[CRÍTICA] The Walking Dead: 7ª Temporada – Os fins não justificaram os meios!

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[CRÍTICA] The Walking Dead: 7ª Temporada – Os fins não justificaram os meios!

Por Mike Sant'Anna

Atenção: Alerta de Spoilers!

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A sétima temporada de The Walking Dead era aguardada com uma ansiedade ímpar, pois ela trazia consigo a revelação de um segredo que corroía os fãs desde o último episódio da sexta temporada: Quem foi a vítima de Negan?

E exatamente assim começamos o sétimo ano da série, com Negan matando Abraham e Glenn e mostrando, de uma vez por todas, porque era um personagem a ser temido. O primeiro episódio desta temporada trouxe tantos sentimentos misturados, mas que se resumiam em uma única definição: um episódio de qualidade altíssima que poderia facilmente ser classificado como o melhor episódio da série até ali. E esse foi o problema.

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Quando temos um primeiro episódio elevando a barra de qualidade em um patamar tão alto, é muito difícil manter o nível de qualidade lá em cima por tanto tempo, durante dezesseis episódios seguidos.

Com a exibição do episódio The Day Will Come When You Won't Be, os fãs imaginaram que teríamos uma temporada completamente visceral e focada nas crueldades do vilão interpretado por Jeffrey Dean Morgan. Mas o que foi entregue pelo showrruner Scott M. Gimple foi algo completamente diferente.

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A partir do segundo episódio desta sétima temporada, já notamos que o ritmo da temporada seria bem mais lento do que o primeiro episódio e até do que os fãs gostariam.

A primeira metade da temporada foi repleta de episódios melancólicos demais, arrastados demais e que muitas vezes praticamente nada acontecia, como o episódio onde Tara descobre Ocean Side

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Mas com a chegada do último episódio antes do hiato, voltamos a nos lembrar da grande ameaça que era Negan, quando ele passa um dia inteiro em Alexandria.

A sombra do personagem sobre toda a cidade era o suficiente para deixar o ar mais pesado de se respirar. Foi então que tivemos uma luz de esperança sobre a tão criticada sétima temporada de The Walking Dead. E realmente, dali em diante as coisas iriam melhorar para os fãs.

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Em diversas entrevistas, o ator Andrew Lincoln (Rick) disse que todos os fãs insatisfeitos com a temporada até ali iriam entender, mais pra frente, os motivos pelos quais tudo estava daquele jeito.

No fim das contas, o ator estava correto, pois ao retornar de seu hiato, a temporada entrou em uma curva muito mais dinâmica que não faria muito sentido se não tivéssemos a preparação de terreno da primeira metade da temporada.

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Uma temporada completamente focada nos personagens e na natureza humana, muito mais do que as demais haviam sido. Assim como o quadrinho, a trama de The Walking Dead já deixou de ser sobre o apocalipse zumbi há muito tempo, tornando-se um drama sobre a verdadeira natureza humana que se manifesta pela completa falta de leis e da ordem.

E agora, nós tivemos um foco muito mais profundo nos personagens em si, em seus pensamentos, seus limites, seus valores e a falta deles. Podemos embarcar muito mais profundamente na psique de Rick e os sobreviventes de Alexandria, de Negan e seus Salvadores, na mesquinha mente de Gregory e dos moradores de Hilltop e na excêntrica mente do Rei Ezekiel e seus seguidores leais do Reino.

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Falando em Ezekiel, conhecemos o icônico personagem dos quadrinhos juntamente com sua adorada tigresa Shiva.

O personagem foi extremamente bem feito pelo ator Khary Payton - que, até então, tinha uma vasta carreira como dublador de animações da Marvel e da DC, além de dublar vários personagens de games. O Rei Ezekiel de Khary era muito crível e semelhante ao personagem das HQ’s, sua persona criada para reger o Reino era algo propositalmente fantasioso para aquele mundo, mas funcionava muito bem dentro do contexto que fomos apresentados.

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Uma das coisas mais bem feitas foi a jornada de Rick ao longo da temporada, mas não sua jornada exterior para primeiro encontrar recursos para Negan e, posteriormente juntar as demais colônias. Estamos nos referindo à sua jornada individual interna onde, no primeiro capítulo, vemos o personagem ser completamente quebrado por dentro, tendo seu espírito - que sempre foi forte - sendo estraçalhado por Negan.

Fomos vendo, pela primeira vez, um Rick fraco, submisso, apagado e ao passar da temporada, acompanhamos o personagem reencontrando suas forças e aos poucos voltando a ser o destemido líder de Alexandria.

Isso tudo fica ainda mais evidente no último episódio quando temos um espelhamento da cena onde Rick e Negan se encontram pela primeira vez mas, dessa vez, a reação final de Rick é completamente diferente.

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Não poderíamos falar da sétima temporada sem falar do homem da vez: Negan.

Com toda certeza Jeffrey Dean Morgan foi o ponto alto, trazendo um vilão que, com toda certeza, entrará para a história e ficará marcado na mente das pessoas como um dos vilões mais diabólicos do entretenimento.

Jeffrey interpretou um típico vilão que deixa o espectador num dilema, onde ao mesmo tempo você o ama e odeia. Sua interpretação captou toda a essência do personagem nos quadrinhos, adicionando alguns “temperos” a mais.

O fato de que Negan encarava com um sorriso no rosto situações que deixavam os outros - e até mesmo você - com os olhos arregalados, dava um toque final na frieza e crueldade do personagem, ao mesmo tempo que lhe adicionava o carisma necessário.

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Ao chegar no último episódio da temporada, temos mais uma vez um episódio com uma qualidade ímpar, que finalmente amarra tudo que vinha acontecendo na temporada e te mostra que todos os altos e baixos - principalmente os baixos - foram por um motivo, tinha uma razão.

E você consegue entender isso facilmente ao ver como a season finale se desenrola. Mas se fosse um filme, ou uma série que a temporada é disponibilizada toda de uma vez, isso teria funcionado de uma maneira muito melhor. No entanto, a lentidão da maioria destes episódios “necessários” prejudicou demais o desenrolar e poderia ter sido desenvolvido de uma maneira mais atraente para o público.

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No fim das contas, ao avaliar a temporada como um todo, o sentimento acaba sendo mais positivo do que negativo, principalmente quando você entende porque algumas decisões foram tomadas. Porém, ainda assim, é impossível ignorar o sentimento de que essa temporada deixou a desejar, principalmente com tanto potencial na mão.

Por isso, merece 3 Lucilles.