Falcão e o Soldado Invernal: Os melhores momentos da série
Falcão e o Soldado Invernal: Os melhores momentos da série
Falcão e o Soldado Invernal trouxe grandes surpresas! Confira os melhores momentos da série da Marvel.
Atenção: Alerta de Spoilers!
Falcão e o Soldado Invernal chegou ao fim hoje, trazendo uma grande conclusão para uma ótima história e deixando pistas do que vem por aí para o Universo Cinematográfico da Marvel no futuro. A série conseguiu se aprofundar em personagens que não haviam sido explorados à fundo nos filmes, os desenvolvendo de maneira espetacular, ao mesmo tempo em que lidava com problemas reais sem medo de nomeá-los.
A jornada de Sam e Bucky foi extremamente significativa para eles próprios, tanto sozinhos quanto para sua dinâmica. Apesar deles, especialmente o primeiro, serem as estrelas do show, a produção conseguiu ainda apresentar um elenco de personagens que conquistou o público, do Barão Zemo à Sharon Carter e, é claro, John Walker. Com tantas histórias interessantes e cenas incríveis, não é tarefa simples escolher as melhores, mas é o que faremos nesta lista com os melhores momentos de Falcão e o Soldado Invernal!
Terapia de Casal
No começo de Falcão e o Soldado Invernal, fica claro que Sam e Bucky não estão exatamente em bons termos. Apesar de sua conexão, os dois não são exatamente amigos e suas respectivas jornadas em relação ao legado que Steve deixou acaba deixando a cooperação entre eles ainda mais difícil.
A cena da terapia pode parecer clichê ou apenas uma tentativa de humor, mas é um momento excelente da série. Algo que começa com tom de comédia rapidamente ganha seriedade, e permite que vejamos mais do que atormenta a dupla.
De um lado, há Bucky, ainda sofrendo por seu passado e dependendo da visão que Steve tinha dele para definir como ele mesmo se vê. De outro, temos Sam, que precisa lidar com o que significa para ele assumir este legado que, na realidade, tem mais significado do que apenas ele próprio.
É uma cena de grande importância para estabelecer a jornada em que ambos estão, não só quanto a seu relacionamento mas sobre eles próprios. Isso é trabalhado muito bem aqui, com a presença do humor sendo mantida apenas até certo ponto, e então deixada de lado quando é hora de tratar de temas complicados com seriedade.
A dança de Zemo
E, falando em humor, a série conta com algumas cenas bem divertidas. Este é o caso da dança de Zemo, no terceiro episódio, que rapidamente caiu nas graças da Internet por seu um momento cômico e inesperado para o vilão.
Além de estar de acordo com a tentativa do trio de se misturar no local, o ator Daniel Brühl comentou que a dança pareceu condizente com alguém que ficou preso por tanto tempo antes de estar ali. Independente das motivações, a cena foi engraçada, e certamente conseguiu marcar o público por isso.
Sharon Carter em Madripoor
Depois de anos, Sharon Carter finalmente retornou ao MCU e o fez em grande estilo. A personagem apareceu radicalmente diferente da Agente 13 que conhecemos nos filmes, aparentemente graças à seu tempo como fugitiva após Guerra Civil.
Mais que sua reunião com Sam e Bucky, porém, a cena em que ela mais brilha no episódio em que voltamos a vê-la é quando ela luta. Com uma excelente coreografia de ação, a cena mostra claramente que Sharon não precisa de ajuda para ser bastante perigosa.
A máscara de Zemo
Voltando a tratar de Zemo, é notável que a série tenha finalmente apresentado o vilão em um traje que remete ao seu usual nos quadrinhos. É verdade que ele continua sem sua máscara a maior parte do tempo, mas isso torna o momento em que ele a veste ainda mais marcante.
Em geral, não é exagero dizer que o antagonista roubou a cena. Desde sua primeira aparição, onde tenta reativar o Soldado Invernal em Bucky, até mesmo sua passagem por Sokovia ou os mais breves diálogos com os protagonistas, o personagem mostrou a que veio e conquistou o público. Ainda assim, vê-lo agir buscando seus próprios objetivos mesmo que tenha que se aliar aos heróis para isso, enquanto utiliza o figurino icônico certamente é uma cena que se destaca.
