No começo do filme, temos uma breve apresentação dos Celestiais - que são deuses cósmicos extremamente poderosos. No filme, é dito que eles foram os responsáveis pela criação da vida no universo, além de terem sido os criadores dos Eternos e dos Deviantes.

Ao longo da trama, podemos ver vários Celestiais saídos diretamente dos quadrinhos. O mais importante deles é Arishem, que é o "comandante" dos Eternos e a figura divina em quem eles acreditam. Porém, existem mais Celestiais espalhados pelo filme, embora não sejam citados nominalmente.

O filme mostra como os Eternos chegaram à Terra no ano 5000 antes de Cristo e tiveram um papel fundamental na evolução do planeta desde então. Aqui, podemos vê-los como "deuses" entre os humanos - e portanto, eram adorados e temidos. Eles aparecem ao longo de várias eras da história.

Por exemplo, podemos ver como eles ajudaram a erguer a Babilônia como a maior cidade da Terra, como estiveram presentes durante o genocídio indígena na América e até mesmo como as criações de Phastos acabaram desencadeando na criação da bomba atômica.

Porém, o curioso é perceber que os inimigos da equipe, os Deviantes, também tiveram presentes ao longo desses períodos e, portanto, acabaram ganhando uma certa reputação ao longo da história. Por mais que não sejam lembrados pelos humanos, eles também viraram lendas.

Basta notar o design desses seres para perceber como eles podem ter sido as figuras mitológicas e os monstros citados em diversos registros históricos - já que eles assumem a forma de Quimeras, Harpias e outros seres bem conhecidos do imaginário mundial.

Quando os Eternos chegam à Terra, eles são enviados em uma nave vistosa e robusta, que tem um formato triangular e não parece ter brechas por fora. O nome da nave é Domo - e isso é uma grande referência a outro Eterno dos quadrinhos.

Criado por Jack Kirby em 1976, Domo apareceu pela primeira vez em Eternals Vol. 1 #5. Ele era um subordinado direto de Zuras (o líder dos Eternos nas HQs) e sua principal função era ouvir os comandos do chefe e repassar para outros Eternos.

Durante boa parte do filme, os Eternos acreditam ser alienígenas que vieram do planeta Olympia. Eventualmente, descobrimos que isso é uma mentira forjada pelos Celestiais e que os Eternos são, na verdade, seres inorgânicos criados por esses deuses cósmicos.

Ainda assim, a referência a Olympia é bem interessante, já que nas HQs, esse é o nome da morada da raça Eterna nos quadrinhos - e se trata de uma dimensão que foi realocada para diversos lugares, como a Grécia e a Antártida. Seu nome é uma referência à forma como os humanos "confundiam" os Eternos e os deuses gregos, que moravam no Olimpo.

Eternos se passa pouco tempo depois dos eventos de Vingadores: Ultimato - e inclusive, para quem se pergunta o motivo pelo qual eles nunca apareceram antes, é revelado que eles não podem se intrometer em conflitos humanos, exceto nas batalhas envolvendo os Deviantes.

Contudo, há uma conexão ainda mais interessante aqui. Quando o plano dos Celestiais é revelado, descobrimos que a dizimação da vida no universo atrasou a destruição da Terra e a criação de Tiamut, e só depois que esses efeitos foram revertidos é que Arishem começou os preparativos para o Despertar.

No começo do filme, vemos Sersi como namorada de Dane Whitman, um professor universitário muito carismático vivido por Kit Harington. Ele não sabe sobre as origens da mulher e só descobre quando eles são atacados por um Deviante furioso.

A primeira reação de Dane é achar que Sersi é uma feiticeira como o Doutor Estranho. O tempo todo ele se questiona sobre isso e fica até decepcionado ao descobrir que não é verdade. Porém, essa não é a única referência a outros heróis do Universo Cinematográfico da Marvel ao longo do filme...

Os Vingadores são citados em diversos momentos - e algumas dessas cenas já tinham sido reveladas nos trailers. Em determinado momento, quando os Eternos se reúnem na casa de Gilgamesh e Thena, eles discutem sobre o futuro da equipe agora que o Homem de Ferro e o Capitão América se foram.

