Da falência ao triunfo – A história da Marvel no cinema! (Pt. 2)

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Da falência ao triunfo – A história da Marvel no cinema! (Pt. 2)

Por Felipe de Lima

Caso não tenha lido a primeira parte, confere ela aqui!

Um recomeçar incoerente: Capitão América (1990-1992)

Marvel começou os anos 90 fazendo barulho, mas nada particularmente bom. Pela primeira vez desde o final da década de 70, a empresa voltou a investir no Capitão América. O Grupo Cannon comprou os direitos da Marvel e começou a trabalhar em um roteiro com a participação de Stan Lee, e o novo filme começou a ser produzido em meados dos anos 80.

No entanto, Menahem Golan deixou a Cannon no final da década de 80, levando os direitos e o roteiro do novo filme do Capitão América consigo. A nova empresa de Golan, 21st Century Film, iria lançar o longa coincidindo com o 50º aniversário do personagem em 1990, mas atrasos e problemas de produção fizeram com que o lançamento fosse feito diretamente para home-video em 1992, sendo universalmente criticado pelo baixo orçamento e terrível abordagem do personagem.

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A Morte Do Incrível Hulk (1990)

Enquanto isso, a situação da empresa na televisão ia de mal a pior. O terceiro e último filme baseado na série clássica do Incrível Hulk foi ao ar em 1990, e deveria contar com mais um crossover, fazendo com que a Mulher-Hulk e o Homem de Ferro fossem considerados.

No entanto, o estúdio abriu mão da trama, para que o filme pudesse mostrar o sacrifício do gigante esmeralda. Embora não fora planejado para dar um fim à parceira de Lou Ferringo e Bill Bixby - já que a intenção era gravar mais dois - a combinação de mau desempenho com a crítica e a morte de Bill Bixby foram o suficiente para dar fim à uma era.

O fim: Nick Fury: Agente da Shield (1998)

No entanto a Marvel teria uma última chance na TV com Nick Fury: Agente da Shield. A produção apresentava um Nick Fury aposentado lutando contra a Hydra.

Mesmo o filme tendo uma recepção mista após a sua estreia, a Marvel sabia que o futuro era claro. A empresa precisaria abandonar a TV.

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O recomeço: Blade: O Caçador de Vampiros (1998)

Uma era terminou, e outra tinha que começar... De maneira inesperada. Blade: O Caçador de Vampiros foi o primeiro filme da Marvel lançado para o cinema desde Howard: o Super-herói.

A NewLine misturou elementos dos quadrinhos com ação sangrenta, fazendo com que o filme fosse bem recebido pelos críticos e fãs de quadrinhos, provando que personagens de quadrinhos poderiam funcionar com o público mainstream.

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X-Men (2000) e a explosão dos filmes de super-heróis

O primeiro filme a provar o sucesso do gênero seria X-Men, da Fox. Neste ponto, a Marvel havia enfrentado muitos problemas financeiros, quase chegando à falência. Isso fez com que os direitos dos grandes heróis da Marvel fossem espalhados por várias empresas diferentes para que a Casa das Ideias pudesse se recuperar financeiramente.

A Fox comprou os direitos dos mutantes em 1994, e começou a trabalhar em uma adaptação dos quadrinhos. Embora tivessem vários roteiros diferentes, o estúdio escolheu o de David Hayter, e Bryan Singer assumiu a direção.

X-Men conseguiu o mesmo efeito de Blade, mas em uma escala muito maior: a versão cinematográfica dos mutantes mostrou que os quadrinhos poderiam sim ser levados a sério em uma adaptação de personagens extremamente famosos. Provando de uma vez por todas que o gênero super heróico era muito maior do que se pensava.

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Embarcando no sucesso: Homem-Aranha (2002)

A New Line lançou Blade II em 2002, marcando a primeira sequência de um filme da Marvel no cinema, mas seria Sony quem construiria um legado sobre o renascimento iniciado pelos X-Men.

Sam Raimi tomou as rédeas do personagem mais popular da Marvel, e seu filme do Homem-Aranha foi recebido com elogios da crítica e dos fãs, principalmente pelo fato de ter mantido os personagens fiéis ao material.

Homem-Aranha foi o primeiro filme da Marvel a arrecadar 100 milhões de dólares em sua semana de estreia, tornando-se um verdadeiro marco para a editora.

