No início do longa, assim como no final, temos um belo vislumbre de Lugar Nenhum, que agora serve como a base dos Guardiões. Com certeza há uma infinidade de lugares curiosos para encontrar, mas dois chamam mais atenção: uma placa com o logo do filme em uma língua alienígena e outro que tem uma perna estranha que lembra um tanto o membro que Rockie pede para Peter Quill no primeiro filme.

Para fechar a trilogia, Gunn não poderia deixar de incluir bastantes referências musicais. Além de uma trilha sonora caprichada, com canções marcantes dos anos 1990, o diretor ainda deu o nome de um cantor muito importante para a terceira nave dos Guardiões: Bowie, em homenagem ao falecido David Bowie.

O roqueiro, que não aparece na trilha sonora, ficou conhecido por trazer uma forte temática espacial em suas músicas, como Space Oddity e Life on Mars?. A primeira nave de Quill, a Milano, foi uma homenagem a uma antiga crush de infância. Já a segunda, Benatar, foi uma homenagem ao astro do rock Pat Benatar.

Logo após o caos na cena inicial, os Guardiões vão para o espaço em uma missão com os Saqueadores. Cada um dos heróis ganha um traje de astronauta colorido, lembrando bastante o jogo Among Us.

Entretanto, o figurino provavelmente faz referência ao filme 2001: Uma Odisséia no Espaço, influente ficção científica de Stanley Kubrick que compartilha um foco em evolução com essa história. Em entrevista, James Gunn afirma que se inspirou em Rick and Morty para a fortaleza de matéria orgânica.

Como de costume, James Gunn gosta de trabalhar sempre que possível com os mesmos atores. E, como consequência, Guardiões 3 tem uma série de participações especiais do elenco de O Esquadrão Suicida. Além da esposa do diretor, Jennifer Holland, Nathan Fillion e Daniela Melchior também aparecem na cena na sede da Orgocorp.

Pete Davidson também aparece como um guarda alienígena no final do filme, escondido sob uma máscara.

Outra curiosidade no elenco é que James Gunn escalou para alguns papéis de dublagem atores que já participaram do Universo Cinematográfico Marvel como outros personagens. Lylla compartilha sua intérprete com Laura Barton, a esposa do Gavião Arqueiro: Linda Cardellini, que também interpreta Velma nos filmes do Scooby-Doo escritos por Gunn.

Judy Greer, que fez a ex-esposa do Homem-Formiga, aqui empresta a sua voz para War Dog, aquela porca ciborgue perturbadora que tenta sequestrar Rocket a mando do Alto Evolucionário. Por fim, Sean Gunn, o irmão do James Gunn, além de viver Kraglin também dubla a versão adolescente do Rocket Racun.

O vilão Alto Evolucionário, interpretado por Chukwudi Iwuji, foi muito elogiado como um dos grandes destaques do filme. E para a sua construção, o ator buscou referências nos mais diversos lugares. Para começar, sua construção, em essência, tem muitas conexões com os ideais nazistas de eugenia, que busca a superioridade genética a todo custo. O cientista maluco ainda incorpora outros princípios do grande ditador alemão, com o culto às artes antigas, tidas como mais puras, e o jeito de marcar os seus prisioneiros com números. Rocket Racoon recebe o número 89P13, como em campos de concentração. E a maneira como o ator recita este código lembra bastante o vilão do musical Os Miseráveis, Inspetor Javert.

Quando Gamora fica sozinha na nave, ela fuxica os pertences de Peter Quill e entre fotos de família, há uma série de itens com referências à cultura pop. O mais marcante é Alf, o Eteimoso, protagonista de uma série de comédia dos anos 80, que aparece em um cartão neste momento e no final, no bilhete que Quil deixa para Rocket Racoon junto de seu Zune.

Guardiões 3 bebe muito da fonte de clássicos filmes de ficção científica. Uma referência mais leve, que Gunn usou para homenagear um longa muito influente, pode ser visto na Estátua da Liberdade da Contra-Terra. Neste planeta habitado por animais evoluídos em humanoide, o monumento de Nova York é substituído pelo Alto Evolucionário segurando um macaco no colo. A imagem lembra a estátua no final de Planeta dos Macacos.

Quando os Guardiões pedem ajuda a Lugar Nenhum, Kraglin e Cosmo estão no meio de um jogo de cartas. Entre os jogadores temos figuras conhecidas de outros filmes da franquia, que aparecem brevemente para a despedida: como Howard, o Pato, Bzermikitokolok (Rhett Miller). Gridlemop e o traficante de artefatos raros de Quill do primeiro filme.

Próximo ao fim do filme, Mantis, Drax e Nebulosa são encurralados por um trio de criaturas amedrontadoras. A última vez que vimos estes monstrengos, os Abilisk, foi na abertura de Guardiões da Galáxia Vol. 2, em que estavam protegendo as baterias que Rocket rouba.

Talvez a referência mais clara tenha sido em uma das cenas finais, quando Adam Warlock salva Peter Quill no espaço. O herói, que é conhecido como “Jesus da Marvel” por sua fama dos quadrinhos, toca o personagem de Chris Pratt como Michelangelo pintou Deus e Adão no alto da Capela Sistina.

No final, somos surpreendidos com uma frase diferente de Groot: “Eu amo vocês”. Mas a teoria mais aceita entre os fãs é que, na verdade, ele falou mesmo é o clássico “Eu sou Groot”. Assim como Gamora começou a entender seu dialeto em sua despedida, o público teria começado a entender o coração do Groot depois de acompanhá-lo nessa jornada. A gente não ouviu a sua voz, mas sim entendeu seu coração.

O avô de Peter Quill, que passou todos esses anos na Terra, se chama Jason Quill. O nome em si não é tão importante, mas pode ser uma referência a outro personagem dos quadrinhos. No original, o Senhor das Estrelas é filho biológico de J’son, que é secretamente um nobre do Império Spartax.

Na primeira cena pós-créditos, somos apresentados à nova formação dos Guardiões da Galáxia, que inclui Rocket Racoon, Groot, Adam Warlock, Cosmo, Kraglin, Blurp e a novata Phyla-Vell. Seu nome é revelado sutilmente no final por ser diretamente inspirado em uma Capitã Marvel dos quadrinhos. No original, ela nasceu do DNA do Mar-Vell.