso, na virada do milênio, o herói passou por diversas mudanças, ganhando um retrato mais contemporâneo, que serviria de base para sua adaptação cinematográfica. E entre erros e acertos, algo que se destaca é o arco Extremis.

Após ter conquistado o mundo novamente, Tony se depara com um bloqueio em suas defesas e precisa se reinventar, utilizando-se da nova tecnologia que é conhecida como Extremis, que permite que ele comande sua armadura com um elo telepático, além de vários aparatos nanotecnológicos. Essa fase foi uma das mais aclamadas do herói, e definiu sua passagem para o cinema.

O ano era 2006 e a Marvel já estava preparando, há anos, o terreno para um grande conflito entre seus maiores heróis. A Guerra Civil foi instaurada e trouxe consigo um clima de paranoia, traição e intriga política. No centro de toda a disputa, dois combatentes: Capitão América e Homem de Ferro - nasce assim um clássico instantâneo das histórias em quadrinhos.

O que faz desse momento tão definidor na carreira de Tony Stark é justo a disputa ideológica com seu adversário - disputa essa que não só dividiu todo o mundo de heróis da Marvel, como também os próprios leitores. Aqui, as nossas percepções de certo e errado são desafiadas, enquanto Tony aprova a Lei do Registro e inicia uma nova era no mundo dos superpoderosos.

O fim da Guerra Civil trouxe uma série de mudanças bruscas para todo o Universo Marvel, e o status do Homem de Ferro se consolidou justo a partir dessas fissuras. Quando Nick Fury desaparece misteriosamente, e sem deixar nenhum rastro, abre-se a vaga para Diretor da S.H.I.E.L.D. - e o posto é oferecido a ninguém menos que Tony Stark.

Usando seu poderio para impedir terroristas no mundo todo, o herói ganhou um novo papel de destaque no centro do Universo Marvel, usando toda sua influência política para aplicar a Lei de Registro dos Super-Humanos. Isso acabaria de forma assustadora com a Invasão Secreta e a ascensão cruel de Norman Osborn ao poder.