Desde o início de sua carreira, Christopher Nolan sempre impressionou o público com suas escolhas ousadas. Não há um filme que seja unanimemente considerado "ruim" em sua carreira. No entanto, podemos citar seu longa de estreia, Following, como, talvez, "o menos bom" de sua carreira - e isso não significa nada, já que se trata de um ótimo filme.

Lançado em 1998, Following é um neo-noir britânico que, apesar de pouco comentado, lançou a carreira de Nolan nos cinemas. Na trama, um escritor começa a seguir pessoas em busca de material para seu livro, mas as coisas tomam um rumo diferente quando ele acaba encontrando um ladrão. Curiosamente, o filme custou apenas 6 mil dólares para ser feito.

Logo em seguida, temos Insônia, o terceiro longa do diretor - que, por sua vez, conta com um elenco verdadeiramente espetacular, com nomes tais quais Al Pacino, Robin Williams e Hillary Swank. Apesar da trama bem peculiar e um suspense interessante, muitos fãs consideram o filme mais "lento" e "paradão" da carreira de Nolan.

A história é um thriller investigativo, com dois detetives de Los Angeles tentando resolver um assassinato misterioso em uma cidade no Alasca, onde o sol não se põe. O grande destaque do filme são suas atuações e seu roteiro bem-amarrado, mas falta um "algo a mais" para que seja comparado com os grandes filmes de Christopher Nolan.

A conclusão da trilogia do Cavaleiro das Trevas definitivamente é um dos filmes mais polarizantes da carreira do diretor. Como todos seus outros filmes, está bem longe de ser algo "ruim". No entanto, algumas decisões narrativas (e o tempo de duração gigantesco) fazem com que muitos fãs o considerem o "pior" da trilogia.

Em Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, temos a última aventura de Bruce Wayne, que dessa vez precisa enfrentar um perigoso inimigo na forma de Bane. É um filme que faz algumas coisas bem interessantes com a mitologia do Homem-Morcego, e apesar de seus problemas, é uma conclusão bem satisfatória para a franquia.

Se O Cavaleiro das Trevas Ressurge é um filme divisivo, Interestelar é a obra mais controversa de Nolan - e não há meio-termo: quem ama o filme faz com toda a devoção, e quem odeia faz com toda a repulsa possível. Tudo no longa é lindo, visualmente, e temos aqui várias atuações muito boas, por parte de Matthew McCounaghey e Jessica Chastain.

O problema é que o filme escancara alguns dos "tropeços" de Nolan - como, por exemplo, a explicação excessiva de suas obras, subtramas péssimas para personagens femininas e algumas reviravoltas que beiram o piegas. Apesar disso, o filme é realmente uma questão de gosto - e quem ama Interestelar, ama por conta desses "defeitos", e não apesar deles.

Antes de retornar aos cinemas com Tenet, o último filme lançado do diretor foi Dunkirk, um longa-metragem de guerra que explora um dos pontos-chave da Segunda Guerra Mundial. Lançado em 2017, esse talvez seja o filme mais "simples" de Christopher Nolan - apesar de ser um longa-metragem muito bem-filmado e realizado.

Apesar de não ter uma "trama" específica, o filme explora a vida de soldados, pilotos e outros oficiais que estavam na linha de frente contra os nazistas na maior guerra da história moderna. Ainda assim, o diretor brinca com o tempo e a ambientação, criando uma narrativa que se enrola em si mesmo, e que traz algo diferente para um "gênero" já muito explorado nos cinemas.

Lançado em 2005, Batman Begins é um dos filmes mais importantes dos últimos anos, por criar uma nova forma de contar histórias de super-heróis no cinema. Após uma série de filmes coloridos e infames para o Cavaleiro das Trevas, o longa de Nolan trouxe o herói em uma narrativa séria, realista e bem diferente de tudo que estava sendo feita com as adaptações de HQs.

O primeiro filme do herói solidificou de vez a carreira do diretor e o colocou como um dos maiores nomes do cinema blockbuster contemporâneo. Na trama, vemos a origem de Bruce Wayne e seu primeiro confronto com dois grandes vilões da mitologia do Homem-Morcego: o Espantalho e o astuto Ra's al Ghul.

Embora o título nacional do filme seja um grande desserviço à história, é preciso dizer que Amnésia é, certamente, uma das grandes obras da carreira de Christopher Nolan. O segundo filme do diretor é um exemplo experimental em Hollywood, com uma narrativa que é contada de forma não-linear e por um narrador não-confiável.

Na trama, vamos acompanhando a vida de um homem que possui severos problemas de memória. A história flui de frente para trás e vice-versa, o que cria um grande quebra-cabeça pronto para ser solucionado durante a exibição. Se você nunca deu a chance para Amnésia, precisa ver imediatamente!

Caso você ainda não tenha percebido, Nolan adora trabalhar com atores muito talentosos, em elencos cheios de estrelas. Um belo exemplo disso é O Grande Truque, um filme de 2006 estrelado por Christian Bale, Hugh Jackman e Scarlett Johansson, além de nomes de peso, como Michael Caine e David Bowie.

Um filme cheio de reviravoltas e plot twists sensacionais, o longa é focado na disputa entre dois mágicos, que rivalizam para criar a maior ilusão da história. É um dos melhores filmes de Nolan, e mostra justamente como o diretor está disposto a fazer de tudo para criar narrativas bem inovadoras e originais.

Considerado um dos melhores filmes de super-heróis de todos os tempos, Batman: O Cavaleiro das Trevas é, de fato, uma das obras-primas do diretor inglês. O melhor capítulo da trilogia, é um filme excelente que explora a fundo a psiquê do herói, além de apresentar a versão definitiva do maior vilão do Homem-Morcego, o Coringa de Heath Ledger.

Tudo no filme é impecável, desde a trama que se desdobra em consequências muito variadas à participação de vários personagens bem importantes da mitologia do herói, como o Duas-Caras. Além disso, o longa merece muito reconhecimento por ter sido o primeiro filme de super-heróis a vencer em uma categoria principal no Oscar.

É muito difícil escolher o melhor filme da carreira de Christopher Nolan - e vários dos que foram mencionados aqui concorrem muito bem ao título. Porém, para a maior parte dos fãs, é indiscutível que A Origem toma esse lugar com folga, por ser o filme mais inovador, original e enigmático dentro da obra do cineasta.

O longa trabalha com a ideia da invasão dos sonhos, e explora uma realidade onírica de formas muito inteligentes, enquanto também apresenta uma "história de assalto" bem complexa e intrincada. Além dos incríveis efeitos visuais que revolucionaram na época, temos também um elenco impecável encabeçado por Leonardo DiCaprio.