Um Corpo Que Cai, considerado por muitos um dos melhores filmes da história do cinema, é um clássico da carreira de Alfred Hitchcock que, provavelmente, tem mais “remakes” não intencionais do que outros filmes por aí. Ao que tudo indica, o longa de Hitchcock estrelado por James Stewart (A Felicidade Não Se Compra) e Kim Novak (Sortilégio de Amor) de fato irá ganhar um remake no futuro, que pode contar com a presença de Robert Downey Jr. (Homem de Ferro) no elenco. Mas muitas produções da indústria cinematográfica meio que já fizeram isso diversas vezes.

Para ilustrar, temos o filme Trágica Obsessão, longa-metragem de Brian De Palma (Scarface) que é assumidamente inspirado em Um Corpo Que Cai. Roteirizado por Paul Schrader (Taxi Driver), o filme acompanha a história de um homem que é assombrado pela morte de sua esposa. Até que, anos depois, ele encontra uma jovem que é, inexplicavelmente, igual à mulher com quem foi casado.

Não é novidade para quem acompanha o trabalho de De Palma que ele é um grande entusiasta de Hitchcock – vários trabalhos dele são influenciados pelo estilo do diretor de Psicose (1960). Mas foi com Trágica Obsessão que ele elevou a inspiração para outro patamar ao construir, com a ajuda de Schrader, uma história semelhante à de Um Corpo Que Cai, onde o personagem de James Stewart também passa pela questão do duplo (ou o famoso termo doppelgänger) quando é chamado para investigar as atitudes suspeitas de Madeleine (Kim Novak).

Alfred Hitchcock não é considerado um dos cineastas mais importantes da sétima arte à toa. Sua filmografia foi – e continua sendo – uma grande influência para inúmeros diretores por aí, e é mais do que comum ver outras produções usando seus trabalhos como referência, como foi o caso de Um Corpo Que Cai. Porém, outro clássico do cineasta também recebeu uma “cópia” nos tempos atuais.

O filme em questão é Janela Indiscreta, mais uma parceria de Hitchcock com James Stewart. No filme, Jimmy interpreta um fotógrafo profissional que é obrigado a permanecer confinado em seu apartamento após ter quebrado a perna. Sem muitas opções de lazer, ele passa a usar um binóculo para acompanhar a vida de seus vizinhos até que acontecimentos estranhos o levam a acreditar que um assassinato foi cometido.

Janela Indiscreta já recebeu diversas homenagens ao longo da história do cinema, mas teve um filme que conseguiu ser praticamente um remake do clássico: Paranoia, do diretor D. J. Caruso (Eu Sou o Número Quatro). Também assumidamente inspirado no clássico de 1954, a premissa do longa é basicamente a mesma que a de Janela Indiscreta, mas, neste caso, acompanhamos a trama pelo ponto de vista de um jovem que é interpretado por Shia LaBeouf (Transformers) e que está em prisão domiciliar.

Não é de hoje que as semelhanças entre a trama do Avatar de James Cameron e a de Pocahontas, a clássica animação da Disney que foi inspirada em uma pessoa real, são notadas pelo público que já assistiu a ambos. Embora os dois filmes sigam a mesma estrutura da jornada do herói, é bastante notável que a maneira como a narrativa foi conduzida chega a ser similar em diversos momentos.

Isso porque, além de tratarem de temáticas semelhantes, como colonialismo e amores proibidos, os dois filmes contam a história de humanos que chegam em um lugar diferente – seja uma tribo ou um outro planeta – com o intuito de explorar o local. Mas um homem colonizador acaba se apaixonando pela filha do chefe da comunidade nativa e, enquanto o amor dos dois se desenvolve e ele vai aprendendo a gostar do modo de vida dali, o restante dos humanos quer apenas tirar vantagem das riquezas e preciosidades do território.

Histórias de amigos que resolvem ter relações sexuais sem necessariamente terem sentimentos românticos um pelo outro (bom, pelo menos no começo) são mais do que comuns nas comédias românticas. É um clássico clichê do gênero, mas existem dois filmes que conseguiram ser similares até mesmo no ano de lançamento: Amizade Colorida e Sexo Sem Compromisso.

Amizade Colorida acabou se tornando o mais popular entre o público (dizer que pessoas possuem uma “amizade colorida”, inclusive, é o mesmo que dizer que são amigos que transam), mas os dois filmes seguem basicamente a mesma: dois amigos começam a se relacionar sexualmente, mas prometem que vão manter as coisas apenas no plano físico para não estragar a amizade. Porém, é claro que sentimentos começam a interferir no plano perfeito deles, e o resto é história.

