Quando a Ubisoft assumiu o desenvolvimento de Far Cry das mãos da Crytek, eles quiseram mostrar que não estavam brincando em serviço. Mesmo depois de uma década, a liberdade mecânica de Far Cry 2 continua impressionante - e o sistema de fogo é o melhor exemplo disso.

Com uma leve fagulha, é possível criar um verdadeiro incêndio, capaz de queimar gramados, florestas e casas. Claro, isso se manteve presente nos sucessores, mas nada bate a sensação de ver as consequências desastrosas de brincar com fogo pela primeira vez!

Ao longo dessa lista, vai ficar claro o quão marcante Far Cry 3 é, não só pelo mapa extenso e repleto de atividades, como também pela narrativa. Algumas das melhores missões da franquia toda estão nesse jogo, e essa é um dos pontos altos do jogo como um todo.

Na quest “Kick the Hornet's Nest”, o jogador recebe o objetivo de queimar uma enorme plantação de maconha com um lança-chamas. Além de, por si só, ser um momento divertidíssimo pela escolha de arma, ambientação e tiroteios, tudo ainda é embalado por “Make It Bun Dem”, hit de Skrillex com Damian Marley - afinal, é um jogo de 2012, é óbvio que teria dubstep, certo?

Essa missão é tão icônica que Far Cry 6 presta homenagem à ela. Dessa vez, você é encarregado de queimar uma plantação de tabaco do ditador Antón Castillo, ao som de uma versão de “Bella Ciao” para despertar o seu revolucionário interior.

Tutoriais podem ser importantes para te apresentar as mecânicas, mas eles ainda são um saco. Far Cry: Blood Dragon e seu protagonista, o sargento Rex Power Colt, sabem muito bem disso.

A abertura do game derivado é intensa, repleta de neon, lasers, sintetizadores e até mesmo um ataque de helicóptero com metralhadora montada. Antes, porém, o jogador é colocado em um tutorial que serve para reclamar da necessidade de tutoriais, enquanto o protagonista reclama do tédio. É um momento bastante divertido de metalinguagem que ajuda a definir o tom de galhofa que você vai encontrar durante a aventura.

O pirata Vaas Montenegro é o vilão mais memorável de toda a franquia, além de ser um dos destaques dos games como um todo. Desde o primeiro momento em que ele captura o jogador e seus amigos, fica claro que se trata de um homem verdadeiramente louco, neurótico e perigoso.

O destaque de sua participação em Far Cry 3 foi, curiosamente, revelado antes do lançamento do game, e nem isso impediu de ser um momento impactante, quando Vaas explica toda a sua filosofia perturbada para o protagonista Jason. Não é a toa que, após o enorme sucesso do jogo, o ator Michael Mando começou a crescer em Hollywood, com papéis em Homem-Aranha: De Volta ao Lar e Better Call Saul.

Tudo bem que a franquia toda tem seus momentos de loucura, mas Far Cry geralmente é bastante pé no chão. Far Cry 4, por sorte, decidiu brincar um pouco com a mitologia de Kyrat (sua versão fictícia do Nepal), e abraçar um certo misticismo.

O resultado são missões secundárias divertidíssimas, em que o protagonista Ajay Ghale explora tempos antigos e uma realidade alternativa, repleta de demônios e criaturas sobrenaturais. As missões não são exatamente um passeio pelo parque, e trazem certa dificuldade em seus desafios, mas tudo isso só ajuda a tornar a experiência ainda mais divertida!

Far Cry Primal pode ser o capítulo mais esquecido da franquia, mas ele merece mais respeito por sua abordagem verdadeiramente ousada, com uma trama que se desenvolve no período Mesolítico.

Além da Ubisoft ter criado todo um vocabulário autêntico aos povos daquela era, a escolha de ambientação também permitiu uma nova gama de criaturas antigas. Logo de cara, a abertura de Primal já te mostra todo o seu potencial com uma intensa caça aos mamutes. As primeiras horas do derivado são tão boas que muitas das críticas justamente apontam que nada que vem depois consegue superá-las.

É fácil lembrar de Vaas Montenegro, mas talvez você precise se esforçar um pouco para lembrar o nome do protagonista de Far Cry 3 (spoiler: é Jason Brody). O vilão rouba a cena, claro, mas isso não significa que o personagem principal não tenha um bom arco narrativo. Ao longo do seu tempo na Ilha Rook, ele lentamente vai de jovem estadunidense riquinho e mimado, para um verdadeiro matador de sangue-frio.

O ponto de virada na jornada de Jason é bastante pesado. Infiltrado em uma organização criminosa, ele é forçado a torturar o próprio irmão desaparecido - quem, até então, havia procurado - para consagrar o seu status de criminoso e manter o disfarce. Pior ainda, é que o jogador quem desfere os golpes em uma cutscene interativa. Talvez não seja um momento tão feliz, mas com certeza é marcante.

Animais são uma parte importante da franquia Far Cry. Depois de serem alvo de caças para upgrades, gradualmente os jogos incorporaram a ideia deles se tornarem companheiros para os jogadores - o que, convenhamos, é muito mais divertido!

Far Cry 5 oferece a possibilidade de se juntar com um doguinho chamado Boomer, mas o verdadeiro destaque fica para Cheeseburger. O urso é fofo, com sua coleira de hambúrguer e dieta estrita de salmão, e mortal em partes iguais, já que pode ser enviado para destruir os cultistas do Projeto Portões do Éden ao seu lado. E, sim, você pode fazer carinho nele!

Todo Far Cry preza a liberdade do jogador, e para essa noção funcionar, é preciso valorizar até a decisão de não fazer nada. Em Far Cry 4, sem nenhum tipo de aviso que deixe isso claro, os jogadores mais afrontosos descobriram um final alternativo por simplesmente não fazer nada.

A trama do game mostra o protagonista Ajay retornando para seu país de origem, Kyrat, com o objetivo de espalhar as cinzas de sua mãe. Lá, ele dá de cara com o excêntrico rei Pagan Min, que o sequestra. Durante a abertura, Min lhe serve uma refeição e te deixa sozinho, pedindo para o jogador esperar. Naturalmente, o primeiro instinto é pular pela janela e fugir. Curiosamente, quem de fato esperar por Pagan Min, é recompensado com um final alternativo, em que ele permite que Ajay cumpra seu objetivo e volte para casa sem maiores problemas. Simpático, não?

Pode ser uma conclusão considerada meio anticlimática, mas é um momento que mostra o quão legal é quando os jogos respondem a todas as decisões dos jogadores - mesmo as mais questionáveis.

Lembra quando Far Cry: Blood Dragon reclamou de tutoriais? Eles já não existem mais na franquia, e Far Cry 6 mostra isso com uma introdução que dura algumas horinhas. Do início, você vê Dani (que pode ser homem ou mulher, de acordo com sua escolha) tentando escapar de Yara, uma ilha tomada pela guerra civil. Seus planos dão errado quando seu barco é atacado pelas tropas do ditador Antón Castillo, o que causa um naufrágio e a morte de sua irmã. Como sobrevivente, Dani passa a trabalhar com a resistência - Liberdad - para se opor ao regime do tirano.

As primeiras missões acontecem em uma enorme ilha que já dá um gostinho do mundo aberto. Há veículos, objetivos secundários, caça e um pouco de tudo. Isso só torna mais surpreendente quando, ao concluir determinada missão, o mapa se expande, e você percebe que passou as últimas horas em uma fração minúscula do que o game tem a oferecer. Yara é verdadeiramente gigantesca, e há muito trabalho - e diversão - pela frente.