Karli, Sam e a importância dos meios para atingir os fins
Falcão e o Soldado Invernal faz um bom trabalho de estabelecer os Apátridas como uma ameaça por seu extremismo, ao mesmo tempo em que deixa claro que as motivações do grupo não estão erradas. Uma cena bem importante nesse sentido é o diálogo entre Sam e Karli. Ao mesmo tempo em que resgata um pouco do personagem a quem fomos apresentados quando ele é introduzido no MCU, o momento também estabelece alguns pontos bem importantes de porque Sam é o legítimo Capitão América.
Sem perder a calma, ele se coloca frente a frente com a antagonista. Embora pudesse reduzi-la a uma inimiga e tentar resolver tudo na pancadaria, este não é o método que ele utiliza, buscando diálogo e compreensão. E, até certo ponto, fica claro que ele entende o que motiva Karli, mas não pode aceitar seus métodos.
Levantando a antiga mas sempre importante discussão sobre os fins justificarem os meios, a série apresenta um diálogo interessante e mostra que tem muito mais a oferecer do que ação de qualidade. Como Sam coloca muito bem, é possível concordar com a batalha e ainda assim discordar de como ela está sendo travada.
Dora Milaje
"As Dora Milaje têm jurisdição em qualquer lugar que as Dora Milaje se encontrem." Se Ayo já havia roubado a cena em sua breve aparição sozinha, vê-la liderando outras guerreiras em busca de Zemo certamente foi ainda mais marcante.
Toda a cena conta com bastante tensão, devido à relação entre o grupo de Wakanda e Bucky, a presença de Walker e Zemo ainda estar livre. Para quem já conhece as Dora Milaje, é óbvio que elas não estão ali para brincar -- uma lição que o Capitão América do governo rapidamente aprende, pois fronteiras e burocracia não são o suficiente para impedi-las.
É sempre incrível ver as guerreiras em ação, a habilidade, precisão e brutalidade com que lutam chamando a atenção. A ação certamente volta a ser o destaque aqui, dando ainda mais espaço para que elas brilhem, mesmo que Zemo chame a atenção com sua fuga tranquila.
O escudo ensanguentado de John Walker
Inicialmente apresentado como o novo Capitão América, a trama de Walker rapidamente mostra que há grandes diferenças entre ele e Steve Rogers. Mesmo que não se mostre como uma pessoa ruim no princípio, ele também não é exatamente um exemplo de honra, bondade e justiça. No fim, o personagem acaba tendo grande dificuldade em lidar com o peso do legado de seu antecessor.
Isso o leva para um caminho bastante sombrio, que se torna pior quando ele decide utilizar o Soro do Supersoldado. Quando o conflito com os Apátridas resulta em Karli tirando a vida de Lemar, o personagem se mostra ainda mais violento, imediatamente buscando por vingança.
A cena não precisa ser explícita para transmitir todo o peso do que acontece. Sucumbindo a seus impulsos e desejo de vingança, ele mata um dos Apátridas de modo brutal, mesmo que este não fosse o culpado pela morte de seu amigo. A linguagem visual da cena também é extremamente significativa, uma vez que termina com Walker empunhando o simbólico escudo -- mas, desta vez, ele aparece visivelmente manchado de sangue.
Sam, Isaiah e o peso do escudo
Um tema de grande importância trabalhado ao longo da série é o racismo, mostrado de diversas formas. Desde Sam e Sarah no banco que rejeita ajudá-los, passando pela provocação quando o protagonista é chamado de Falcão Negro, e muito emblematicamente diante da reação da polícia quando a dupla que dá nome à série discute na rua, o que não faltaram foram exemplos de como o racismo estrutural é real e impacta a vida de pessoas negras a todo momento. Ainda assim, a produção não se contentou com isso, escolhendo apresentar uma conversa bem direta entre Isaiah Bradley e Sam.
"Loiro de olhos azuis, estrelas e listras?", Isaiah questiona. Seu comentário, extremamente pertinente não só dentro da série como fora dela, continua com uma afirmação que dialoga diretamente com parte do público: "Nunca vão deixar um homem negro ser o Capitão América".
Além da alta qualidade da escrita e atuação excelente de Carl Lumbly e Anthony Mackie, o conteúdo por si só é relevante. Discutindo o racismo prevalente nos Estados Unidos desde a origem do país, a cena não hesita ao traçar paralelos com a realidade ao apresentar o modo cruel como homens negros foram utilizados para testes dos quais sequer sabiam fazer parte. Este é, sem dúvidas, não só um dos grandes momentos da série como um dos mais importantes.
