The Promised Neverland é um anime que conquistou os fãs logo de cara, entregando uma ótima narrativa e cenas emocionantes, contando com um desfecho da primeira temporada que foi muito elogiado. Porém, é incrível a queda de qualidade e como a segunda temporada do anime consegue estragar o que a primeira construiu.

Desde a primeira temporada foi confirmado os diversos perigos que as crianças encontrariam do lado de fora dos muros, mas o que a segunda temporada entrega está mais para uma narrativa “final feliz”, onde tivemos poucas mortes e tudo se resolveu de forma fácil e simples.

Muito disso se deu ao fato do anime adaptar 15 volumes do mangá em apenas 10 episódios… Claro que o resultado seria um final corrido e arcos sendo mal adaptados.

Aqui estamos falando do anime de 2003, que acabou passando pelo mesmo problema que muitas outras obras: a adaptação alcançou rapidamente os capítulos semanais do mangá. Mas nesse caso, o anime optou por seguir sua própria história, não sendo fiel ao que o mangá apresentaria no futuro.

A jornada de Edward e Alphonse Elric é repleta de sacrifícios e parceria entre os irmãos, mas a conclusão nesta versão é considerada por muitos, bem ruim. Muito disso influenciou diretamente a adaptação de um novo anime chamado Fullmetal Alchemist Brotherhood, onde os eventos do mangá foram respeitados.

É praticamente impossível falar de finais de animes que são odiados pelos fãs sem citar do anime dos anos 90, Neon Genesis Evangelion. Esse anime mecha é uma referência é considerado um dos mais importantes de sua geração, mas o estúdio que adaptou Evangelion acabou passando por alguns probleminhas ao final da história.

O diretor Hideaki Anno teve a ideia de fazer com que os últimos episódios do anime se passassem dentro da cabeça de Shinji, o protagonista. A escolha por uma narrativa mais subjetiva se deu para que fosse possível driblar algumas restrições de orçamento, mas nada disso agradou os fãs.

Após muitas críticas ao Estúdio Gainax, o diretor retornou a história e lançou um final “real” em formato de filme, o “The End of Evangelion”.

Essa é uma história com uma premissa interessante, pois nos apresenta 12 personagens participando de uma competição para decidir quem será o novo Deus, todos com um diário capaz de revelar alguns detalhes sobre o futuro.

Apesar da história começar interessante, o final decepcionou os fãs por não fazer muito sentido ao acrescentar diversas linhas temporais e, mesmo depois de sua conclusão, ainda é possível ver alguns fãs indo até sites e fóruns tentando entender o que aquele final significava.

Se você é um desses fãs que não entendeu muito bem o final do anime, existe um mangá que explica o fim da história, seu título é “Mirai Nikki Redial”, você pode encontrá-lo em pesquisas na internet, mas infelizmente não foi publicado no Brasil.

Tokyo Ghoul é um anime que teve uma primeira temporada de anime incrível, que prendeu os fãs do início ao fim e fez com que nos cancelássemos com o protagonista e seus dilemas. Porém, não foi isso que vimos no restante da franquia…

O material de origem foi trabalhado de forma rápida e solta, o que tornou os eventos a cada mudança de temporada cada vez mais difícil de compreender. No final de Tokyo Ghoul Root, Ken Kaneki abraça seu lado sombrio de Ghoul, mas troca batalhas que foram intensas no mangá por pensamentos melancólicos.

Tokyo Ghoul: re até tentou ajeitar a bagunça que foi feita, mas sem sucesso pois o estrago já havia sido feito.

Soul Eater passou mais de 50 episódios reforçando para o público o quanto o trabalho em equipe é importante e necessário, mas em sua reta final ele simplesmente se desviou dessa construção e entregou seu próprio final que é diferente da obra original.

Nele, Maka decide trabalhar sozinho para vencer a batalha final utilizando apenas um soco aleatório. Além disso, um outro personagem morre ao final do anime, ao invés de ser preso como ocorreu no mangá, contradizendo e muito tudo o que foi construído ao longo da série.

E aqui temos mais um exemplo de como a pressão editorial pode atrapalhar e muito o desfecho de boas obras. Yu Yu Hakusho está entre os shounens mais queridos dentre os clássicos, mas seu final foi um tanto quanto estranho.

O mangá já havia sido afetado pela editora e a saúde frágil de Togashi, mas o anime foi ainda pior: o tão esperado Torneio no Makai durou menos de 6 episódios e o anime não mostrou o final do mangá, trazendo o trecho final dessa história décadas depois com uma animação do Studio Pierrot.

Bleach é outro sucesso entre os animes shounen, mas seu final acabou sendo tão confuso quanto algumas outras partes dessa obra de Tite Kubo. O Arco Final nos dá poderes que surgem do nada, algumas histórias sem explicação e uma luta final contra Yhwach que decepcionou os fãs do mangá.

Se o anime seguir o mesmo caminho do mangá, é bem provável que o final seja tão decepcionante quanto.

Muitos fãs brincam dizendo que Naruto deveria ter acabado no Arco da Invasão de Pain a Konoha, só por isso já sabemos que o final original não agradou parte do público do nosso ninja loiro. Além da luta final contra a Deusa Kaguya, também tivemos o desfecho da rivalidade entre Naruto e Sasuke.

A disputa dos dois foi mais arrastada do que os fãs esperavam, principalmente por ser uma rivalidade que os dois personagens nutriam a anos. Fora que: todos os personagens se casaram e tiveram filhos no mesmo período, como uma grande família feliz, com direito a festa de casamento e até um “vídeo de depoimento” de ninguém menos que Orochimaru (e o espírito de Neji Hyuuga???)

Fora a continuação de Kishimoto, Boruto: Naruto Next Generations, que divide opiniões entre a comunidade que cresceu sonhando em ver Naruto se tornar um Hokage.

Bom, o final de Attack on Titan no mangá é um ponto bem polêmico, pois nem mesmo o autor da obra gostou do que entregou. Seja por pressão da editora ou até por más escolhas de Hajime Isayama, o fato é que AOT terminou de uma forma que decepcionou seu fandom.

O anime, por sua vez, tem sua polêmica própria para lidar: a eterna divisão da “parte final” que nunca é realmente a final. Isso já é motivo suficiente para problemas entre os fãs, mas a adaptação aparenta estar seguindo os eventos do mangá, ou seja: além do problema com as divisões da temporada, o anime ainda pode enfrentar o hate pelo final desastroso da obra original.