Um dos casos mais recentes de filmes que mudaram outros filmes envolve o visual de um personagem que apareceu pela primeira vez no MCU em Thor: Amor e Trovão (2022), quarto filme do Deus do Trovão na franquia. O dito cujo é o vilão Gorr, o Carniceiro dos Deuses, que foi interpretado por Christian Bale no longa.

Durante o desenvolvimento da produção, o diretor Taika Waititi percebe que, nos quadrinhos, Gorr tinha um visual bastante parecido com o de Voldemort nos filmes de Harry Potter, como o nariz achatado e a pele pálida, por exemplo. Assim, ele decidiu fazer algumas mudanças na versão em live-action do vilão para que ela não ficasse muito parecida com o antagonista da história do Menino Que Sobreviveu.

Outro caso bastante conhecido de alterações inusitadas no universo dos super-heróis envolve o bigode de Henry Cavill. Se você acompanhou todo o drama na época, deve se lembrar de que a equipe precisou remover digitalmente o bigode do intérprete do Superman durante o processo de refilmagens, o que deixou as coisas um pouco esquisitas visualmente.

Isso porque, no período das gravações do Liga da Justiça (2017) de Joss Whedon, Cavill estava de contrato assinado para estrelar Missão: Impossível - Efeito Fallout (2018), cujo personagem interpretado por ele tinha um bigode. Como proibiram Cavill de tirá-lo porque ele ainda precisava terminar sua participação no filme de Tom Cruise, a Warner teve que se virar nos 30 para finalizar as regravações, removendo o bigode com a ajuda de computação gráfica no processo de pós-produção.

Lançado na década de 1990, Matilda (1996) foi um grande fenômeno da época, marcando a infância de várias pessoas ao redor do mundo. Mas o longa de Danny DeVito não influenciou apenas a vida de seu público, como também a trajetória do filme Nanny McPhee: A Babá Encantada (2005), que precisou trocar seu título original para não confundir a cabeça dos espectadores.

Isso porque Nanny McPhee é uma adaptação da série de livros infantis chamada Nurse Matilda, título que, em português, pode ser traduzido como Babá Matilda. Devido à popularidade do longa estrelado por Mara Wilson (que por sua vez também é uma adaptação literária do livro Matilda de Roald Dahl), a equipe decidiu alterar o nome da personagem, transformando-a em Babá McPhee.

Interestelar (2014) e A Chegada (2016), duas das ficções científicas mais populares dos últimos anos, também possuem uma conexão inusitada. Nesse caso, o que aconteceu foi que o roteirista Eric Heisserer teve que alterar o final do filme de Denis Villeneuve porque ele era bastante similar ao do longa de Christopher Nolan.

Heisserer percebeu as semelhanças no rascunho inicial de A Chegada pouco depois que o filme de Nolan chegou aos cinemas. A princípio, ambos tratavam da existência humana após a espécie sair do Planeta Terra em busca de melhores condições de vida. Como Eric acreditava que Nolan já tinha deixado a mensagem, ele decidiu mudar o roteiro do longa estrelado por Amy Adams.

Por pouco, você poderia ter visto Nicole Kidman no thriller O Quarto do Pânico (2002), longa de David Fincher estrelado por Jodie Foster e Kristen Stewart. O que aconteceu foi que, antes de ser escalada para o filme, Kidman estava gravando o musical Moulin Rouge: Amor em Vermelho (2001), de Baz Luhrmann, produção em que ela sofreu diversas lesões e até mesmo fraturas.

Assim que Kidman começou a filmar O Quarto do Pânico, ela logo sofreu uma nova contusão, e os médicos descobriram que o joelho que a atriz havia fraturado na época de Moulin Rouge não estava totalmente curado. Como o thriller já tinha uma carga intensa, Nicole acabou saindo da produção, abrindo espaço para que Jodie Foster a substituísse pouco tempo depois.

