Doctor Who já pode ter passado por todo tipo de gênero e trama. Entre episódios de terror, viagens para o futuro, passado e realidades alternativas, o que poucos sabem é que a produção foi originalmente idealizada para ser uma série infantil.

Em uma entrevista para a BBC, o primeiro diretor de Doctor Who, Waris Hussein, revelou que “era para ser uma série educacional”. “Nós estávamos tentando ensinar as crianças sobre certas coisas da condição humana”, explicou. Apesar de seu propósito inicial ter se deturpado, a verdade é que o Doutor nunca deixou de auxiliar a humanidade em grandes debates políticos e sociais.

Um dos termos mais conhecidos entre os fãs e consumidores recorrentes de Doctor Who é a “regeneração”. A mesma diz respeito a um processo fisiológico atravessado pela raça alienígena do Doutor, os gallifreyanos, também conhecidos como Senhores do Tempo. O mesmo acontece quando o indivíduo está debilitado física ou mentalmente. É então que seu corpo é transmutado em uma nova aparência, que pode variar em gênero, cor ou, até mesmo, espécie.

Mas, todos esses detalhes apenas foram pensados posteriormente ao acontecimento da primeira regeneração, atravessada por William Hartnell, o Primeiro Doutor. Foi quando o ator revelou estar enfrentando problemas de saúde que o obrigaram a sair da série, que os criadores decidiram adicionar a habilidade a mitologia do personagem para assegurar a sobrevivência de Doctor Who.

Ridley Scott marcou a ficção científica com filmes como Alien e Blade Runner, mas quase esteve presente na criação dos Daleks, um dos principais antagonistas de Doctor Who. Na época da criação da série, Scott trabalhava na BBC, onde recebeu a tarefa de criar o visual dos vilões. Porém, antes de conseguir avançar com suas ideias, Scott decidiu sair da emissora para focar na carreira de diretor.

Foi então que ganhamos o visual criado por Raymond Cusick, constantemente associado a um saleiro. "As pessoas dizem que eu me inspirei em um pote de pimenta, mas eu sempre penso: 'Se isso é tudo o que é preciso para se tornar um designer, então é muito fácil’", disse Cusick certa vez sobre o design final.

Enquanto escrevia os episódios de O Guia do Mochileiro das Galáxias para a BBC Radio 4, Douglas Adams foi contratado para escrever Doctor Who. “Discutimos ideias e, por fim, fui aceito para escrever quatro episódios de Doctor Who. Demorou muito tempo para chegarem nessa decisão”, explicou.

Mas, nem tudo são flores. Em 1979, um de seus episódios, Shada, não pode ser concluído, se tornando uma lenda entre os fãs da série. Posteriormente, o roteiro de Adams acabou sendo adaptado em formato de áudio, livro e, até mesmo, uma animação lançada em 2017.

Neil Gaiman pode ter ficado conhecido por obras como Sandman, Belas Maldições e Coraline, mas, antes disso tudo, ele era um fã de Doctor Who. Foi em 2011 que realizou o sonho de escrever para a série com o episódio A Esposa do Doutor, também conhecido como aquele em que o Doutor conhece, pessoalmente, a TARDIS. Depois de sua estreia no universo, Gaiman ainda escreveu contos, quadrinhos e mini episódios.

Ao longo dos 60 anos de Doctor Who, pelo menos, 15 atores encarnaram no papel, mas, apenas Tom Baker, o Quarto Doutor, ficou por mais tempo como o personagem. O ator permaneceu na série por sete anos, totalizando 172 episódios. Além disso, após o retorno da série em 2005, Baker fez uma participação especial em O Dia do Doutor, especial de 50 anos.

Quando David Tennant, o Décimo Doutor, era só uma criança, ele sabia exatamente o que queria fazer quando crescesse: se tornar a estrela principal de Doctor Who. Com Tom Baker como o seu Doutor favorito, Tennant construiu sua carreira a partir dessa ideia.

"Doctor Who foi uma influência enorme", disse Tennant à Rolling Stone. "Acho que foi para todos da minha geração; enquanto crescia, a série fazia parte da cultura da Grã-Bretanha dos anos 70 e 80."

Agora, além de ser um dos favoritos dos fãs de Doctor Who, Tennant expandiu sua carreira para séries como Jessica Jones, Belas Maldições e Broadchurch.

Ainda na lista de fãs de Doctor Who que cresceram inspirados pela sua figura, temos Peter Capaldi. Mas, diferente de Tennant, ele não manteve seu sonho em segredo. Pelo contrário, ele “enchia o saco” da BBC.

De acordo com Sarah Newman, assistente de produção da série, o nome de Capaldi já era conhecido pela equipe, pois ele vivia enviando cartas, fosse solicitando fotos assinadas ou com desenhos da série.

"Ele assombrou meu tempo dirigindo o fã-clube, pois estava muito indignado por não ter sido considerado para o cargo", lembrou Sarah Newman, assistente do produtor da série na época, que foi forçada a dizer ao futuro Doutor adolescente que já haviam nomeado alguém como presidente do fã-clube.

“Doutor quem?” A pergunta que sempre surge após um acompanhante encontrar um Doutor possui uma resposta, mas são poucos os que sabem. Isso porque, na cultura dos Senhores do Tempo, é comum que utilizem *“pseudônimos” que correspondem ao papel que o gallifreyano quer desempenhar.

Além disso, existe um misticismo por trás dos nomes reais desses seres. Ao longo dos anos, o Doutor apenas revelou seu nome para uma pessoa: River Song, sua esposa. Mas, ainda existem outros dois personagens que sabem como ele se chama de verdade: o Mestre e Clara Oswald.