9 filmes de terror que mentiram sobre serem baseados em fatos reais
9 filmes de terror que mentiram sobre serem baseados em fatos reais
Quem não morre de medo de uma história “baseada em fatos reais?”
O cinema de horror costuma se inspirar em nossos maiores medos – sejam eles de cunho sobrenatural ou até mesmo os horrores do dia-a-dia. Nesse sentido, não é raro vermos filmes que se baseiam em supostos “fatos reais” – com direito a pleonasmo e tudo.
Porém, não é sempre que os filmes retratam a realidade como ela é – e em alguns casos, nem sequer há um compromisso com o que realmente aconteceu. Aqui, listamos 9 filmes de terror que mentiram sobre ser baseados em fatos!
Aniversário Macabro (1972)
Muito antes de assombrar o mundo com A Hora do Pesadelo e Pânico, Wes Craven despontou com seu primeiro longa-metragem, o polêmico Aniversário Macabro, que segue a história de uma jovem menina estuprada e morta por um grupo de delinquentes.
Vendido como um filme "baseado em fatos", o longa na verdade foi inspirado pelo filme O Jardim da Donzela, de Ingmar Bergman, que por sua vez, foi baseado em uma antiga cantiga popular. Independente da realidade, o filme se tornou um sucesso de público.
O Homem de Palha (1973)
Um dos maiores expoentes do folk horror, O Homem de Palha é a história de um policial que viaja até a estranha ilha de Summerisle para investigar o desaparecimento de uma jovem garota, apenas para se ver em um ritual pagão, com um sacrifício macabro.
O filme começa com um letreiro agradecendo "ao Lord Summerisle e o povo de sua ilha" pela ajuda na realização do filme. Porém, tudo não passava de uma brincadeira com o público: nem o Lord Summerisle e nem a ilha existem no mundo real.
O Massacre da Serra Elétrica (1974)
Lançado em 1974, O Massacre da Serra Elétrica foi um dos precursores do cinema slasher, apresentando a história de Sally Hardesty e seus amigos, que são caçados pelo cruel Leatherface e sua família de canibais. O filme foi um dos primeiros a usar os dizeres de "baseado em fatos reais".
No entanto, isso não é bem verdade. Leatherface foi inspirado em Ed Gein, notório serial killer americano conhecido por canibalizar suas vítimas e montar móveis com partes de seus corpos. Porém, ele não usava uma motosserra em seus ataques, e nem tinha uma família canibal.
A Bruxa de Blair (1999)
De todos os casos dessa lista, A Bruxa de Blair é um dos mais emblemáticos, já que em vez de se vender como "baseado em fatos", o filme alegava ser um registro dos próprios fatos em si, com um grupo de amigos planejando um documentário sobre a lenda local de uma bruxa.
Em uma das campanhas mais revolucionárias de marketing da história do cinema, a equipe e os atores venderam o filme como se tudo aquilo fosse real - e todas as filmagens haviam sido encontradas após o sumiço dos atores. Claro que tudo não passava de uma estratégia de divulgação - mas muitos acreditaram na balela.
O Albergue (2006)
Lançado em 2006, O Albergue ajudou a alavancar a carreira de Eli Roth, além de ter sido um dos filmes a lançar o subgênero do torture porn. Aqui, seguimos um grupo de amigos em viagem pelo Leste Europeu, quando se vêem reféns de uma elite sanguinária.
Durante sua divulgação, o filme se vendeu como "baseado em fatos reais", mas tudo não passava de um (baita) exagero da realidade. Roth se inspirou ao descobrir um site onde era possível pagar US$ 10 mil para atirar na cabeça de uma pessoa na Tailândia - ele inclusive planejava fazer um documentário sobre o assunto originalmente.
As Fitas de Poughkeepsie (2007)
Assim como A Bruxa de Blair, o found footage As Fitas de Poughkeepsie alega ser uma compilação de vídeos reais - dessa vez, temos um serial killer que registrava cada tortura, mutilação e morte de suas vítimas, em cenas bem excruciantes.
Uma nítida homenagem aos filmes snuff, onde a violência não é encenada, o filme não é, de modo algum, um registro real. Porém, até hoje há quem acredite que tudo aquilo aconteceu mesmo - há inclusive uma teoria de que o longa não teve ampla distribuição e lançamento graças a um processo movido por familiares das vítimas.
Os Estranhos (2008)
Em 2008, Bryan Bertino dirigia o clássico cult Os Estranhos, sobre um casal que ia passar alguns dias em um casarão afastado, apenas para se verem na mira de três figuras degeneradas, com máscaras e uma sede assassina insaciável.
A divulgação investiu muito na ideia de que o filme foi inspirado por eventos reais - e embora não seja mentira, foi um grande exagero, já que a ideia surgiu de uma vez que Bertino, ainda criança, foi abordado por estranhos em sua casa, só para descobrir depois que essas pessoas estavam vendo quais casas estavam desocupadas na vizinhança para então roubá-las.
Annabelle (2014)
Em 2013, a saga de Invocação do Mal chegava aos cinemas, adaptando alguns (supostos) casos reais vividos pelo casal de demonologistas Ed e Lorraine Warren. Criada por James Wan, a franquia sempre extrapolou muitos elementos reais, levando-os para o terreno da ficção.
Isso logo ficaria evidente com o primeiro spin-off da franquia, Annabelle, de 2014. Apesar de ter se inspirado no suposto caso real da boneca maldita, o filme toma várias liberdades criativas - como a aparência da boneca, que é bem diferente da boneca verdadeira, ou toda a história de origem por trás de Annabelle.
O Exorcista do Papa (2023)
Por fim, temos o exemplo mais recente da lista. O Exorcista do Papa segue a história e a luta de Gabriele Amorth, um padre que realmente viveu, enquanto ele desvenda uma conspiração diabólica no coração da Igreja Católica e do Vaticano, em um tom nitidamente inspirado pela franquia Invocação do Mal.
Porém, desde o começo de sua divulgação, o filme prometia ser inspirado em escritos reais de Amorth - mas nada do que vemos no filme realmente aconteceu, tanto que há alguns erros factuais cabulosos, como um símbolo da Inquisição Espanhola que foi retirado do game Dragon Age Inquisition.