Além disso, Kingo também cita o Thor e diz como o Deus do Trovão era obcecado com ele há séculos - mas tudo isso mudou quando Odinson se tornou um herói reconhecido e, desde então, ele nem atende às ligações de Kingo. Isso inclusive pode ser uma pista para Thor: Amor e Trovão, já que o asgardiano está bem longe da Terra.

Kingo inclusive parece ser um grande colecionador e amante da história da humanidade, assim como outros Eternos. Em um determinado momento, nós vamos até o avião particular do herói e descobrimos que ele é um astro de Bollywood que, durante anos, fingiu ser várias pessoas da mesma família para disfarçar sua imortalidade.

Porém, dentro do avião temos uma ligação direta com o Capitão América, já que o escudo original do personagem aparece ali - o triangular, que foi apresentado pela primeira vez em Capitão América: O Primeiro Vingador. Como esse escudo já apareceu várias vezes no Museu Smithsonian, não sabemos se Kingo possui o original ou uma réplica.

E parece que o maior grupo de k-pop do mundo também é um grande fenômeno dentro do Universo Cinematográfico da Marvel! Quando Kingo deixa a produção de seu mais novo filme - uma biografia musical de Ikaris -, ele fala sobre como vai precisar cancelar seus projetos futuros.

Nessa cena, ele diz que terá que fazer um filme que contaria com a participação do BTS, popular boyband sul-coreana que está no topo das paradas no mundo inteiro. Curiosamente, a cena seguinte conta com uma música do grupo, chamada "Friends".

Durante o filme, é explicado que Thena possui uma condição psicológica chamada Mahd Wy'ry, que faz com que ela tenha longos surtos onde esquece de sua identidade e ataca seus colegas Eternos. Depois, é revelado que essa condição é como uma "falha na Matrix" que faz com que ela se lembre das "vidas passadas" e os outros planetas que ela ajudou a destruir.

Nos quadrinhos, essa condição existe e acontece porque, apesar de sua imortalidade, os Eternos possuem mentes humanas que não suportam absorver tanta informação ao longo dos anos. Assim, eles enlouquecem. Contudo, não é Thena que adquire o Mahd Wy'ry nas HQs, mas sim Sersi, que acaba tendo grandes surtos similares à demência.

Em uma das grandes viradas dramáticas do filme, descobrimos que o plano dos Celestiais é povoar planetas e enchê-los de vida inteligente. Contudo, essas vidas são "ceifadas" para contribuir no nascimento de outro Celestial, já que eles precisam consumir vida inteligente para se desenvolverem.

No caso da Terra, o Celestial "plantado" no planeta é Tiamut - que, nas HQs, é conhecido como o Sonhador. Lá, ele é retratado como um grande amigo dos humanos e que dormiu durante milênios na Terra. Ele ficou conhecido por ter passado meses parado em São Francisco.

Fãs mais ávidos da Marvel Comics logo perceberam conexões entre esse plano dos Celestiais com um dos quadrinhos mais prestigiados da Casa das Ideias, que é Terra X. Na HQ, descobrimos que os Celestiais não são tão benevolentes quanto parecem ser...

O quadrinho se passa em um futuro distópico e mostra como esses deuses cósmicos sempre estiveram presentes alterando grandes elementos da história da humanidade, criando seres com superpoderes para defender o "ovo celestial" localizado no interior do planeta, para que enfim pudesse ser chocado.

Outra ligação interessante disso tudo vem de uma cena na qual podemos ver como seria o futuro caso Tiamut despertasse, consumindo toda a vida do planeta e o destruindo no processo. Na sequência, que é retratada através de uma visão "passada" por Arishem, vemos todo o processo da devastação.

Curiosamente, isso lembra muito como Galactus consome planetas para se manter vivo nos quadrinhos da Marvel - embora ele seja uma ameaça externa e não parta "de dentro" de cada planeta. Outra diferença crucial é o fato de que ele só se alimenta do planeta enquanto corpo celeste, enquanto os Celestiais aqui precisam consumir vida inteligente.

Quando Sersi descobre o plano dos Celestiais, sua primeira reação é ligar para Dane Whitman e falar com ele sobre possíveis consequências. Ela sugere que o namorado reate os laços com um "tio com o qual ele tem relações complicadas", já que não haverá muito tempo para isso.

