[CRÍTICA] Doutor Estranho – O mundo além do buraco da fechadura!
[CRÍTICA] Doutor Estranho – O mundo além do buraco da fechadura!
Chegando hoje aos cinemas brasileiros, Doutor Estranho é a primeira empreitada da Marvel pelo mundo da magia dos super-heróis nas telonas. Após conferir o filme, temos uma breve crítica sem spoilers:
Atenção: A crítica a seguir foi realizada por um autor específico e não reflete a opinião total do site. Em todo caso, se você concorda ou discorda com a visão do autor ou dos comentaristas, lembre-se de ser respeitoso, sem ofender ou atacar ninguém gratuitamente.
Ficha Técnica
Título original: Doctor Strange
Duração: 130 minutos
Data de estreia: 02 de Novembro de 2016 (Brasil)
Direção: Scott Derrickson
Produção: Victoria Alonso, Stephen Broussard, Louis D'Esposito, Kevin Feige, David J. Grant, Stan Lee e Charles Newirth
Roteiro: Jon Spaihts, Scott Derrickson e C. Robert Cargill
Elenco: Benedict Cumberbatch, Chiwetel Ejiofor, Rachel McAdams, Benedict Wong, Mads Mikkelsen, Tilda Swinton, Michael Stuhlbarg, Benjamin Bratt e Scott Adkins.
Ceticismo
Há um ceticismo muito grande quando se discute a chamada saturação de filmes de super-heróis. Enquanto o público casual se amarra cada vez mais nas adaptações de histórias em quadrinhos, os fãs de longa data parecem ir na direção oposta. Doutor Estranho é a tentativa da Marvel de unir os dois mundos.
Visual
Doutor Estranho é hipnótico, megalomaníaco e, com certeza, belo. A evolução do diretor Scott Derrickson é fantástica. Vindo de filmes de terror como A Entidade e O Exorcismo de Emily Rose, o cineasta prova que as decisões controversas da nova fase da Marvel se mostram certeiras, resultando num blockbuster esteticamente inovador, ao mesmo tempo que busca referências visuais em 2001: Uma Odisseia no Espaço, Matrix, A Origem e até mesmo Harry Potter. Um espetáculo retirado com maestria dos quadrinhos de Steve Ditko do Mago Supremo.
Trama
Fato é que Derrickson consegue dar um jeito de fazer a grande maioria dos elementos funcionarem, se distanciando da homogeneidade tão criticada da Fase Dois do Universo Cinematográfico da Marvel.
Embora a história de origem do Doutor Estranho soe familiar - seguindo o mesmo procedimento apresentado por Christopher Nolan em Batman: Begins e imitado por Jon Favreau em Homem de Ferro - o filme adiciona a estonteante noção de magia à narrativa. Não aquela explicação cientifica dos filmes do Thor, mas uma viagem transcendente e profunda.
Um conceito certamente inspirador para futuras produções.
Protagonista
A escolha do protagonista é, desde sua essência, uma das melhores da Marvel. Benedict Cumberbatch entrega um Doutor Stephen Strange dono uma presença inteligente e abundantemente elegante, que encanta do princípio ao fim.
Sua jornada possui paralelos com a do Homem de Ferro, mas é mais agressiva e menos comprometedora.
Seja pelo carisma ou pelas semelhanças, o ator inglês é colocado numa posição digna de herdar o protagonismo quase que monopolizado pela face de Robert Downey Jr..
Coadjuvantes
Quanto aos personagens de apoio, Benedict Wong mostra um veia humorística muito palpável para seu Wong. Chiwetel Ejiofor, por sua vez, é fantástico como Mordo, mesmo que se trate de uma versão preliminar do personagem, adjacente a da animação do Mago Supremo lançada em 2007.
O grande destaque, entretanto, vai para a performance magnífica de Tilda Swinton como a Anciã. A personagem, originalmente apresentada como um homem nos quadrinhos, aproveita da licença poética da troca de gênero para adicionar balanço à trama e diversificar ainda mais o elenco.
Quem decepciona é Rachel McAdams, par romântico do Doutor Estranho, que acaba tendo em sua humanidade o único elo de Strange com o passado. O problema é que ela é subaproveitada em meio a tanta feitiçaria.
Antagonista
Depois de Loki, a Marvel tem tido problemas para emplacar um vilão carismático e ameaçador no cinema. Kaecilius é mais interessante do que Ultron e Jaqueta Amarela, mas continua o legado de vilões de poucas camadas, mesmo com a interpretação excelente de Mads Mikkelsen.
Trilha Sonora
Um nome, porém, é responsável pela apresentação de uma trilha sonora memorável dentro do Universo Cinematográfico da Marvel. Michael Giancchino traz composições influenciadas pela cultura oriental, que deixam o conjunto ainda mais original.
Inovação
Depois de oito anos na estrada e 14 filmes, a Marvel nos devolve em Doutor Estranho o ar de esperança de que o estúdio ainda é capaz inovar o cinema de super-heróis. E, embora Doutor Estranho não seja uma revolução em termos de história, a abordagem visual do longa coloca o Universo Cinematográfico da editora num caminho totalmente novo.
Vale a pena gastar seu dinheiro com Doutor Estranho?
Vá ao cinema tranquilo. Doutor Estranho é digno de atenção. Quase impossível não sair do cinema planejando o retorno. Assista em IMAX, se possível. Nem preciso lembrar que é pra ficar até o final dos créditos. Duas cenas incríveis te aguardam.
Nota: 4,5.
--
Doutor Estranho estreia hoje, dia 02 de novembro, em todo o país!