Pode parecer piada, mas Procurando Nemo, uma das animações mais queridas da Pixar, e Busca Implacável, o filme de ação estrelado por Liam Neeson, meio que possuem a mesma premissa. Isso porque, basicamente, ambos acompanham a história de um pai superprotetor que precisa enfrentar situações perigosas para recuperar o filho raptado.

No caso de Busca Implacável, é uma garota que está em apuros, mas a ideia permanece a mesma. Enquanto o clássico de ação de Neeson segue um ex-agente do governo que tenta resgatar a filha de traficantes depois que ela o desobedece e viaja para Paris com as amigas, o filme da Pixar acompanha Marlin, um peixe-palhaço que cruza as profundezas do oceano para encontrar Nemo, um jovem que ignora as considerações do pai e é capturado por um mergulhador.

De Repente 30 é um clássico da comédia romântica que, até os dias de hoje, é lembrado com carinho por muita gente. Mas você chegou a perceber que o longa tem praticamente a mesma premissa que um filme estrelado por Tom Hanks no final dos anos 90?

O nome do dito cujo é Quero Ser Grande, uma produção dirigida por Penny Marshall (Um Equipe Muito Especial). Na trama, Josh Baskin, um menino de 12 anos, se transforma em um homem de 30 depois que um desejo seu é realizado. Baskin, então, passa a viver o melhor que a vida adulta tem para oferecer, mas, quando a pressão das problemáticas envolvendo a idade aparece, ele começa a mudar de ideia. Familiar, não?

Assim como Quero Ser Grande, De Repente 30 acompanha a história de uma adolescente que, no dia de seu aniversário de 13 anos, faz um pedido para se tornar adulta. O desejo se concretiza, e ela acorda no dia seguinte com 30 anos de idade.

Mais um caso misterioso de filmes lançados no mesmo ano e que curiosamente possuem premissas semelhantes. Vida de Inseto e FormiguinhaZ chegaram aos cinemas em 1998 e meio que criaram uma “rivalidade” entre si por justamente apresentarem histórias similares.

Além dos protagonistas de ambos os filmes serem formigas, as tramas acompanham as vidas dos personagens, que tentam lidar com suas individualidades diante do sistema organizacional do formigueiro onde habitam. Tudo vai bem, até que a colônia passa a ser ameaçada por forças maiores, e os dois decidem recrutar combatentes para salvar o local.

É claro que cada filme tem sua particularidade e seu contexto, mas a estrutura permanece a mesma (muito disso graças à famosa jornada do herói). No caso dos dois, Vida de Inseto acabou se saindo melhor entre o público, mesmo sendo um dos filmes mais “esquecidos” da Pixar.

Um grupo de amigos está vivendo tudo que há para se viver em uma grande festa até que o fim do mundo ameaça destruir a diversão. Essa é basicamente a premissa de É o Fim e Heróis de Ressaca, duas comédias que, olha só, também foram lançadas no mesmo ano.

Enquanto É o Fim brinca com a linha tênue entre ficção e realidade por contar com atores interpretando eles mesmos, Heróis de Ressaca abraça o plano ficcional para contar a história de amigos de infância que vão pulando de bar em bar até que uma batalha pela salvação da humanidade se inicia. Por mais que em É o Fim tudo se restrinja a uma festa na casa do ator James Franco, a premissa de ambas não deixa de ser extremamente parecida.

Um animal de um zoológico em Nova York decide fugir do local para explorar o mundo, fazendo com que seus amigos se juntem para resgatá-lo. A premissa até pode fazer você pensar em Madagascar, mas existe outro filme que tem exatamente essa história: Selvagem.

Lançados com apenas um ano de diferença, as duas animações são praticamente irmãs no desenrolar de suas tramas. Neste caso, a animação da Dreamworks conseguiu manter seu status de popularidade entre o público, ofuscando Selvagem. Este último, embora tenha como protagonista o leão Ryan, que decide fugir do zoológico para escapar da sombra do pai, não se esforçou muito para se diferenciar de Madagascar. Os personagens até vão para a África, inclusive.

Histórias em que personagens trocam de corpos existem aos montes por aí. A premissa é quase sempre a mesma, e se os protagonistas se odiarem, então, melhor ainda. Para ilustrar o caso, temos o queridinho e popular Uma Sexta-Feira Muito Louca, um clássico da carreira de Lindsay Lohan, e o Coisas de Meninos e Meninas, que não é tão conhecido assim quanto o filme da Disney.

Basicamente, acompanhamos a história de duas pessoas que não se suportam, mas que vão precisar aprender a lidar com a vida da outra (literalmente) após terem seus corpos trocados. Em Uma Sexta-Feira Muito Louca, a relação conturbada é entre mãe e filha. Já em Coisas de Meninos e Meninas, a troca de corpo acontece entre uma adolescente estudiosa e seu vizinho insuportável. Mudam os contextos, mas a premissa continua a mesma.