10 filmes que têm finais diferentes em países diferentes
10 filmes que têm finais diferentes em países diferentes
Diferentes territórios… diferentes versões!
Não é incomum descobrirmos que um filme possui edições alternativas e estendidas, cortes do diretor e todo tipo de nome possível para versões que não são aquela que foi para a sala de cinema. Isso fica ainda mais curioso quando analisamos os motivos por trás daquelas versões, e como censuras ou questões culturais podem ter sido responsáveis por mudar filmes iguais em diferentes países.
Sejam cortes censurados por questões políticas ou pela recepção do público, selecionamos 10 filmes que possuem versões diferentes em diferentes países!
A Noviça Rebelde (1965)
Um dos musicais mais conhecidos de Hollywood, A Noviça Rebelde até hoje causa surpresa em muita gente, já que começa como um romance fofo e sensível e, lá pela metade, se torna uma história sobre uma freira escapando com sua nova família em plena Segunda Guerra Mundial, com a ascensão de Adolf Hitler.
Na Alemanha, há até hoje uma forte lei que permite a censura a símbolos e ideais nazifascistas, e isso foi usado para que os exibidores removessem um bom trecho do final do longa - o que causou atrito com o estúdio original, já que não foram informados sobre a censura. Como o final editado não fazia sentido algum, logo a conclusão original foi restaurada nas cópias alemãs.
Brazil: O Filme (1985)
Em 1985, Terry Gilliam, um dos criadores do Monty Python, lançava ao mundo sua distopia sinistra com Brazil: O Filme, um longa sobre uma sociedade futurista completamente dominada pelo consumismo e por uma mão invisível do governo e das corporações. Originalmente, Gilliam planejou um final trágico, com o protagonista sendo aprisionado.
Porém, os produtores norte-americanos da Universal Pictures acharam que o final era muito sombrio para o público americano. Por isso, nos Estados Unidos, eles fizeram um corte sem a aprovação de Gilliam, que concedia ao personagem um triunfante final feliz. O cineasta ficou furioso, mas até hoje é possível encontrar as duas versões por aí.
Clube da Luta (1999)
Lançado em 1999, Clube da Luta logo se tornaria um verdadeiro marco cultural, ainda que não seja totalmente compreendido até hoje. No longa de David Fincher, vemos uma série de críticas ao consumismo, individualismo e o senso de identidade capitalista norte-americana - tanto que, no fim, tanto o protagonista quanto seu alter ego Tyler Durden fazem uma revolução.
Para isso, "Tyler" (o lado inconsciente do Narrador) explode várias bombas em Los Angeles, criando um evento do qual o país não poderia se recuperar. Apesar da mensagem anti-capitalista, os censores da China não ficaram muito felizes com o desfecho, já que poderia incitar revoluções em seu país. Por isso, o filme é finalizado com um letreiro que diz que a polícia encontrou as bombas e as explosões foram impedidas.
Diário de uma Paixão (2004)
Baseado no romance homônimo de Nicholas Sparks e protagonizado por Ryan Gosling e Rachel McAdams ainda no florescer de suas carreiras, Diário de uma Paixão é, como o próprio título diz, uma recapitulação do amor entre Noah Calhoun (Gosling) e Allie Hamilton (McAdams), que termina de um jeito trágico e emocionante.
Todos já estamos habituados com o corte original do filme, que termina com Noah e Allie morrendo um nos braços do outro, de problemas de saúde. No entanto, a Netflix fez uma leve alteração na edição do Reino Unido e da Irlanda, que termina com uma breve cena de dois pássaros voando, sem confirmar o destino fatal do casal.
Orgulho e Preconceito (2005)
Para muitos, a versão de 2005 de Orgulho e Preconceito é a adaptação definitiva do romance homônimo de Jane Austen, tendo lançado Keira Knightley e Matthew Macfadyen para a eternidade como a encantadora Elizabeth Bennet e o ranzinza Sr. Darcy, respectivamente. Porém, há uma divertida discrepância na versão do filme nos Estados Unidos.
