9 finais de filmes lançados nos últimos anos que mais surpreenderam o público

Capa da Publicação

9 finais de filmes lançados nos últimos anos que mais surpreenderam o público

Por Gus Fiaux

Atenção: Alerta de Spoilers!

O filme pode ser incrível, cheio de momentos memoráveis e com uma direção excelente, mas se ele não tiver um final espetacular, sentimos que há algo errado. O clímax é um dos momentos que mais lembramos de um filme, seja pelas reviravoltas acontecendo em tela ou por ser o nosso último contato com aquela obra antes de sairmos do cinema.

Felizmente, muitos longas continuam a tradição de trazer finais chocantes, inovadores ou surpreendentes, especialmente nos últimos anos. Aqui, reunimos algumas das conclusões mais interessantes para te apresentar 9 finais de filmes lançados nos últimos anos que surpreenderam muito seu público!

Imagem de capa do item

A Chegada (2016)

Com direção de Denis Villeneuve e com uma brilhante Amy Adams no papel principal, A Chegada é uma ficção científica de primeira linha, que acompanha uma linguista contratada pelo governo americano para que possa interpretar as formas de contato de uma raça alienígena que acaba de chegar na Terra, de sobressalto.

O filme então apresenta os desafios da personagens de Adams ao lidar com a inteligência alienígena e uma linguagem que se finca em uma temporalidade totalmente diferente da que conhecemos na Terra. Por isso, o final acaba nos dando um soco no estômago, com a personagem descobrindo que, para ler a língua extraterrestre, ela precisa experimentar o tempo de forma diferente.

É assim que temos alguns vislumbres de como Louise Banks dará luz a um bebê junto de Ian Donnelly (o personagem de Jeremy Renner). Porém, essa criança terá uma doença incurável e morrerá ainda jovem, o que vai criar um sentimento avassalador em Louise, interpretada por Adams. Isso explica a série de flashbacks estranhos que a personagem tem ao longo do filme.

Imagem de capa do item

Vingadores: Guerra Infinita (2018)

Lançado em abril de 2018, Vingadores: Guerra Infinita veio para celebrar o legado do Universo Cinematográfico da Marvel, ao mesmo tempo em que funciona como o primeiro capítulo do final da Saga do Infinito, a macro-história composta pelas três primeiras fases da franquia. Aqui, os Heróis Mais Poderosos da Terra precisam se juntar para deter Thanos.

A ideia do Titã Louco é coletar todas as Joias do Infinito - que haviam sido apresentadas em outros filmes do MCU - e dizimar metade da vida em todo o universo, como um meio de poupar os recursos naturais e evitar a extinção total. Porém, os Vingadores discordam desse plano macabro e precisam correr contra o tempo antes que seja tarde demais.

O final do filme, no entanto, mostra que o "tarde demais" veio para ficar. Não só Thanos consegue reunir todas as Joias como também extermina vários dos heróis que passamos a acompanhar ao longo de uma década, como Doutor Estranho, Homem-Aranha e vários dos Guardiões da Galáxia. É um final bem sombrio e pessimista, especialmente entre filmes de super-heróis.

Imagem de capa do item

Hereditário (2018)

Antes de Midsommar e Beau Tem Medo, Ari Aster havia começado no cinema com Hereditário, seu primeiro longa-metragem, considerado o seu melhor filme por muitos fãs. Aqui, acompanhamos o processo de luto de uma família após a morte de sua matriarca, uma idosa cheia de segredos bem obscuros.

As coisas ficam cada vez mais sombrias e, no meio do filme, temos um susto chocante quando Charlie, a filha mais nova da família, é decepada por um poste. Isso traz mais luto e mais pesar, mas acaba desencadeando numa série de eventos sobrenaturais que só são revelados ao final. Assim, descobrimos que Ellen, a idosa morta no começo do filme, era uma feiticeira satanista.

Ela passou sua vida criando Charlie para que a menina pudesse servir como o receptáculo do demônio Paimon, mas como a entidade deseja um corpo masculino, Charlie precisava ser morta para que sua alma fosse passada para seu irmão mais velho, Peter. Ao fim, a seita diabólica liderada por Ellen se revela e conclui seus planos, com toda a família morta e um diabo encarnado.

Imagem de capa do item

Era Uma Vez em... Hollywood (2019)

Quentin Tarantino é um dos cineastas mais prestigiados da atualidade e a sua extensa filmografia dispensa apresentações, mas um dos filmes que mais pegou o público de surpresa foi Era Uma Vez em... Hollywood, que nos leva à Hollywood do final dos anos 60 e nos coloca cara a cara com tudo que há de mais perigoso naquela época e lugar: a ascensão da "Família Manson".

O filme traz Margot Robbie como Sharon Tate, atriz e modelo que foi assassinada por fanáticos seguidores de Charles Manson. No entanto, na história do longa, esse crime terrível é evitado graças à Rick Dalton (vivido por Leonardo DiCaprio) e Cliff Booth (Brad Pitt), que matam todos os assassinos de Sharon antes que eles cheguem até ela.

Todo cineasta de renome, em dado ponto de sua carreira, faz uma obra sobre seu amor por Hollywood ou pela indústria cinematográfica como um todo - e o filme de Tarantino vai um pouco além, não apenas retratando aquela época, seus encantos e perigos, como também alterando levemente a realidade para criar um final mais otimista e caloroso com a figura de Sharon Tate.

