Algo que praticamente todo fã do Godzilla concorda é que o primeiro filme do Rei do Monstros, de 1954, estará sempre na lista dos dez melhores da franquia. Afinal, o longa não apenas tem a vantagem da originalidade, mas também acabou representando um marco para o gênero de filmes de monstros gigantes, além de ser considerado um marco na cultura pop.

Na trama, o Godzilla é um monstro pré-histórico que volta à superfície após absorver a energia das armas nucleares, o que força o Dr. Serizawa a desenvolver a Destruidora de Oxigênio, uma arma tão poderosa quanto qualquer outra que exista.

A intenção do roteiro era de fazer do Godzilla uma metáfora sobre a capacidade dos humanos de destruir o planeta nos primeiros anos da Guerra Fria, uma temática que se manteve por bastante tempo em seus filmes.

Os primeiros filmes do Godzilla trouxeram algumas tramas bem... curiosas, por assim dizer. Em O Filho do Godzilla, por exemplo, o público passa a conhecer Minilla, a cria do Rei dos Monstros, que tenta se aproximar mais de seu pai enquanto os dois enfrentam outras ameaças durante a trama.

Minilla veio a aparecer em mais cinco filmes do Godzilla, quatro durante a Era Showa e outro na Era Millennium. Nenhuma das adaptações ocidentais apresentou o personagem, até agora.

Mesmo que este seja o segundo filme em que o Mechagodzilla apareça, O Terror do Mechagodzilla traz a versão robótica do kaiju ainda mais engajado e preparado para enfrentar seu rival, em uma trama que, em relação ao encontro anterior, nos mostra mais ação e combate e um pouco menos de cenas cômicas e espalhafatosas.

O Mechagodzilla veio a se tornar um dos vilões mais conhecidos do Rei dos Monstros, sendo a criação de uma raça alienígena que, ao planejar a invasão ao Planeta Terra, construiu o robô gigante para derrotar a única coisa que estava no caminho desse plano: o Godzilla. Ele ainda não apareceu nos filmes americanos.

30 anos após o filme que originou toda a franquia, O Retorno de Godzilla reinventou as histórias do *kaiju", sendo o primeiro filme da Era Heisei, a segunda geração de filmes do monstro, que novamente apareceu como uma ameaça à raça humana.

A aparência desse Godzilla veio a se tornar o visual padrão do monstro por muito tempo, principalmente durante a Era Heisei, que também reintroduziu toda a sua mitologia para uma nova geração de fãs.

Talvez este seja um dos filmes mais esquecidos da franquia, principalmente por muitos não lembrarem de seu antagonista, o monstro *Biollante, que surgiu das próprias células do Godzilla fundidas com uma planta monstruosa gigante, vindo a se transformar em um dos inimigos mais horrendos do Rei dos Monstros, que ainda não apareceu nos filmes ocidentais.

Este foi o único filme que Biollante faz uma aparição, apesar de ser mencionado e aparecido em imagens gravadas durantes os eventos de Godzilla vs SpaceGodzilla, que deu sequência ao longa.

Esta trama trouxe um dos embates mais icônicos entre o Godzilla e aquele que é, talvez, seu maior rival: o Rei Ghidorah, que se envolve em uma trama onde um povo futurista volta no tempo para apagar a existência do famoso kaiju.

Além disso, o filme ainda traz para trama o Mecha-Rei Ghidorah, que tornou o embate ainda mais insano e deixou o longa bem memorável para os fãs dos filmes do gênero.

Outra grande reintrodução feita durante a Era Heisei foi a de Mothra, uma kaiju em forma de mariposa, que confronta Godzilla, inicialmente, para defender a Terra e os humanos do monstro, que atua aqui como uma força da destruição.

Mothra rouba bastante a cena no longa, e ela fez tanto sucesso entre os fãs que acabou ganhando sua própria trilogia derivada. Assistindo a este filme, o público atual também pode entender melhor como em Godzilla 2: Rei dos Monstros ela e Godzilla acabam tendo uma relação simbiótica, uma vez que os dois agora são protetores da Terra.

A série Millennium trouxe um dos encontros mais adorados pelos fãs da franquia Godzilla, com o filme em que Godzilla, Mothra e o Rei Ghidorah e Baragon se enfrentaram - no caso, os três últimos estavam protegendo o Japão do Godzilla, que, nesta continuidade, era um espírito vingativo que atormentava a população nipônica pela sua atuação na Segunda Guerra Mundial.

Este filme é, provavelmente, uma das principais releituras já feitas à mitologia do Godzilla, se separando um pouco do conceito dele ser uma criatura nuclear, que não veio a ser usado em nenhum outro filme.

Em 2004, no aniversário de 50 anos de existência da franquia, o Godzilla simplesmente enfrenta todos os kaijus que já enfrentou ao longo de sua história em Godzilla: Batalha Final, um filme que é praticamente uma homenagem à mitologia do personagem.

O roteiro em si não chega a ser algo muito impressionante, mas só de mostrar monstros que até então estavam esquecidos ou que apareceram pouco em outros filmes, como Rodan, Minilla, e até mesmo Zilla, feito para satirizar o Godzilla de 1998, já vale a pena conferir esse longa.

Mesmo tendo um roteiro fraco e ser bastante maçante no decorrer do filme, Godzilla finalmente trouxe uma versão que agradou ao público ocidental e aos fãs que acompanhavam o Rei dos Monstros no Japão, apresentando aquela que, à época, foi a maior versão já feita da criatura - ela só foi superada em 2016, com a estreia de Shin Godzilla no Japão.

Enfrentando novos rivais na forma dos MUTOs e trazendo elementos bem importantes da mitologia do monstro, como o Bafo Atômico, o filme alavancou a franquia do Monstroverso, que já produziu mais uma sequência para Godzilla e o novo filme de Kong, que preparam o terreno para o embate entre os dois icônicos monstros na série, previsto para acontecer em 2021.