Essa é uma citação direta a Nathan Garrett - o tio de Dane nas HQs, que era um vilão e membro dos Mestres do Terror. Nathan era um Cavaleiro Negro, apesar de não usar a Espada de Ébano - e, antes de morrer, ele se arrepende de seus crimes e passa sua herança (incluindo a espada) para o sobrinho.

Ao menos dois Eternos são conhecidos por terem se tornado vilões nos quadrinhos - Duende e Druig. Duende já foi o antagonista da fase de Neil Gaiman e sua motivação é a mesma do filme: ele estava cansado de ser tratado como uma criança, mesmo tendo milhares de anos de idade. Por isso, ele trai a sua equipe.

Já Druig era visto como um manipulador com pouco apreço pela vida humana, que não se importava de usar os mortais como seus peões. No filme, temos duas viradas que conversam com esse histórico vilanesco dos dois nos quadrinhos, mas Druig acaba se provando um herói e Duende, apesar de trair a equipe, acaba se redimindo no final.

Embora já tenhamos tido referências aqui e acolá ao universo da DC Comics, Eternos é o primeiro filme do Universo Cinematográfico da Marvel que abraça de vez essas citações, criando uma conexão bem interessante com a concorrência. Em determinado momento, um personagem diz que Karun, o gerente de Kingo, é "como o Alfred do Batman".

Porém, não para por aí. Quando os Eternos se reúnem na casa de Phastos, o filho do herói - Jack - diz que viu Ikaris na televisão e o chama de Superman, citando as rajadas óticas e uma "capa" - que não existe. Dessa forma, o filme deixa claro que os personagens da DC são bem conhecidos, como criações fictícias - assim como no nosso mundo.

Ainda na casa de Phastos, temos outra referência que também já havia sido revelada em um dos trailers. Ela acontece quando os Eternos estão tendo um jantar e Phastos diz que se "aposentou" de seus poderes, já que não faz mais criações tecnológicas. Ikaris não acredita nele.

Logo, o Eterno dispara sua rajada ótica contra a janela da casa de Phastos, e depois tenta provar que a mesa onde eles estão jantando é feita de vibranium - o metal encontrado em Wakanda. Porém, ele se prova errado, já que é uma mesa de madeira da IKEA, popular marca de móveis dos Estados Unidos.

Bem no fim do longa, Phastos cria uma ideia para que os Eternos possam aumentar seus poderes e então deter a ascensão de Tiamut. Ele tenta construir apetrechos que possam conectar seus aliados, formando uma consciência coletiva.

O herói chama essa "invenção" de uni-mente, mas logo é zoado pelos seus colegas de equipe. Esse conceito surgiu nos quadrinhos de Jack Kirby e funciona de forma similar - a diferença é que, quando os Eternos de "juntam" na Uni-Mente, é criada uma "entidade" física composta de energia pura.

Perto do final do filme, quando a grande batalha se inicia, o Deviante Kro aparece para atacar os Eternos - dessa vez, com uma consciência e cheio de pompa. Ele acaba atraindo Thena para uma caverna e a persegue. Ele é o responsável por fazê-la lembrar de seu passado, através da consciência que ele "roubou" de Gilgamesh.

Contudo, em alguns momentos, até parece que o vilão é afetuoso com a heroína - o que é uma referência interessante aos quadrinhos, já que Kro e Thena possuem um relacionamento proibido e que foi escondido durante séculos. No entanto, ela rapidamente mata o Deviante no filme, fatiando-o com suas armas.

Você provavelmente deve ter ficado chocado ao descobrir quem faz a voz de Kro, o líder dos Deviantes que adquire inteligência ao absorver os poderes de outros Eternos, como Ajak e Gilgamesh. O personagem foi interpretado por Bill Skarsgård.

O ator é mais conhecido por seu papel como o palhaço Pennywise nos filmes que adaptam IT: A Coisa de Stephen King, além de ter participado de Atômica e Hemlock Grove. Esse é seu primeiro papel no Universo Cinematográfico da Marvel, mas vale lembrar que ele também fez o papel de Zeitgeist em Deadpool 2.