O conserto do barco
Toda a sequência que mostra Sam unindo a comunidade para consertar o barco de sua família é gostosa de assistir graças à sua leveza. Ver como a família Wilson era querida, além de como isso coloca muita gente diferente trabalhando em conjunto para um objetivo comum é ótimo. Ainda assim, o momento também mostra como muitas vezes a união de uma comunidade é necessária, já que Sam e Sarah não conseguiram apoio onde deveriam.
A participação de Bucky também se destaca, dando mais um passo na construção da proximidade cada vez maior entre os dois personagens titulares da série. É bom vê-los juntos quando a situação não é um risco para o mundo e o assunto não é Steve.
Valentina Allegra de Fontaine
Tudo que bastou para Valentina Allegra de Fontaine se tornar alvo de diversas discussões foi uma breve aparição no episódio 5. Se apresentando de modo que certamente sugere que ainda a veremos muito no futuro, a Condessa parece estar atuando como uma espécie de Nick Fury -- mas não exatamente em busca de heróis.
Nos quadrinhos, Val tem uma moral ambígua que parece ser mantida em sua contraparte live-action. Seja lá quais forem seus planos, mesmo em uma cena bem breve ela se destaca, e já deixou todo mundo querendo saber mais.
Bucky e o senhor Nakajima
A jornada de Bucky ao longo de Falcão e o Soldado Invernal nos apresentou a um personagem torturado por seu passado e tentando seguir em frente. Apesar disso, ele se mostra um tanto sem rumo, não conseguindo se libertar de seus fantasmas apesar de seus esforços.
Ainda incapaz de se perdoar ou buscar perdão, as ações dele são mais voltadas para fazer criminosos pagarem, mas isso não é o suficiente. Embora claramente deseje se tornar uma pessoa melhor, Bucky não parece ter confiança de que realmente consegue, mostrando que sua visão de si mesmo ainda depende do julgamento de Steve. Isso muda ao longo da trama, inclusive por conta da influência de Sam e, no fim, o personagem acaba confrontando as partes difíceis de seu passado, que não podem ser resolvidas sem um diálogo honesto e doloroso.
A série não mostra toda a conversa entre ele e o senhor Nakajima, mas mostra o suficiente. É ótimo ver a história desenvolver o antigo Soldado Invernal para além disso, enfrentando seu passado como forma de seguir adiante construindo um novo futuro. Além disso, por mais que a conversa tenha sido doída, é visível que ela tirou um peso da consciência de Bucky, ao mesmo tempo em que permitiu ao pai que perdeu seu filho receber algumas respostas.
A homenagem a Isaiah
Quando escuta a história de Isaiah, Sam se mostra inconformado, e não é para menos. Depois de sofrer tanto, o personagem teve sua história completamente apagada, sendo punido mesmo ao fazer coisas que o próprio Steve também fez, como desobedecer ordens para salvar seus companheiros. A vida dele foi repleta de tragédias, algo que se torna ainda mais cruel diante do apagamento que ele sofre.
Um dos melhores momentos ocorre precisamente quando essa história recebe o reconhecimento que merece. A cena mostra que, graças a Sam, há uma nova divisão no museu dedicado ao Capitão América, apresentando ao mundo um homem que tinha tudo para ser um grande herói e foi oprimido, usado e silenciado ao invés disso. A reação de Isaiah ao gesto é tocante, levando a uma das cenas mais emocionantes de toda a produção.
Capitão América
Desde que Sam Wilson recebeu o escudo do Capitão América no fim de Ultimato, houve muita discussão sobre ele assumir o manto de Steve. É muito significativo que a série aborde esse assunto não do ponto de vista do que a mudança representa para o público, ou que não se preocupe em tentar convencer quem não quer aceitar. A jornada de Sam pertence a ele e àqueles que, como ele, precisam enfrentar um mundo que não os aceita, mas ainda assim insistem em acreditar que é possível fazer as coisas mudarem para melhor.
A concretização disso quando o uniforme do novo Capitão América é revelado é um momento que certamente não poderia ficar de fora. Como ocorre ao longo da série, a ação é incrível, mas esta é uma cena que vai muito além disso. A apresentação deixa claro que não importa que ele não vá agradar a todos: este lugar é dele, e ninguém mais poderia cumprir o papel tão bem.