10 filmes lançados na década de 2000 que não envelheceram bem

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10 filmes lançados na década de 2000 que não envelheceram bem

Por Junno Sena

Entre blockbusters e fracassos de bilheteria, a indústria cinematográfica já passou por fases complicadas. Nos dias de hoje, os heróis inundam as salas de cinema, mas, há cerca de 20 anos atrás, éramos agraciados com comédias problemáticas com todo tipo de temática. Nessa lista, separamos 10 filmes que pareciam icónicos na época, mas não envelheceram nada bem. Confira!

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Eddie Murphy e suas comédias físicas

Se existe um ator que conseguiu extrapolar em produções que envelheceram mal foi Eddie Murphy. Com clássicos da comédia como Norbit, O Professor Alopradoe sua sequência, Murphy foi capaz de ofender diversas minorias enquanto nos fazia rir.

Em Norbit, por exemplo, ele utiliza de estereótipos da Sapphire — a mulher negra raivosa — e os junta com a gordofobia para contar a história de um casal atípico. Aqui, Norbit é um homem que teve uma infância difícil após ser abandonado em um orfanato. Depois de conhecer Rasputia, as coisas prometem mudar para melhor, porém, tudo ao seu redor desmorona.

Vários dos aspectos do porquê Norbit é problemático também podem ser encontrados em O Professor Aloprado e O Professor Aloprado 2: A Família Klump. Entre piadas com gases, humor físico e muita gordofobia, seguimos a história de Sherman Klump, um professor universitário que sempre foi ridicularizado por ser gordo.

As coisas mudam quando seu conhecimento de genética o transforma, temporariamente, em Buddy Love, um “bonitão esbelto”. Mesmo que Norbit e O Professor Aloprado sejam capazes de mostrar o quão talentoso Murphy é, ao interpretar diferentes personagens, os longas envelheceram mal, com piadas datadas e muitos problemas.

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xXx (2002)

Antes de Velozes e Furiosos, houve uma época em que Vin Diesel era o protagonista de toda franquia de ação questionável. Triplo X é uma delas. A mesma acabou sendo esquecida ao longo dos anos e muito disso se deve a falta de brilho do personagem principal, o desejo em fazer dele um James Bond mais “ativo” e vários efeitos especiais datados.

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O Amor é Cego (2001)

O Amor é Cego é o tipo de filme que possui boas intenções, mas que esquece que o inferno está cheio delas. Nele, Jack Black e Gwyneth Paltrow protagonizam a história de um casal formado por um garanhão hipnotizado e uma mulher gorda que é vista como a “perfeição física feminina”.

O longa tenta brincar com o conceito de “beleza interior”, mas peca ao fazer sua protagonista ser alvo de piadas constantemente. Sua simples presença é motivo para quebrar um banco de bar ou afundar um barco, fazendo deste um filme já feito na história do cinema.

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Do Que as Mulheres Gostam (2000)

Hollywood sempre teve dificuldade em compreender as mulheres. Entre machismo, sexismo e personagens mal escritos, diversas atrizes sofreram nas mãos de diretores. Porém, tentaram utilizar essa dificuldade em se “entender as mulheres” como um gancho para o filme protagonizado por Mel Gibson e com Marisa Tomei.

Em Do Que as Mulheres Gostam, Nick Marshall, interpretado por Gibson, passa a ser capaz de ler a mente das mulheres. O que começa com uma situação que lhe garante informação demais, o coloca em vantagem, aflorando o seu “lado feminino”. Isso já é o suficiente para entender o porquê desse filme ter envelhecido mal.

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Ligeiramente Grávidos (2007)

Ligeiramente Grávidos pode ter quase 90% de aprovação no Rotten Tomatoes, mas isso não significa que ele envelheceu bem. Com Katherine Heigl e Seth Rogen nos papéis principais, seguimos a história de um casal em seus 20 e poucos anos que descobre estar esperando um bebê.

Além de se apoiar em estereótipos populares — e problemáticos — da época, o filme foi apontado como sexista pela própria Heigl. Em uma entrevista, a atriz disse que Ligeiramente Grávidos “pinta as mulheres como megeras, sem humor e rígidas, enquanto os homens como caras adoráveis, patetas e divertidos”.

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Eu os Declaro Marido... E Larry (2007)

Nos dias de hoje, a comunidade gay se tornou um público alvo. Com produções como Mais que Amigos e Fire Island, a cultura pop possui um pouco mais de representatividade nas telas. Porém, em meados dos anos 2000, sexualidade era sinônimo de piada fácil. Esse é o caso de Eu os Declaro Marido… E Larry, protagonizado por Adam Sandler e Kevin James.

O filme conta a história de dois bombeiros que se casam para utilizar os benefícios de uma apólice de seguro de vida. Mesmo com sua lição de moral sobre “respeitar as diferenças” e “enfrentar a sociedade”, nada nesse filme sobreviveu ao tempo.

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Sex and the City 2 (2010)

Sex and the City pode ter sido um sucesso midiático, mas a verdade é que a série esteve mergulhada em problemas difíceis de serem ignorados quando vistos hoje em dia. Porém, o filme Sex and the City 2 se destaca tanto por não ser engraçado e glamoroso como seu primeiro, mas por estar regado a estereótipos racistas.

A viagem das garotas até Abu Dhabi pode parecer bonita por fora, mas esconde tantos problemas que fez o filme ficar datado rapidamente.

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A Casa Caiu (2003)

Pessoas negras são constantemente subestimadas e ignoradas, mesmo quando possuem excelência no que fazem. Infelizmente, essa realidade violenta foi, constantemente, utilizada como enredo para vários filmes dos anos 2000.

Dentre eles, temos A Casa Caiu, produção que traz Queen Latifah e Steve Martin nos papéis principais. Regado à famosa “comédia racial”, vemos essa mulher negra de personalidade estereotipada ser salva por um homem branco enquanto nos é dito, constantemente, que ela é um “grande problema”.

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Trovão Tropical (2008)

Blackface, racismo, e outras violências como essas contra o corpo negro são criminosas nos dias de hoje. Mas, não era bem assim em 2008. Em Trovão Tropical, por exemplo, o personagem de Robert Downey Jr. faz blackface — se pinta para se assemelhar a uma pessoa negra — sob o pretexto de que era a escolha perfeita para o papel do filme fictício.

Se isso já não é o suficiente para mostrar como esse filme envelheceu mal, ainda existe o humor físico e pastelão, um retrato racista de países do leste asiático e muito mais.

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Brüno (2009)

Brüno pode ser uma sátira, mas isso não significa que o filme não peca em diversos preconceitos. Nele, seguimos a vida de um austríaco homossexual ligado à moda que viaja para os Estados Unidos, onde espera lançar um programa de entrevistas com celebridades. Para isso, ele se envolve com todo tipo de situação bizarra, passando dos limites com público e entrevistados.

A principal crítica a produção ficou para a representação LGBTQIA+ presente no filme. De acordo com Rashad Robinson, representante da GLAAD (Aliança de Gays e Lésbicas contra a Difamação), o filme pode ser bem intencionado, porém, Sacha Baron foi “problemático e ofensivo” com sua sátira.