Durante a batalha final, temos um momento bem interessante quando todos os Eternos estão lutando contra Ikaris, que é revelado como o traidor da equipe e o assassino de Ajak. O guerreiro, em determinado momento, para em uma pose muito similar à capa da revista Eternals Vol. 4 #6, que foi publicada originalmente em 2009 e ilustrada por Daniel Acuña.

Outra curiosidade interessante: no final do filme, Ikaris se "sacrifica" e ruma em direção ao Sol, aparentemente arrependido por suas ações e triste pela "morte" de Tiamut. A cena é uma nítida referência à lenda de Ícaro, que caiu após ter suas asas derretidas pelo calor do Sol - e vale lembrar que o próprio Ikaris é confundido com essa figura mitológica no filme.

Ao fim do filme, Arishem aparece cheio de ira e fúria, e captura os três Eternos que permaneceram na Terra - ou seja, Phastos, Kingo e Sersi (Duende é poupada já que é transformada em uma humana ao final do longa). O Celestial então fala sobre como está revoltado com as ações de seus "subalternos".

Ele diz que os heróis ainda vão ver se a Terra merecia tal piedade, e acaba os levando junto consigo por um buraco negro, enquanto o planeta fica para trás. Essa é uma referência nítida às histórias dos Celestiais nas HQs da Marvel, uma vez que eles são seres responsáveis por "julgar" se os planetas merecem ou não continuar existindo.

Os créditos finais do filme são um show à parte por vários motivos. Aqui, temos uma sequência que mostra vários objetos, relíquias e artefatos que estão ligados aos Eternos ao longo da história - como a adaga que Sersi cria a partir de uma arma rudimentar no começo do filme.

Mas não para por aí: temos esculturas de deuses e figuras mitológicas associadas a Thena, Gilgamesh e Druig, um cartaz de Harry Houdini que tem ligação com a Duende e até mesmo um quadro de Ícaro, que faz referência ao "apelido" que Ikaris ganhou durante a Grécia Antiga.

Na primeira cena pós-créditos do filme, temos a participação de duas figuras muito especiais na mitologia cósmica da Marvel - o primeiro deles sendo Pip, o Troll - que como o próprio nome indica, é um troll. Um alienígena da raça Laxidaziana, Pip se torna muito conhecido nas HQs por sua ligação com Adam Warlock.

Aqui, ele chega como emissário de outro Eterno - que falaremos no próximo item. Contudo, nas HQs ele serve ao mesmo propósito para Adam Warlock. Vale mencionar que Warlock já foi confirmado em Guardiões da Galáxia Vol. 3 e será interpretado por Will Poulter, então seria interessante ver se os dois irão se conhecer em algum momento...

O outro convidado especial que aparece na primeira cena pós-créditos é Starfox - que se apresenta pelo seu nome original, Eros. O personagem é introduzido por Pip como sendo o irmão de Thanos e é dito que ele veio para ajudar os heróis a encontrar outros Eternos no universo.

O personagem é interpretado por Harry Styles, confirmando diversos rumores e vazamentos na internet, e ao que tudo indica ele terá um papel grande no futuro do Universo Cinematográfico da Marvel - ainda mais se os Eternos tiverem outro filme, já que ele se alia a Druig, Makkari e Thena no final.

Embora Kit Harington só apareça como Dane Whitman ao longo do filme, temos mais de uma referência à sua identidade heroica nos quadrinhos. A primeira acontece quando os Eternos retornam à sua nave - e Thena começa a usar uma espada. Na hora, Duende se pergunta se é a Espada de Ébano, mas logo descobre que é a Excalibur.

Depois, na segunda cena pós-créditos do filme, a verdadeira Espada de Ébano aparece na mansão de Dane Whitman. Ele resiste em tocá-la, mas quando se aproxima da lâmina, escuta uma voz e não sabemos quem é. Levando em conta a história do personagem nas HQs, muitos achavam que seria Sir Percival da Escândia, vindo como um fantasma para falar sobre o legado do Cavaleiro Negro.

Contudo, a diretora Chloé Zhao já confirmou: trata-se de Blade, o Caçador de Vampiros, que deve estrear em breve no MCU e será vivido por Mahershala Ali. De acordo com ela: “Essa era a voz de um dos meus super-heróis favoritos, o próprio Sr. Blade. Blade, Blade, Blade, é!”