Mais um caso de filmes que alteraram filmes de maneira aleatória aconteceu com a dupla Capitão América: Guerra Civil (2016) e X-Men: Fênix Negra (2019). Aqui, o longa que precisou mudar de rumo foi o filme dos X-Men, uma produção que não agradou nem um pouco os fãs da equipe de mutantes.

O ocorrido envolve a cena da batalha final de X-Men: Fênix Negra, que inicialmente seria um tanto quanto similar a de Capitão América: Guerra Civil. Logo, o diretor e roteirista Simon Kinberg decidiu mudar de ideia e, ao invés de seguir um tom mais intimista, colocou a grande luta do clímax de um jeito bastante explosivo.

Circulam rumores por aí que Capitã Marvel (2019) também influenciou a troca do final de Fênix Negra, que supostamente teria uma cena da personagem lutando contra Skrulls. No entanto, essa talvez seja apenas uma mera coincidência.

Alerta Vermelho foi um filmes mais populares da Netflix em 2021, uma realidade que afetou o filme Ascensão do Cisne Negro, mesmo que este último tenha chegado à plataforma em março de 2021 – meses antes da estreia do filme estrelado por Dwayne Johnson, Gal Gadot e Ryan Reynolds.

O que aconteceu foi que inicialmente, em inglês, o título original de Ascensão do Cisne Negro, que chegou ao streaming como SAS: Red Notice, era praticamente igual ao de Alerta Vermelho, que no original é chamado de Red Notice. Assim, para não gerar confusão no público, que poderia achar que ambos tinham alguma relação, a Netflix decidiu trocar o nome de SAS: Red Notice para SAS: Rise of the Black Swan, ou Ascensão do Cisne Negro em português.

Mais um filme do diretor Christopher Nolan que causou alvoroço em Hollywood. Aqui, o que aconteceu foi que A Origem (2010) fez com que uma sequência inteira do roteiro de X-Men: Primeira Classe (2011) fosse descartada por causa da famosa cena do corredor giratório do filme de Nolan.

A decisão de retirar a cena em que o Professor Xavier (James McAvoy) lutaria contra mutantes em uma sala giratória foi do diretor Matthew Vaughn, que assistiu A Origem e percebeu que incluir uma sequência semelhante em seu filme poderia causar algum tipo de problema.

Quase uma corrida espacial entre Warner e Disney, as duas adaptações de Mogli também afetaram uma a outra. Nesse caso, foi Mogli: O Menino Lobo (2016), longa produzido pela empresa do Mickey e dirigido por Jon Favreau que se deu bem, apesar de ter sido anunciado após Mogli: Entre Dois Mundos (2018), de Andy Serkis.

Quem ultrapassou a largada primeiro foi Mogli: O Menino Lobo, que fez um baita sucesso na época de seu lançamento. Assim, a Warner ficou apreensiva de colocar Mogli: Entre Dois Mundos nas telonas, afinal havia o risco do público não se interessar por uma outra adaptação em um curto período de tempo.

O resultado foi que a Warner acabou adiando várias vezes o lançamento do longa de Andy Serkis, que inicialmente chegaria aos cinemas em 2016 (mesmo ano do filme de Favreau). Lançado em 2018, o filme estreou diretamente no streaming após ser vendido para a Netflix, passando completamente despercebido por muita gente.

Até mesmo a franquia do 007 precisou passar por mudanças. Isso porque a fama de agentes secretos brincalhões que a franquia Austin Powers plantou na mente do público durante o final dos anos 90 e início dos anos 2000 fez com que a nova leva de filmes de James Bond, que seria encabeçada por Daniel Craig a partir de 007: Cassino Royale, precisasse se “reinventar” para levar mais seriedade a esse tipo de história.

O próprio Craig chegou a admitir, em 2014, que os filmes estrelados por Mike Myers tinham “tornado piadas impossíveis” na franquia do 007, o que fez a equipe buscar uma abordagem mais séria e sombria para a saga do personagem nas telonas.