[CRÍTICA] Yakuza 6: The Song of Life – Despedida de respeito

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[CRÍTICA] Yakuza 6: The Song of Life – Despedida de respeito

Por Felipe Vinha

Se você não conhece Yakuza… Bem, saiba que Yakuza 6: The Song of Life não é uma boa porta de entrada para a série. Por outro lado, se você quer jogar um game bem feito, com todas as peculiaridades de um grande título e ainda um conteúdo recheado, talvez valha a pena conferir.

Yakuza 6: The Song of Life chegou ao PS4 e veio com tudo. Finalizando a saga do “herói” Kazuma Kiryu, o título não se limitou ao oferecer uma história – que, olha, dura pouco – de proporções épicas e, ao mesmo tempo, nos trouxe algumas inovações hilárias para a série.

Após este aqui, não sabemos o que vem adiante. Mas que jornada foi essa.

Leia nossa crítica completa, a seguir!

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Ficha Técnica

Nome: Yakuza 6: The Song of Life

Plataformas: PS4

Gênero: Ação

Quantidade de jogadores: 1

Estúdio: SEGA

Publicadora: SEGA

Data de lançamento: 17 de abril de 2018

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Ruim para novatos, mas...

Como cito no início do texto, Yakuza 6: The Song of Life não é uma boa entrada para novos fãs. Ele foi feito pensando nos veteranos, desde o início, sem tirar nem pôr. Não adianta falar algo fora da realidade, pois o jogador vai acabar descobrindo, cedo ou tarde, caso ele seja novo na saga.

Contudo, como críticos, também é nosso papel indicar jogos bons, independente de ele ser um novo capítulo de uma saga imensa ou parte de uma história. Se a jogabilidade é boa, por qual motivo não dar uma chance?

E é este o caso de Yakuza 6: The Song of Life.

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De volta às ruas

Mas vamos falar da história em si. Yakuza 6: The Song of Life tem como protagonista Kazuma Kiryu, que serviu de herói e rosto para a série desde, praticamente, seu início. Neste game, porém, Kiryu está muito mais velho, chega a ostentar alguns cabelos brancos em sua barba e penteado, mas nada que entregue tanto a idade.

Tentando viver pacificamente, o ex-mafioso saiu da prisão após os eventos do jogo anterior. Contudo, ao voltar para o orfanato onde vivia com uma série de crianças e sua protegida, Haruka, Kiryu descobre que nada está do jeito que ele deixou.

Haruka sumiu e, aparentemente, está com problemas. Isso obriga Kazuma Kiryu a sair da aposentadoria e novamente vagar as ruas de Kamurocho, a cidade principal da série.

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Quase um GTA? Nem tanto

É comum ver comparações de Yakuza com a série GTA. Não é bem assim. A pegada aqui é outra. O mundo aberto não é “aberto de verdade”. Há uma limitação mas, ao mesmo tempo, há inúmeras possibilidades.

Yakuza 6: The Song of Life se foca muito mais na narrativa e no pano de fundo dos personagens do que na exploração. Além dos fantásticos minigames.

Foi necessário abrir essa “aspas” na avaliação para prosseguir com…

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A vida de Kiryu

O mais interessante de notar em Yakuza 6: The Song of Life é a evolução moral de seu personagem. De fato, Kazuma Kiryu sempre foi um homem centrado e honrado, mas que mudou pouco, de maneira grandiosa, ao longo dos jogos.

O que é visto em Yakuza 6: The Song of Life é o ex-mafioso assumindo uma postura extremamente madura, como se fosse um mestre para jovens aprendizes, representando também a maturidade da série como um todo.

Isso, claro, se você levar em conta os momentos de história, apenas, e não os que temos com os minigames… Vamos logo falar deles?

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Um jogo repleto de jogos

Como todo Yakuza, em Yakuza 6: The Song of Life temos uma multidão de minigames. Tem até outros jogos recentes completos, como Virtua Fighter 5 Final Showdown e uma versão atualizada de Puyo Puyo.

O charme, contudo, está nas ruas. Ao explorar Kamurocho, e outros locais das cenas, o jogador pode participar de uma série de minigames especiais. E eles são muitos mesmo: baseball, dardos, outros fliperamas, concurso de comidas, karaokê e até, pasme, um serviço de conversas picantes com atrizes pornô em um chat ao vivo (isso é muito comum, no Japão). Ou que tal um minigame para cuidar de um bebê?

O que a SEGA fez em Yakuza 6: The Song of Life, em termos de variedade e diversão, está em outro nível. Simplesmente temos o Yakuza mais completo neste sentido.

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E a história?

Mas, felizmente, Yakuza 6: The Song of Life não é apenas feito de minigames. A história é incrível, com uma conclusão ainda mais inesperada. Porém, ela dura bem pouco. Com pouco menos de cinco horas, finalizamos metade. Não demorou muito mais para terminar o enredo por completo – e só sobrar a exploração dos cenários e missões paralelas, é claro.

Não me leve a mal, não considero o jogo ruim apenas por não durar tanto assim, mas estamos falando de um Yakuza, série que tem estrutura de RPG e de grandes jogos com seu “quase mundo aberto”. Poderia durar um pouquinho mais, se não for reclamar muito.

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Mas ele compensa

Pelo menos Yakuza 6: The Song of Life te compensa de maneira enorme, prolongando o tempo de jogo por meio de missões extras, opcionais, além dos já citados minigames.

Mais adiante você pode até mesmo participar de batalhas em ritmo de estratégia em turnos, como antigos jogos de PC, estendendo a liberdade do game, que já é enorme.

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Visual fotorrealista

E o que falar do visual? Este sempre foi o forte da série Yakuza, ainda mais em termos de feições de personagens e reproduções de atores do mundo real. Em Yakuza 6: The Song of Life, a produtora usou um novo motor gráfico, capaz de deixar tudo ainda mais bem simulado.

Não estranhe se você esbarrar com o ator Takeshi Kitano, o “Beat Takeshi”, em uma cena, pois é ele, de fato, com todas as suas feições reproduzidas, ou Tatsuya Fujiwara, outro astro bem famoso no Japão. Além das atrizes de filme adulto, que citamos em outro ponto, Yakuza 6: The Song of Life também tem a presença de lutadores japoneses famosos, reproduzidos em toda sua fidelidade. É incrível o que foi feito por aqui.

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Conclusão

É como foi dito no início. Se você for novato na saga, talvez Yakuza 6: The Song of Life não seja para você. Por mais que tenhamos um resumão completo de todos os fatos no início, bem no primeiro menu, ainda é possível ficar perdido entre uma história e outra – em especial para que não está acostumado com jogos japoneses.

Contudo, como jogo, Yakuza 6: The Song of Life funciona com perfeição. É completo, é divertido, é fácil de jogar, agradável e não vão faltar opções do que fazer, mesmo após terminar sua curta história. É, de fato, um fenômeno estranho, mas louvável.

Nota: 4 de 5