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Os altos: X-Men 2 (2003) e Homem-Aranha 2 (2004)

A explosão dos filmes de super-herói estava em pleno funcionamento no início dos anos 2000, e atingiu seu ápice com a segunda onda de filmes baseados em quadrinhos.

X-Men 2 foi aclamado por ter superado seu antecessor, e junto a Homem-Aranha 2 ainda são considerados dois dos melhores filmes de super-heróis de todos os tempos.

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Os baixos: O Justiceiro (2004), Demolidor (2003) e Hulk (2003)

Isso não quer dizer que tudo relacionado à Marvel era sucesso. A Lionsgate e Artisan tentaram um novo filme do Justiceiro, que acabou sendo uma bomba de bilheteria, e recebeu críticas severas, fazendo com que a Artisan fechasse suas portas para sempre.

Um filme do Demolidor estava em produção desde o final dos anos 90. Depois de várias batalhas legais, a Fox conseguiu fazer o filme, mas a tentativa de uma abordagem sombria falhou e o filme recebeu críticas mistas, seguido de uma bilheteria aquém do esperado.

2003 também foi o ano de lançamento do primeiro filme do Hulk desde 1990. Embora agora lembrado como um fracasso, o filme de Ang Lee foi considerado pelos críticos como um espetáculo em CG. Apesar de uma boa bilheteria, a Marvel acabou readquirindo os direitos do personagem.

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O declínio: Elektra (2005), e Quarteto Fantástico (2005)

O boom dos filmes de super-heróis começou a declinar em 2005, quando após Blade Trinity todos os filmes começaram a decair no quesito qualidade.

Ninguém conseguiu entender a decisão de fazer um filme solo da Elektra após o fracasso de Demolidor, e o longa se tornou o menor lucro da Marvel desde Howard: O super-herói.

Então, veio uma tentativa de recomeçar o Quarteto Fantástico. A Fox vinha desenvolvendo o roteiro desde meados da década de 90, mas o sucesso de X-Men, em 2000, levou o estúdio a esperar por um tempo. O filme foi lançado em 2005 e se tornou um sucesso comercial, mas foi destroçado pela crítica por seu tom infantil em comparação à Batman Begins que estreara um mês antes.

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O fim: X-Men: O Confronto Final (2006), Homem-Aranha 3 (2007) e Quarteto Fantástico: E o Surfista Prateado (2007)

Há um ditado que as coisas sempre pioram antes de melhorar, e ele certamente é verdadeiro para a Marvel.

Apesar de ser um grande sucesso de bilheteria X-Men: O Confronto Final foi detestado pelo público e pela crítica, forçando a Fox a seguir outros caminhos com a franquia. Homem-Aranha 3 foi uma decepção colossal para fãs e críticos. A sequência de Quarteto Fantástico não conseguiu os mesmo números do primeiro filme e foi odiado pelo fãs, levando a Fox a rebotar a franquia.

Foi um momento difícil para os personagens da Marvel na telona. Mas tudo mudaria um ano depois com um novo filme, desta vez feito diretamente pela Marvel, sobre um herói de segunda linha chamado Homem de Ferro.

Um universo nasce: O Incrível Hulk (2008) e Homem de Ferro (2008)

Com Robert Downey Jr. vivendo o charmoso Tony Stark, e conquistando a crítica, o enorme sucesso de Homem de Ferro trouxe os filmes da Marvel novamente para a luz. Embora o cameo de Samuel L. Jackson no final do longa tenha mostrando a Iniciativa Vingadores e o futuro que a seguiria.

No entanto, os créditos devem ser dados ao reboot do Incrível Hulk. Ele não é o maior filme da Marvel, mas foi considerado muito melhor do que o original de Ang Lee. O filme agora ocupa um lugar estranho no UCM, e é geralmente esquecido por não estar bem colocado na linha do tempo. Mas, mesmo assim, é importante reconhecê-lo devido à uma pequena cena, mas que no fundo é gigantesca.

O cameo descreditado de Robert Downey Jr. como Tony Stark seria o primeiro crossover moderno de dois personagens da Marvel, o primeiro vislumbre de algo muito maior: O Universo Cinematográfico da Mrvel nasceu, e indústria do cinema nunca mais seria a mesma.