Enquanto o corte original feito na Inglaterra termina com Sr. Bennet (que é vivido por Donald Sutherland) dando sua benção ao casal, o corte para os cinemas americanos incluía uma cena ambientada após os eventos do livro original, mostrando Elizabeth e Darcy casados em Pemberly. Entre os fãs do filme, muitos preferem a versão original, justamente por ser mais sutil.
O Senhor das Armas (2005)
Lá pelos idos anos 2000, Nicolas Cage aproveitou muito bem do estrelato, participando de alguns projetos bem cativantes. Esse é o caso de O Senhor das Armas, um thriller dramático onde o astro dá vida a um criminoso e traficante de armas internacional chamado Yuri Orlov, e o acompanhamos através de sua ascensão e queda.
No final original, Yuri é preso mas consegue fugir da prisão, apenas para que possa retornar ao seu lar e descobrir que perdeu tudo, incluindo sua família. Na China, no entanto, o filme teve sua última meia hora completamente cortada na sala de edição, e substituída por um letreiro que diz que Orlov se entregou e passou o resto de sua vida na cadeia.
Na China, há leis que proíbem que personagens "ruins" escapem bem ao fim do filme, e por isso todo o final do longa foi descartado.
Abismo do Medo (2005)
Considerado por muitos como um dos melhores filmes de horror dos anos 2000, Abismo do Medo segue um grupo de amigas que, ao adentrar em uma caverna na Carolina do Norte, acabam se tornando vítimas de monstros subterrâneos apavorantes. Porém, o filme acabou recebendo dois finais bem diferentes, que até hoje geram debates entre os fãs.
Em uma delas, a protagonista Sarah consegue escapar das criaturas, mas logo acorda na caverna novamente, escutando o som de seus algozes. Já nos EUA, o filme encerra com Sarah fugindo e dirigindo em seu carro, apenas para alucinar com sua falecida filha sentada ao seu lado. Vale lembrar que só o final americano "desemboca" na sequência, O Abismo do Medo 2, de 2009.
1408 (2007)
Baseado em uma novela de Stephen King, o filme 1408 nos leva ao hotel The Dolphin, em Nova York, onde um escritor de livros paranormais decide se hospedar em um quarto supostamente mal-assombrado. Pouco a pouco, a noção de realidade de Mike Enslin (vivido por John Cusack) é desafiada, e ele logo percebe que seu ceticismo não vai salvá-lo.
O filme teve um final original no qual Mike é queimado vivo dentro do quarto de hotel, mas a versão que foi para os cinemas terminava com o personagem acordando, como se tudo não passasse de um sonho, e ouvindo a voz de sua filha morta em uma de suas gravações. Enquanto o final original se tornou o "padrão" do filme ao redor do mundo, países como Japão, Holanda e até a Austrália receberam a versão cinematográfica.
O Grande Mestre (2013)
Baseado na história do lendário Ip Man e dirigido por Wong Kar-wai - de Amor à Flor da Pele e Felizes Juntos -, O Grande Mestre, de 2013, é uma expressa carta de amor ao cinema de artes marciais. Porém, quando o cineasta finalizou seu filme, foi alertado pelo produtor Harvey Weinstein de que deveria fazer algumas mudanças no corte.
Para quem não sabe, Ip Man foi o homem que treinou um dos maiores atores de artes marciais do mundo, Bruce Lee. Para "justificar" a sua existência ao público americano, o filme recebeu um novo final que mostra Ip Man junto a um jovem Bruce Lee. Porém, a versão alternativa dos Estados Unidos não foi muito bem recebida, e até hoje há quem prefira o corte do diretor.
Minions 2: A Origem de Gru (2022)
Outro filme que encontrou problemas na China devido à sua "mensagem" foi - pasmem! - Minions 2: A Origem de Gru, a sequência/prequel do spin-off de Meu Malvado Favorito. Não, não é brincadeira. Na verdade, o país tem regras muito sérias sobre filmes que possam passar a ideia de que criminosos e estão certos ou merecem perdão, sobretudo em obras infantis.
Por isso, se na versão original do filme vemos Gru, seus Minions e até seu mentor, Willy Kobra, escapando em um voo comercial para São Francisco. Já na versão chinesa, o filme termina com Gru e os Minions sendo capturados junto de Willy - que vai para a prisão pelo resto da vida. Afinal... não se deve cometer crimes, crianças!