Esta pode não ser uma ocorrência única, mas isso só torna a atitude ainda pior. Ao longo da série, Draco menospreza e provoca inúmeros personagens, debochando de nascidos trouxa e "traidores do sangue" e demonstrando todo seu ódio e preconceito.

Isso fica claro desde o princípio, quando Malfoy oferece sua amizade a Harry, sugerindo que Ronny estaria abaixo dos dois. Além de fazer piada com a situação financeira dos Weasley e menosprezá-los por isso, o garoto não perde a oportunidade de debochar e tentar prejudicar o trio principal e seus amigos. Sua crueldade se manifesta muitas vezes contra Neville, a quem frequentemente ofende com intimidação ou zombaria.

O bullying de Malfoy era recorrente e ocorria de diversas formas, mas assumia um caráter ainda pior quando direcionado à Hermione. Uma das maiores manifestações disso é por meio da ofensa que ele direciona a ela, chamando a garota de Sangue-Ruim.

Dentro do universo, o termo julga aqueles que nasceram em famílias trouxas como inferiores. Além de ser uma tentativa de humilhar a garota, a ação de Draco demonstra seu ódio por aqueles que vêm de origens não-mágicas. O termo está carregado de preconceito, e é uma forma de violência, ainda que não física.

O ressentimento de Draco por Harry e seus amigos passa dos limites em diversas ocasiões. Como se não bastassem as agressões verbais e psicológicas que ocorrem nas tentativas de ridicularizar e menosprezar o trio, o bruxo da Sonserina tenta causar dano direto em diversas ocasiões. Mesmo quando não age, ele não hesita em desejar o pior para os protagonistas, seja na forma de agressão ou mesmo morte.

Isso se manifesta principalmente em relação à Hermione, com um exemplo sendo os ataques dos Comensais da Morte durante a Copa Mundial de Quadribol. Os servos de Voldemort atacam, torturam e matam diversos trouxas, e Draco maliciosamente sugere que o mesmo destino poderia aguardar a garota por causa de suas origens. Anteriormente, ainda no segundo ano, ele também demonstra sua capacidade de agir diretamente, lançando uma cobra em direção a Harry quando os dois duelam em uma clara tentativa de feri-lo.

Um dos momentos mais marcantes quando se fala das piores ações de Malfoy na série acontece no terceiro livro. Ignorando as instruções de Hagrid, o aluno da Sonserina acaba sendo machucado, embora não seja nada grave. O garoto, no entanto, não perde a oportunidade de chamar a atenção, além de tentar utilizar o ocorrido para prejudicar seu professor e o hipogrifo.

Assim, Malfoy tenta fazer com que Hagrid seja demitido, utilizando a influência de seu pai para isso. Não contente com isso, eles pedem também que Bicuço seja executado, com o garoto querendo assistir à morte do animal em mais uma demonstração de crueldade.

Draco também provoca Harry em relação aos Dementadores diversas vezes, sem demonstrar qualquer empatia ou respeito pelo outro. Diferente de seus colegas, o protagonista é afetado mais profundamente por possuir uma história bastante trágica, mas isso não o mantém a salvo das provocações.

O Sonserino provoca o garoto tanto em relação aos Dementadores presentes, sugerindo que Harry teria medo deles, quanto em relação a quem eles caçam: Sirius Black, até então considerado culpado pela morte dos Potter.

Depois disso, ele tenta se aproveitar do suposto medo do protagonista, fingindo ser um Dementador junto com Crabbe, Goyle e Marcus Flint. O objetivo deles era prejudicar Harry em uma partida de Quadribol contra a Corvinal, mas o plano dá errado graças à reação do herói, que os derruba com seu Patrono.

No ano de O Cálice de Fogo as atitudes de Malfoy para prejudicar seu rival continuaram se tornando piores, a ponto de influenciarem grandes eventos e a opinião pública sobre o protagonista. Isso porque ele usou Rita Skeeter para publicar rumores sobre Harry, infernizando a vida do personagem ao longo do ano escolar.

Ele foi responsável pelos artigos da representante do Profeta Diário que sugeriam a existência de um romance entre Harry e Hermione. Muito pior que isso, no entanto, foi que o consistente esforço em criar mentiras sobre o protagonista deixou o Menino que Sobreviveu desacreditado pelo público. Assim, quando ele anuncia o retorno de Lorde Voldemort, poucos acreditam nele, algo que impacta seriamente a batalha contra o vilão.

Desde o início da série, fica claro que Draco gosta de estar em posições de poder, além de não hesitar em abusar dele. Isso se torna ainda mais claro quando o garoto se junta à Brigada Inquisitorial criada por Dolores Umbridge, grupo de alunos que tem a tarefa de vigiar seus colegas e garantir que as regras cruéis da professora sejam colocadas em prática.

Ele é um dos responsáveis por pegar Harry e outros integrantes da A.D. quando eles tentavam encontrar Sirius, que supostamente estaria sendo torturado por Voldemort. A atitude pode não parecer nada particularmente ruim, principalmente visto o que ele já fez antes. Isso, porém, muda de figura quando fica claro que Umbridge pretende usar a maldição Cruciatus em seus alunos, e Draco não demonstra ter qualquer problema com isso.

O sexto ano é certamente o mais difícil para Malfoy, que passa por questões pessoais bastante complexas. Este é, também, o ano onde suas ações se tornam ainda piores, mesmo que isso não seja um reflexo de um aumento em sua crueldade.

Como punição pela falha de Lúcio Malfoy na Batalha do Departamento de Mistérios, Voldemort transformou o garoto oficialmente em um Comensal da Morte. Apesar de não ser surpreendente, dada a maneira como o garoto sempre agiu, se tornar um dos partidários do Lorde das Trevas oficialmente é levar tudo muito além, adotando mais abertamente a ideologia violenta e preconceituosa do vilão. Mesmo que Draco não goste do modo como é tratado, ele demonstra querer ser parte da organização e convencer o líder de seu valor.

Além de tornar Draco um Comensal da Morte, Voldemort deu a ele uma missão particularmente difícil: assassinar Alvo Dumbledore. Isso, é claro, não foi por acaso, já que o vilão queria punir os Malfoy pela falha de Lúcio.

Desesperado, o garoto toma atitudes que tem resultados terríveis. Tentando assassinar seu alvo, ele utiliza o colar amaldiçoado e o hidromel envenenado que acabam quase matando outros estudantes ao invés do diretor. No fim, embora não consiga matar Dumbledore, o jovem é o responsável por levar Comensais da Morte para dentro do castelo de Hogwarts.

Em defesa de Draco, muitos afirmam que ele passou por uma mudança depois do sexto ano, demonstrada principalmente por sua hesitação em reconhecer o trio principal quando eles são capturados. Ainda assim, alguém como ele não muda de uma hora para outra, algo que ele demonstra claramente antes do fim do último confronto entre o bem e o mal.

Durante a Batalha de Hogwarts, Draco se volta contra Harry mais uma vez, tentando capturá-lo para Voldemort. O plano não vai bem, já que ele não tem mais tanto controle sobre Crabbe e Goyle, e o primeiro utiliza o Fogomaldito para tentar matar o protagonista. Embora a tentativa de tirar a vida do herói não venha de Draco, isso não é resultado de sua bondade, já que ele deixa claro que pretende entregar o garoto para o grande vilão.