[CRÍTICA] Viva: A Vida é uma Festa – A morte nunca foi tão bonita!

Capa da Publicação

[CRÍTICA] Viva: A Vida é uma Festa – A morte nunca foi tão bonita!

Por Bia Oninawa

Histórias que envolvem o mundo dos mortos e essa transição da vida para a morte nunca foram, particularmente, os meus filmes favoritos. Apesar de reconhecer o valor e admirar o trabalho de produções como A noiva Cadáver O Estranho Mundo de Jack, esses não costumavam ser os que mais me enchiam os olhos na infância. Mesmo assim decidi ir assistir Viva – A Vida é uma Festa. Pelo simples motivo que tudo que envolva Pixar e Disney merece sua atenção, mesmo quando o tema não for seu favorito.

E não me arrependo! O filme é lindo e de uma sensibilidade sem tamanho.

Caso você ainda não tenha ido ver Viva – A Vida é uma Festa, pode ler a crítica sem preocupação, porque não daremos spoilers. E depois corra para ver nos cinemas porque vale MUITO a pena admirar essa animação em tela grande.

Imagem de capa do item

Ficha Técnica

Título: Viva - A Vida é Uma Festa

Ano de Produção: 2017

Lançamento: 04 de Janeiro de 2018 (Brasil)

Direção: Lee Unkrich

Classificação: Livre para todos os públicos

Duração: 109 minutos

Sinopse: Miguel é um menino de 12 anos que quer muito ser um músico famoso, mas precisa lidar com sua família que desaprova seu sonho. Determinado a virar o jogo, ele acaba desencadeando uma série de eventos ligados a um mistério de 100 anos.

Imagem de capa do item

Faz alguns anos que animação já não é sinônimo para filmes infantis. E isso é algo que temos visto cada vez mais nas produções da Pixar. E mesmo depois de ser comprada pela Disney, isso claramente continua bastante presente.

Claro, você pode levar seu filho ou sobrinho para ir assistir Viva - A Vida é Uma Festa, porque a história, assim como as cores, é incrivelmente convidativa para as crianças. Mas a grande mensagem da trama talvez só sejam amplamente compreendida pelos adultos da sala do cinema. Ainda assim, fiquei relativamente surpresa em ver como o filme envolveu as crianças durante todo o enredo (já que normalmente elas se dispersam depressa), o que mostra como a história é envolvente para todas as idades.

Imagem de capa do item

Agora meu real conselho é que você vá preparado para ter seus sentimentos tocados (especialmente se você perdeu alguém querido há pouco tempo). O jeito como a história escolheu apresentar a data tão marcante da cultura Mexicana, o Dia dos Mortos, foi de uma sensibilidade sem tamanho e de um modo muito simples de entender para quem não está acostumado com essa tradição.

E do mesmo modo como Moana tentou introduzir uma cultura distante do grande público, Viva - A Vida é Uma Festa veio, claramente, com a intenção de popularizar o Dia dos Mortos sem que as crianças se sentissem assustadas pelos fantasmas ou caveiras.

Imagem de capa do item

Que por sinal, estavam incrivelmente bem trabalhados. Apesar de boa parte do filme se passar no mundo dos mortos e você ver um bilhardão de caveiras, todas elas são únicas e bem caracterizadas para não se confundirem. Tudo no filme, claramente, foi feito com muito esmero. Desde a apresentação inicial através de uma introdução (já contextualizada nos trailers) nas bandeirolas típicas das comemorações da data, como todas as cores e detalhes que estão presentes em cada cena. Em diversos momentos, você poderia, simplesmente, parar o filme e falar "Nossa, eu quero um quadro desse frame", sem problemas.

Imagem de capa do item

Quanto ao arco principal da trama, é o que você espera de uma "jornada do herói", com boas surpresas em meio ao que parecia óbvio. Você com certeza não vai adivinhar uma ou duas coisas que irão acontecer no meio da história. E pode ter certeza que irá se divertir. O humor é suave, gostoso, espontâneo e nem um pouco forçado ou caricato. Atinge todas as idades da mesma forma. E vale a pena ressaltar que o Dante, o cachorrinho do filme, rouba a cena toda vez que aparece.

Imagem de capa do item

É uma história sobre seguir seus sonhos, valorizar sua família, com personagens cativantes e carismáticos. Nos primeiros 30 segundos do filme já amamos o protagonista e o cachorrinho dele. Não tem como não se envolver e se identificar com o conflito do jovem Miguel, que quer ser músico apesar de sua família ser contra (estava nos trailers, juro que não é spoiler). São todas motivações muito boas e reais. E mesmo as coisas que não foram respondidas, como o porquê ele passou para o outro mundo, não é algo que te incomoda no final.

Imagem de capa do item

Por incrível que pareça, teve bem menos música do que imaginei que teria. Por ser uma história ao redor de um garotinho que sonha ser um cantor, e pelos trailers que haviam sido liberados, acreditei que teríamos ainda mais músicas. Mas não foram tantas, apesar de todas serem muito bonitas e bem-feitas, com as traduções muito bem adaptadas para o português. Até brincando um pouco com o "portunhol" para as rimas e histórias darem certo. Foi tudo muito bem trabalhado e mágico, digno da Disney.

Imagem de capa do item

O antagonista do nosso herói é uma agradável surpresa do enredo. É algo muito mais complexo do que uma simples pessoa má que quer estragar tudo porque é essencialmente ruim. Suas motivações, apesar de distorcidas, são compreensíveis (erradas, mas compreensíveis) e essa é uma parte da história que talvez atinja mais os adultos que as crianças.

Imagem de capa do item

Vá esperando ser surpreendido, aprender mais sobre uma nova cultura e rever seus conceitos de família, vida e morte de uma maneira muito bonita. A sensibilidade vai muito além do roteiro e passa pelas cores, traços, música e isso tudo chega a você de uma maneira muito boa, apesar do tema pesado que é a morte.

Imagem de capa do item

De resto, prefiro não entrar em muitos detalhes para não estragar a trama. Só vá esperando se emocionar e sair com um sentimento bom no peito, apesar de nostálgico. Você irá se emocionar e lembrar de todos aqueles que já partiram da sua vida e mesmo assim, não vai se sentir triste. Vale a pena assistir acompanhado de quem você ama. E lembre-se de ligar para sua família no final do filme.

Como é o super poder da Disney, você vai sair da sala do cinema, sentindo que aprendeu algo novo e valorizando coisas que você talvez não valorizasse antes.

Nota: 5/5