Censurados por serem demais: 9 filmes de terror que foram proibidos

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Censurados por serem demais: 9 filmes de terror que foram proibidos

Por Gus Fiaux

Por tocar em temas tão complexos e profundos como medo, repulsa, nojo e ódio, o cinema de horror é conhecido por cruzar certos limites. Dar um susto é relativamente fácil, mas o difícil é perturbar seu público com ideias tão apavorantes que jamais poderiam ser feitas no nosso mundo real. Porém, alguns cineastas conseguiram cruzar essa linha e de quebra, ainda entregaram obras eternamente assustadoras.

De filmes slasher a “documentários falsos”, há uma infinidade de obras de terror que foi banida ou proibida em vários países por conta de seus conteúdos gráficos e violentos. Na lista de hoje, reunimos 9 filmes de terror que foram censurados por seus temas e conteúdos!

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A Centopeia Humana 2 (2011)

Dando início à lista com uma franquia conhecida por sua estranheza e pelo teor "extremo" é a saga Centopeia Humana, criada por Tom Six. O primeiro filme, de 2009, foca na história de um cientista nazista que decide fazer um experimento, conectando três pessoas cirurgicamente para formar um único organismo - a tal Centopeia Humana.

O segundo capítulo, de 2011, por outro lado, adota uma vertente bem mais suja e cínica. A trama agora acompanha um fã do filme original, que decide criar sua própria Centopeia, mas com bem mais vítimas e quase nenhum tipo de higienização. Com um apelo maior para o horror grotesco e escatologia, o filme foi banido em diversos países desde seu lançamento.

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A Serbian Film: Terror Sem Limites (2010)

Ainda nesse campo mais "doentio", não podemos nos esquecer de uma das produções mais chocantes dos últimos anos. Lançado em 2010, A Serbian Film: Terror Sem Limites é considerado por muitos como o filme de terror mais perturbador já feito, por conta de seu teor altamente violento e cenas que incluem gore muito explícito.

Na trama, um homem retorna à indústria pornográfica - mas dessa vez, precisa fazer filmes "extremos" - o que inclui necrofilia, pedofilia e uma série de outras cenas realmente angustiantes. O longa foi censurado em dezenas de países - incluindo o Brasil, Alemanha, Austrália e Singapura, entre outros.

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O Albergue (2005)

Quando surgiu nos cinemas, após a virada do século, Eli Roth se provou um diretor disposto a cruzar limites para dar ao público a experiência mais visceral possível do horror - coisa que já podemos notar em suas primeiras obras, como Cabana do Inferno. Em O Albergue, ele leva isso a outra potência com um filme cheio de momentos agonizantes e sufocantes.

O filme foi, junto com a saga Jogos Mortais, um dos "pais" do subgênero que ficou conhecido como torture porn - famoso por mortes cada vez mais grotescas e nojentas, além de muita mutilação e sangue. Como O Albergue (e sua sequência), tocam em questões políticas e falam sobre luta de classes e turismo mortal por parte das elites, os longas foram banidos em vários países.

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Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio (1981)

Um dos melhores exemplares do horror oitentista, Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio foi o começo de uma grande saga criada por Sam Raimi e estrelada por Bruce Campbell no papel de Ash Williams, um homem comum que precisa passar por provações infernais quando viaja com seus amigos para uma cabana isolada no meio do nada.

O filme hoje é motivo de risos e funciona como uma ótima comédia de terror, mas na época de seu lançamento, atraiu olhares furiosos de muitos órgãos de censura ao redor do mundo. No Reino Unido e na Inglaterra, o longa era exibido apenas em uma edição censurada até 2001 - vinte anos após seu lançamento original.

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Holocausto Canibal (1980)

Muito antes de A Bruxa de Blair e Atividade Paranormal, o found footage - estilo que brinca com o conceito de imagens e arquivos encontrados - era lentamente "cozinhado", e uma das obras que definiu esse tipo de linguagem cinematográfica foi Holocausto Canibal, longa cuja reputação inteira foi construída em cima da ideia de que tudo aquilo em tela era real.

Isso atraiu grandes problemas para o diretor do projeto, Ruggero Deodato, que teve que prestar contas com a justiça e provar que o elenco não havia morrido durante as gravações. Com muitas sequências de canibalismo e até violência animal não-simulada, o filme entrou para a lista da censura de vários países, como Islândia e Nova Zelândia.

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As Faces da Morte (1978)

Muitos filmes dos anos 70 e 80 seguiram uma linha de divulgação bem... curiosa. Os chamados snuff films se promoviam na ideia de que todas as mortes mostradas em cena eram reais - e um caso bem famoso disso foi o "documentário" As Faces da Morte, escrito e dirigido por John Alan Schwartz e lançado em 1978.

No cartaz do filme, lia-se que ele já havia sido banido em mais de quarenta países devido às cenas grotescas e assustadoras de mortes reais. No entanto, como revelado posteriormente, todas as cenas - incluindo as sequências de mutilação e crueldade animal - foram feitas do "jeito certo", ou seja, ninguém foi ferido (ou morto) durante as filmagens.

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O Massacre da Serra Elétrica (1974)

Em 1974, Tobe Hooper dava origem a um dos projetos mais importantes do cinema de horror com seu O Massacre da Serra Elétrica, obra que iria estabelecer muito do que seria conhecido como "cinema slasher" na década seguinte. Aqui, somos apresentados ao mortal e horripilante Leatherface, um dos assassinos mais populares da ficção.

Graças ao estilo "naturalista" e semidocumental de Hooper, várias sequências foram tidas como "pesadas demais" para a época. A violência fez com que o primeiro filme fosse banido em vários países - inclusive o Brasil. Apesar disso, um fato curioso é que quase todas as cenas de matança não mostram nada muito explícito, e todo o lado grotesco é deixado para a imaginação...

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Aniversário Macabro (1972)

Muito antes de criar clássicos atemporais do horror como Pânico e A Hora do Pesadelo, Wes Craven adentrou nos cinemas através de um filme bem ousado e grotesco. Sem nenhum elemento sobrenatural ou o "excesso" visto no terror da época, Aniversário Macabro é um exploitation sobre duas amigas que acabam na mira de uma gangue de estupradores e assassinos.

Com uma filmagem menos definida e um clima naturalista, o filme chocou o mundo com sua retratação de violência - sobretudo as cenas de abuso sexual, que são bem desconfortáveis de se assistir até hoje. Por conta disso, o filme foi banido em vários países, como no Reino Unido, onde passou a figurar na lista de filmes "proibidos" pelo governo britânico, os video nasties.

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Os Demônios (1971)

Ao longo dos séculos, várias obras de arte já deixaram grupos religiosos e/ou igrejas com a pulga atrás da orelha, seja pela retratação da iconografia cristã ou por questões consideradas blasfemas e heréticas. Um caso especial disso é Os Demônios, filme de Ken Russell baseado na história real de uma abadia na França, onde freiras teriam sofrido possessão demoníaca coletiva.

Inspirado pelo livro Os Demônios de Loudun, de Aldous Huxley, o longa toca em elementos como bruxaria e fé deturpada, e chocou a Igreja Católica por suas cenas fortes - o que inclui uma sequência com uma orgia estrelada por um padre vestido de Jesus Cristo. Por isso, a obra foi censurada e até proibida em alguns países, como Inglaterra e Finlândia.