Muito antes do surgimento do MCU e do DCEU, os super-heróis viviam em franquias isoladas - sobretudo os da Marvel, já que diferentes estúdios detinham os direitos de adaptação dos personagens. Foi assim que surgiu a franquia dos X-Men da Fox, com dois ótimos primeiros filmes que se tornaram sucesso entre os fãs.

Em 2006, no entanto, saiu X-Men: O Confronto Final, tido durante um bom tempo como um filme horroroso que estragava todo o trabalho feito nos filmes anteriores. Colocando sob uma perspectiva recente, nem é tão ruim quanto pintam, mas é decepcionante por ter estragado a Saga da Fênix Negra e por ter encerrado a trilogia que havia começado tão bem.

Em 2011, a DC Comics estava estudando como entraria na disputa contra o Universo Cinematográfico da Marvel e criaria seu próprio universo de heróis - o que resultou na bomba nuclear conhecida como Lanterna Verde, o filme dirigido por Martin Campbell e estrelado por Ryan Reynolds - que, na época, ainda nem havia se redimido com seu Deadpool.

O filme foi planejado como o começo de uma franquia compartilhada, mas o resultado foi tão mal avaliado (o filme conta com 26% de aprovação da crítica e 45% do público no Rotten Tomatoes) que essa ideia foi enterrada até o lançamento de Homem de Aço, que só aconteceria em 2013 e daria início ao Universo Estendido da DC.

Após o moderado sucesso de O Espetacular Homem-Aranha, de 2012, a Sony fez de tudo para tentar lançar seu próprio universo compartilhado. E o principal afetado por isso tudo foi O Espetacular Homem-Aranha 2, de 2014. O filme não se sustenta por si só e está mais preocupado em dar pistas e teasers para um filme do Sexteto Sinistro que nem sequer aconteceu.

Ainda que tenha seus méritos - o traje usado por Peter Parker talvez seja a melhor roupa do Homem-Aranha em live-action e a adaptação de A Noite em que Gwen Stacy Morreu é bem interessante -, o longa acabou se provando uma decepção tão grande que, logo em seguida, a Sony deu fim à saga de Andrew Garfield e fechou um acordo com a Marvel Studios.

Lançado em 2012, Os Vingadores tinha sido a culminação de cinco anos de ferrenho planejamento, mostrando ao mundo como dava para seguir as regras mais malucas dos quadrinhos, criando um universo onde vários heróis pudessem coexistir e se ajudar de vez em quando. A continuação, no entanto, foi bem menos que isso.

Vingadores: Era de Ultron pode até ter avaliações positivas da crítica e do público no Rotten Tomatoes, mas foi um filme bem criticado por inchar sua própria trama com "pistas para o futuro" (um problema cada vez mais e mais recorrente) e, de quebra, desperdiçar personagens bem importantes das HQs, como Mercúrio e o próprio Ultron.

O ano era 2016 e a DC Comics estava reavaliando seus lançamentos, ainda mais após as críticas levantadas contra Homem de Aço e Batman vs. Superman: A Origem da Justiça. Impulsionados pelo sucesso de Guardiões da Galáxia, eles decidiram desmontar o Esquadrão Suicida de David Ayer para criar um filme mais divertido.

Após meses de um marketing viral excelente, que mostrava toda a loucura por trás do longa, o resultado que chegou aos cinemas foi bem controverso, para dizer o mínimo. Apesar de ter dado ao mundo um fenômeno como a Arlequina de Margot Robbie, o longa chega a ser catastrófico de tão mal editado e cheio de furos em sua narrativa.

As animações da DC Comics sempre foram, ao menos para os fãs, grandes sinônimos de qualidade e excelência no campo das adaptações. Baseando-se em grandes arcos dos quadrinhos, esses filmes sempre fizeram de tudo para recriar a experiência dos leitores, sem necessariamente se importar com uma franquia compartilhada.

Talvez por isso Batman: A Piada Mortal seja um balde de água fria tão grande. Com produção de Bruce Timm (cocriador da série animada do Cavaleiro das Trevas da década de 90), o filme até adapta fielmente a HQ tão aclamada de Alan Moore e Brian Bolland, mas traz algumas "adições" bem questionáveis, como o romance sexual entre o Batman e a Batgirl.

Após alguns filmes controversos e uma joia (Mulher-Maravilha), a DC Comics e a Warner estavam prontas para lançar o filme que reuniria todo seu universo compartilhado e ditaria as regras para o futuro. Infelizmente, o resultado não saiu como o esperado e Liga da Justiça, de 2017, é tido por muitos fãs como um dos piores filmes de super-heróis da história.

Inicialmente planejado por Zack Snyder, que teve que abandonar o filme após uma tragédia familiar, Liga da Justiça acabou caindo na mão de Joss Whedon, o diretor dos dois primeiros Vingadores. Junte os vários cortes do estúdio à polêmica dos bastidores e temos a receita certa para o desastre - mas pelo menos, Snyder foi capaz de lançar seu próprio corte, em 2021.

Pouco antes do estúdio ser comprado pela Disney, a Fox estava trilhando um caminho curioso, experimentando com diferentes gêneros e linguagens e entregando obras prestigiadas como Deadpool e Logan. E assim, foi anunciado que o estúdio faria Os Novos Mutantes, filme que traria elementos de terror para a equipe juvenil dos X-Men.

O longa passou anos sendo filmado, refilmado e passando por uma série de mudanças bem drásticas - o que resultou em uma sequência de adiamentos que pareciam intermináveis. Todos estavam esperando o pior filme do mundo - ou o melhor, graças aos trailers empolgantes - e quando finalmente saiu, em 2020, foi logo esquecido e escondido debaixo do tapete pela Disney.

Embora a Warner já tenha mostrado que sabe fazer ótimos filmes de super-heróis, o estúdio ainda parece estar tendo um problema com continuações e sequências - como se denota por Shazam! A Fúria dos Deuses, lançado recentemente. No entanto, o filme mais decepcionante nesse quesito talvez seja Mulher-Maravilha 1984, de 2020.

Após o enorme sucesso do primeiro longa, de 2017, tivemos o reencontro de Patty Jenkins e Gal Gadot, a promessa de uma ambientação nos anos 80 e vilões clássicos da heroína, como Max Lord e a Mulher-Leopardo. Infelizmente, mesmo com todos esses elementos, o longa foi mal recebido e conta com 58% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes.

Onze anos separam a primeira aparição de Natasha Romanoff no MCU e seu primeiro longa-metragem solo - que inclusive, foi lançado após a sua "morte" canônica na franquia. Viúva Negra parecia tudo que os fãs da heroína sempre pediram: uma trama de espionagem, que explorasse mais do passado da espiã e sua conexão com a Sala Vermelha.

Infelizmente, o resultado foi bem menos que espetacular. Cate Shortland, a diretora, até tenta dar mais personalidade para a história de Natasha e nos presenteia com a ótima Yelena Belova, mas o filme sofre com efeitos bem duvidosos, uma trama pouco inventiva e a megalomania que, pelo visto, deve ter dominado todo o Universo Cinematográfico da Marvel após a estreia de Vingadores: Ultimato.