O jogo que deu origem a franquia lançou em 1997 para o primeiro PlayStation. Grand Theft Auto já era de certo modo revolucionário por sua premissa mais violenta e irreverente para os jogos da época, colocando assaltos a carros como o principal pilar de sua jogabilidade.

Mas as limitações tecnológicas (e criativas) impediram que este game alcançasse o seu verdadeiro potencial. A câmera acompanhava o jogador a uma tremenda distância, dos céus como um drone espião. Logo não havia muito impacto para o jogador: Liberty City não parecia tão viva. Mas isto mudaria nos jogos que viriam a seguir...

As coisas começaram a evoluir na sequência. Ainda para PlayStation One, GTA 2 melhorou não só os gráficos do game — introduzindo uma iluminação surpreendentemente avançada — como também expandiu o conceito de criminalidade na jogabilidade, deixando uma base sólida para a transição ao mundo aberto em três dimensões que viria na geração seguinte.

Este jogo foca na disputa entre as três gangues que dominavam a retrofuturística Anywhere City: os Zaibatsu, os Loonies e a Yakuza. Assim, todas as ações criminosas do jogador, como matar pessoas ou roubar carros, aumentam o seu respeito com alguma das gangues: um sistema único que aumentava a imersão de uma trama quase inexistente.

Sexo, drogas e muito neon! Grand Theft Auto: Vice City introduz uma nova cidade que mais parece um destino de férias: a vibrante Vice City. O segredo para a cidade parecer tão viva são suas fortes inspirações na caótica Miami dos anos 80, uma época em que a cidade estava afundada na guerra contra as drogas.

Em seu lançamento, este jogo foi um verdadeiro evento, mas ao longo do tempo ele acabou sendo esquecido na sombra de seus sucessores. Ainda assim, conseguiu introduzir um novo cenário ao universo da franquia que poderia brilhar ainda mais em um sucessor. Por enquanto, vamos ter que nos contentar com seu remaster, com o lançamento da nova trilogia.

Grand Theft Auto: Chinatown Wars não faz parte da franquia principal, teoricamente, mas conquistou o seu lugar nesta lista por refinar a experiência original da série com uma originalidade absurda: tudo graças a tela de toque do Nintendo DS. Assim, o jogo trouxe formas mais imersivas de interagir com o mundo, como a possibilidade de fazer uma conexão direta manualmente para roubar os carros.

Outro grande acerto foi trazer para o holofote os conflitos de Chinatown, um bairro de Liberty City tomado pela máfia asiática. O cenário único transformou o que poderia ter sido uma experiência secundária em um dos títulos mais marcantes da franquia.

Grand Theft Auto revolucionou por completo os jogos de mundo aberto com a chegada de Grand Theft Auto III, o primeiro da franquia a lançar para PlayStation 2. A trama revisita Liberty City, a cidade inspirada em Nova Iorque que estreou no primeiro jogo, mas com uma visão em terceira pessoa que coloca o jogador no centro da ação.

Nesta aventura temos um protagonista silencioso, o Claude, que foi preso por um assalto a banco após ser traído por sua namorada. Ele então escapa da prisão e busca por vingança, tendo uma cidade inteira para explorar, assaltar e fazer o que mais der vontade. Depois que os jogadores experimentaram a liberdade de GTA III, o mundo dos jogos nunca mais foi o mesmo.

GTA: San Andreas foi um verdadeiro fenômeno no Brasil. Tem algo na extensão absurda desta releitura de São Francisco que persistiu no imaginário dos brasileiros por gerações. As namoradas, as missões, as listas infindáveis de macetes... O jogo nunca saiu da cabeça dos fãs da série!

A história seguia CJ, do clássico meme "Here we go again", tentando reconectar com a sua quebrada, aceitando fazer favores para pequenos criminosos que dominam a criminalidade local. Conforme o jogador avançava nas missões, novas áreas do mapa se revelavam, trazendo um verdadeiro mundo de possibilidades. E tudo isso poderia ser jogado localmente com um amigo, tornando a experiência ainda mais memorável. Verdadeiramente épico!

Grand Theft Auto IV ocupa um espaço curioso na franquia. Com uma abordagem muito mais sombria e realista, a história do russo Niko se afasta ao máximo da paródia e do humor que consagraram a série e explora, com sucesso, uma abordagem especialmente dramática.

O clima cinzento acaba sendo refletido no palco desta história — a consagrada Liberty City, que está muito maior que em encarnações anteriores. Mas a cidade só revela seu verdadeiro potencial nas expansões do jogo, The Lost and Damned e The Ballad of Gay Tony, que exploram o mapa por um novo ponto de vista.

E assim chegamos em dos jogos mais caros da história: Grand Theft Auto V. Para sua obra-prima, a Rockstar apostou em recriar a versão mais detalhada possível de San Andreas, montando uma história cativante que tira sarro das próprias estruturas do capitalismo moderno.

Mas não foi só sua campanha bem humorada que cativou o público: o jogo trouxe um componente online que recebe melhorias até os dias de hoje. Qualquer coisa é possível em GTA Online e o público começou a construir e transmitir suas próprias histórias na viva região de San Andreas. Assim, GTA V conseguiu transcender o status de game o para alcançar o patamar de fenômeno cultural.

GTA VI vai precisar se esforçar muito para superá-lo! Nada que dez anos em desenvolvimento não resolvam...