9 filmes dos anos 90 que hoje não seriam bem aceitos pelo público

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9 filmes dos anos 90 que hoje não seriam bem aceitos pelo público

Por Junno Sena

Depois de mais de vinte anos desde o lançamento de algumas produções, o público mudou e a verdade é que, se algumas piadas já foram engraçadas, hoje em dia não são mais. Pensando nisso, separamos nesta lista nove produções que possuem abordagens, no mínimo, problemáticas sobre temas como educação sexual, identidade de gênero e muito mais.

Prepara-se para relembrar como os anos 90 não tinham escrúpulos sobre o que passava na TV aberta. Esquecemos de algum? Deixe nos comentários!

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Ace Ventura (1994)

Alguns podem lembrar de Ace Ventura como uma das produções mais divertidas de Jim Carrey, mas a verdade é que se trata de uma produção surpreendentemente ofensiva. Começando pelo famoso enredo da vilã do filme, Lois Einhorn. Em determinado momento, o detetive descobre que Lois é uma mulher trans e sua primeira reação é vomitar, seguido de queimar suas roupas e então, chorar no chuveiro.

Apenas anos mais tarde que a cena e toda a abordagem foi apontada como transfóbica. Além disso, o longa ainda apresenta piadas direcionadas a pessoas com Síndrome de Down e muito mais.

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Segundas Intenções (1999)

Manipulação, sedução, sexo e… Incesto? Segunda Intenções é um verdadeiro clássico do cinema e traz Sarah Michelle Gellar e Reese Witherspoon em uma trama complicada. Nela, vemos Kathryn Merteuil fazer uma aposta curiosa com seu irmão adotivo, Sebastian Valmont.

Ele precisará seduzir e levar Annette para a cama até o final do verão ou seu carro será de sua irmã. Caso ele vença a aposta, poderá fazer o que quiser com a única mulher que não pode ter: Kathryn. Baseado no livro francês As Ligações Perigosas, é possível que algum dia essa história seja revisitada, mas, provavelmente, tomando alternativas menos “intensas”.

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Beleza Americana (1999)

Além de ser protagonizado por Kevin Spacey, um ator que foi acusado por diversos crimes de abuso sexual, Beleza Americana tem diversos problemas. Começando por se tratar da história de um homem, Lester Burnham, com uma crise de meia idade que se torna obcecado por uma adolescente. Lester fantasia com a garota nua diversas vezes e chega a se imaginar com ela em uma banheira cheia de rosas.

O filme seria a oportunidade perfeita para tratar com seriedade assuntos como sexualização feminina e pedofilia. Infelizmente, o mesmo coloca Lester como um herói incompreendido e falha em mostrar os horrores de seus desejos. O mais curioso de Beleza Americana é que, além de amplamente aceito pelo público e crítica da época, o mesmo ganhou o Oscar de Melhor Filme nos anos 2000.

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Lolita (1997)

Assim como Beleza Americana, Lolita cai nos mesmos problemas do filme protagonizado por Kevin Spacey. Nele, seguimos Humbert e o abuso cometido contra Dolores, sua filha adotiva.

Baseado no livro de Vladimir Nabokov, o mesmo foi alvo de diversos debates sobre se o autor condenava ou glamourizava os atos de seu protagonista. Porém, o filme de Adrian Lyne esvazia todas essas questões dúbias e nos entrega um material que seria visto como radioativo nos dias de hoje.

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American Pie (1999)

American Pie se tornou um clássico no início dos anos 2000. Com piadas e cenas sexuais, o longa conquistou diversos jovens rapazes. Porém, o mesmo nunca seria concebido da mesma forma se fosse feito nos dias de hoje. Mesmo com um esforço em dar algum tipo de personalidade para as personagens femininas, American Pie ainda as trata como um “prêmio” a ser conquistado pelos rapazes virgens da trama.

Também temos um personagem filmando sua experiência sexual sem o consenso da sua parceira e uma mulher adulta fazendo sexo com um menor de idade.

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As Aparências Enganam (1994)

Seguindo a onda de Uma Linda Mulher e filmes que tratam prostitutas de uma forma bizarra, temos As Aparências Enganam. Nele, seguimos um garoto e seus amigos que viajam até uma cidade para pagar uma mulher, V — interpretada por Melanie Griffith —, para ensiná-los sobre sexo.

V não apenas faz o que lhe é solicitado, como brinca com os garotos de maneira não apropriada e depois se vê no subúrbio, sendo colocada para se apaixonar por um viúvo interpretado por Ed Harris. Tudo isso em um tom de comédia dos anos 90 com direito a venda de drogas e a presença máfia.

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Procura-se Amy (1997)

Muito antes de Ben Affleck sonhar em se tornar o Batman, ou cair nas garras da Amy Dunne, a “garota exemplar”, o mesmo se apaixonou perdidamente por Amy, uma mulher bissexual. O filme é dirigido e roteirizado por Kevin Smith, um criador considerado progressista por conta de longas como O Balconista e Barrados no Shopping. Mas, foi em Procura-se Amy que tropeçou.

Mesmo trazendo uma protagonista bissexual, o filme falha em representá-la ao rotulá-la como lésbica e, então, deixar claro que toda essa comunidade apenas está esperando pelo “cara certo”. Se isso já não é o suficiente para olhar torto, ainda temos a maneira como o personagem de Ben Affleck trata o passado sexual de Amy.

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Mentes Perigosas (1995)

“Salvador branco” é uma descrição sarcástica para uma pessoa branca que é descrita como libertadora, salvadora ou edificante para pessoas racializadas. O termo acabou se tornando bem popular após filmes como Histórias Cruzadas, Um Sonho Possível, Green Book e diversas viagens de jovens brancos a países africanos. Por isso, utilizar dessa narrativa nos dias de hoje é visto como “brega”.

Mas isso não impediu que em 1995, Michelle Pfeiffer interpretasse Louanne Johnson, uma oficial da marinha que abandona a vida militar para ser professora de inglês. A sua turma? Uma série de jovens negros e latinos da periferia. Baseado em uma história real, o mais curioso é que a verdadeira Louanne também achou o filme bem problemático.

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Uma Linda Mulher (1990)

Uma Linda Mulher se tornou um dos principais filmes de romance dos anos 90. O mesmo traz Richard Gere como Edward Lewis, um executivo milionário e Julian Roberts como Vivian Ward, uma prostituta. Após se ver na necessidade de uma companhia por uma semana, ele contrata os serviços de Vivian.

O que ele não esperava, era se apaixonar pela mulher. Ou, pelo menos, pela pessoa que ele a transformou, uma vez que ele lhe dá joias, roupas e a ensina uma maneira “apropriada” de se falar e portar. Produções sobre “mudar o parceiro” ainda são recorrentes na mídia, porém, as mesmas tentam se distanciar desses moldes conservadores de Uma Linda Mulher.