Quando a Marvel decidiu que precisava de um Capitão América mais sombrio para agradar os leitores dos anos 80, resolveram criar também um ajudante completamente novo para acompanhar suas histórias.

Ainda sem nome definido, Lemar Hoskins apareceu pela primeira vez em Captain America #323 (1986) como um dos três Bold Urban Comandos (“Comando Urbano Audaz”, em tradução livre), os Buckies. O trio realizava falsos crimes que seriam impedidos pelo Super-Patriota para aumentar a popularidade de John Walker como herói.

O plano deu certo e, não muito tempo depois, John Walker foi nomeado o novo Capitão América. Como recompensa por sua lealdade, Lemar Hoskins também foi contratado pelo governo para atuar como o novo Bucky, ajudante do defensor patriota.

Mas a parceria de Walker e Hoskins começou muito antes de sua vida combatendo o crime. Eles serviram no mesmo batalhão do exército, no Forte Bragg. Depois de serem dispensados, começaram uma carreira na luta livre onde acabaram conhecendo o Mercador do Poder.

Os experimentos do Mercador do Poder gerou mutações no corpo de Hoskins que lhe rendeu poderes superiores aos de Steve Rogers, aumentando sua força, velocidade, resistência, agilidade e reflexos a um padrão sobre-humano.

Suas habilidades de combate foram refinadas pelo super-vilão Treinador, contratado pelo governo para ensinar todos os truques do antigo Capitão América. Além disso, ele contava com um escudo feito de Adamantium — o mesmo metal presente nas garras de Wolverine.

Logo após sua estreia, Lemar se tornou alvo de bastante polêmica. A Marvel decidiu batizá-lo com o mesmo nome heroico do ajudante original do Capitão América, Bucky Barnes, como uma homenagem. Entretanto, a palavra “buck”, na época, era um termo racista super ofensivo que comparava pessoas negras a animais irracionais e agressivos.

Para piorar essa “coincidência”, Lemar foi escrito originalmente como um analfabeto funcional, em uma tentativa de reforçar esse estereótipo irracional. A repercussão negativa foi tanta que a Marvel teve que alterar seu nome para Estrela Negra em Captain America #341, alegando que a alcunha racista foi uma tentativa do governo de manter Lemar sob controle.

Sob o manto de Estrela Negra, Lemar ajudou o Capitão América a enfrentar diversas ameaças, incluindo uma invasão de reptilianos, mas as coisas começaram a desandar quando os pais de John Walker foram mortos.

Walker ficou cada vez mais violento, matando e torturando sem pensar duas vezes. Lemar questionava as ações extremas do amigo, mas entendia a sua dor. Ele tentou ajudá-lo a superar seu trauma, mas não adiantou. O Capitão América acabou sendo demitido e o Estrela Negra decidiu que era a hora de parar também.

Depois que John Walker foi dado como morto pelo governo para servir como Agente Americano, Estrela Negra tentou se aposentar de vez, mas não conseguia se sentir útil sem combater o crime. Quando soube que Silver Sable estava enfrentando criminosos racistas, ele decidiu se unir a seu grupo de mercenários, o Wild Pack.

Mal sabia ele que nesse grupo havia um simpatizante da Klu Klux Klan, sempre diminuindo racismo a um complexo de perseguição. Forçados a conviver contra sua vontade, Lemar nunca abaixou a cabeça para o jeito xucro de Doug Powell, que acabou sendo obrigado a admitir seus erros após ser salvo diversas vezes pelo herói negro.

Em Silver Sable and the Wild Pack #17, o Estrela Negra estava em uma missão humanitária, para combater a fome na Somalia, quando seu grupo foi atacado por um clã mutante, furioso com o imperialismo americano.

As coisas saíram de controle e Lemar acabou protegendo uma de suas adversárias, a somali Obax Majid, de um ataque fatal. Admirada pela atitude altruísta de Lemar, Obax concordou em lutar ao seu lado para ajudar seu povo e eventualmente começou um relacionamento com o herói. Ela foi uma das poucas mutantes a não perder seus poderes após os eventos de Dinastia M da Feiticeira Escarlate.

O Estrela Negra tem uma pequena participação no arco Guerra Civil, que colocou praticamente todos os heróis da Marvel em conflito pelo direito ao anonimato. Considerando que os pais de John Walker foram mortos logo depois que seu segredo fora revelado ao mundo, não surpreende que Lemar lute contra o registro de heróis.

Ele aparece em Civil War: Front Line #3, quando aceita participar de uma entrevista com a repórter Sally Floyd. Lemar havia entrado para uma pequena célula de resistência liderada pelo anti-herói Alfabeto. Eles acabam sendo capturados pela S.H.I.E.L.D. e só conseguem escapar na hora da batalha final. Lemar sobrevive, mas Alfabeto acaba sendo morto pelo Venom.

Em Marvel Zombies Destroy!, o Estrela Negra faz parte da organização A.R.M.O.R., uma espécie de S.H.I.E.L.D. para conter perigos de realidades alternativas. Liderados por Howard, o Pato; eles invadem a Terra-12591 para impedir um apocalipse zumbi nazista de contaminar outras realidades.

Muitos membros da A.R.M.O.R. acabaram perecendo ao longo da missão ao encontrarem versões renascidas de grandes heróis da Marvel, mas Lemar resistiu até o fim. A equipe retornou em segurança graças aos poderes dimensionais de Taxi Taylor, mas é possível que uma versão zumbi do Capitão América tenha sido teleportada sem querer...