Imagem de capa do item

Nós (2019)

Jordan Peele já tinha conquistado a maioria avassaladora dos fãs de terror com Corra! quando seu segundo filme chegou aos cinemas. *Nós conta uma narrativa envolta em mistérios e simbolismos sobre uma família que, ao viajar para o litoral para passar alguns dias, acaba dando de cara com versões "malignas" deles próprios.

Aos poucos, descobrimos que esse não é um problema isolado e que muitas pessoas nos Estados Unidos também estão recebendo visitas nadas felizes de seus "duplos", que os matam e assumem seu lugar. Porém, a reviravolta vem quando descobrimos que a personagem de Lupita Nyong'o já havia dado de cara com sua "versão da superfície" quando eram crianças.

Red não só trocou de lugar com Addy como também teve uma família e uma vida própria, longe das amarras do "submundo". Enquanto isso, a Addy "original" acabou dando início a uma revolução no subsolo, o que provocou o massacre que vimos até aquele momento. Ao final, Red mata a Addy original e seu filho olha para ela com suspeita, tendo descoberto o maior segredo de sua mãe.

Imagem de capa do item

Toy Story 4 (2019)

Muitos podem até dizer que Toy Story 4 é um filme bem aquém de seus antecessores e que maculou o "final perfeito" que Toy Story 3 havia trazido para a franquia - porém, todos hão de concordar que o final desse filme traz uma das ideias mais ousadas, originais e, ao mesmo tempo, capaz de quebrar o coração já feitas pela Disney.

Aqui, o Xerife Woody se reencontra com seu amor do passado, Betty, a pastora. No entanto, ele se vê dividido entre começar uma nova vida junto dela - o que significa que teria que abandonar seus amigos, além de seu lar e a criança que brincava com ele, Bonnie. E de uma forma surpreendente, é exatamente isso que ele faz.

O final é bem interessante por mostrar um momento doloroso da nossa vida, que é quando decidimos sair de casa para começar nossas próprias aventuras e projetos. Ainda que o filme não seja tão brilhante quanto os três que vieram antes, esse ainda é um final espetacular - e por mais que a Disney/Pixar já tenha anunciado Toy Story 5, podemos sonhar que esse é o fim da saga por enquanto...

Imagem de capa do item

Parasita (2019)

Com direção de Bong Joon-ho e uma fama incalculável, Parasita foi um sucesso que ninguém viu chegando, tornando-se uma febre mundial e se tornando, inclusive, o primeiro filme de língua não-inglesa a ganhar o Oscar de Melhor Filme, um feito absurdo. Porém, o que torna Parasita tão genial não é apenas seu final, mas a construção até ele.

O filme começa como uma comédia situacional sobre uma família paupérrima na Coréia do Sul que, pouco a pouco, "se infiltra" em uma casa de ricaços. Ali, eles descobrem que outras pessoas estão vivendo secretamente, o que eleva a tensão do mistério e culmina em uma festa de aniversário marcada por dois assassinatos brutais e muita violência.

O que impera aqui é uma convenção muito usada no cinema sul-coreano que "desarma o público" através de humor antes das coisas ficarem sérias e sujas. Além disso, o filme termina sem dar muitas explicações ao mostrar que um de seus personagens centrais, que supostamente teria fugido, continua vivendo na mansão, esperando para ser encontrado.

Imagem de capa do item

Maligno (2021)

James Wan é um daqueles cineastas que sempre traz contribuições muito valiosas para o horror, toda vez que decide dirigir um filme do gênero. Se ele já havia apresentado ao mundo obras como Jogos Mortais, Sobrenatural e Invocação do Mal, em Maligno ele perde as estribeiras e entrega uma das obras mais insanas de sua carreira.

Na trama, Madison Mitchell está convencida de que tem um elo psíquico com um assassino que tem matado várias pessoas ligadas ao seu passado. Ela acredita que, eventualmente, esse ser "sobrenatural" chamado Gabriel virá atrás dela - apenas para descobrirmos, ao final, que Gabriel é um teratoma - um câncer maligno que voltou à tona mesmo após ter sido expurgado.

Esse câncer fica instalado atrás da cabeça de Madison e é capaz de controlar o corpo da mulher sem muita dificuldade, motivo pelo qual ela acredita que há um elo psíquico entre ela e o assassino. O final de Maligno é glorioso a partir do momento que Madison é encarcerada junto de várias mulheres, e ali liberta seu lado assassino para todos verem.

Imagem de capa do item

John Wick 4: Baba Yaga (2023)

Fechando nossa lista com um filme deste ano, não poderíamos deixar de falar de John Wick 4: Baba Yaga, o quarto (e talvez último) filme da franquia estrelada por Keanu Reeves e comandada por Chad Stahelski. Aqui, o mercenário precisa juntar forças com aliados improváveis para atacar a maior ameaça que já viu em sua carreira sanguinária.

O filme é uma grande culminação de tudo que vimos nos capítulos anteriores, com o adicional de ser uma jornada bem pessoal para John Wick. Aqui, o personagem de Reeves precisa confrontar situações muito delicadas, fora os dilemas que vêm com seu ramo profissional. E, no fim, ele acaba morrendo após um conflito brutal.

Ao menos, é isso que o filme sugere - por mais que muitos acreditem que ele possa apenas ter forjado sua morte. No entanto, é um final brilhante, que traz uma conclusão emocional para a jornada do mercenário e ainda traz aquele poderoso sentimento de que uma história excelente chegou ao fim antes de ficar intragável. Agora, resta ver se os spin-offs vão manter a qualidade.