[CRÍTICA] Transformers: O Último Cavaleiro – O encontro mágico e explosivo de rei Arthur com os Autobots!
[CRÍTICA] Transformers: O Último Cavaleiro – O encontro mágico e explosivo de rei Arthur com os Autobots!
O quinto filme da franquia cinematográfica dos poderosos autobots finalmente chegou, trazendo, é claro, muitas cenas de ação e explosões envolvendo os robôs gigantes alienígenas.
Mas será que depois de tantos filmes com da franquia, vale a pena dar uma chance para Transformers: O Último Cavaleiro? Será que ainda compensa insistir nessa franquia que para muitos é resumida apenas em efeitos especiais explosivos? Talvez ainda haja esperança…
Ficha Técnica
Título: Transformers: O Último Cavaleiro Ano: 2017 Lançamento: 20 de julho de 2017 (Brasil) Direção: Michael Bay Duração: 2 horas e 29 minutos
Sinopse: Os humanos estão em guerra com os Transformers, que precisam se esconder na medida do possível. Cade Yeager (Mark Wahlberg) é um de seus protetores, liderando um núcleo de resistência situado em um ferro-velho. É lá que conhece Izabella (Isabela Moner), uma garota de 15 anos que luta para proteger um pequeno robô defeituoso. Paralelamente, Optimus Prime viaja pelo universo rumo a Cybertron, seu planeta-natal, de forma a entender o porquê dele ter sido destruído. Só que, na Terra, Megatron se prepara para um novo retorno, mais uma vez disposto a tornar os Decepticons os novos soberanos do planeta.
Rei Arthur 2.0
O principal objetivo desse filme é mostrar a “história secreta da humanidade” que, desde muito cedo, vem trabalhando lado a lado com os robôs alienígenas, conhecidos como Transformers, nos momentos mais decisivos como a Segunda Guerra Mundial e o combate aos nazistas.
Logo de cara, o filme começa juntando a clássica história de Rei Arthur com os robôs gigantes. A mistura da lenda épica, batalha sanguinolenta e os robôs funciona bem, mesmo com as constantes piadas forçadas, que não fazem nada além de quebrar o ritmo da cena. Esse momento funciona bem, mas é a sensação que fica é que tudo poderia ter sido melhor aproveitado. Talvez a ideia seja criar filmes derivados que se passem nesses momentos épicos que foram mencionados do filme, mas tudo acaba parecendo uma ideia muito boa mas com uma execução mediana.
Quintessa Esquecida
Depois de conhecermos essa relação antiga entre humanos e Transformers, somos levados ao espaço, mais precisamente para Cybertron o planeta natal desses alienígenas. Por lá, encontramos Quintessa, a Deusa de todos os Transformers e responsável pela criação da vida.
As intenções de Quintessa ficam bem claras logo de início. Mas por mais que seus momentos em tela sejam divertidos de se assistir e ela se mostra uma criatura bem poderosa, seu papel acaba sendo secundário o que é bastante decepcionante, já que, mais uma vez, existe nela um potencial bem grandioso que poderia ter sido melhor explorado no filme e isso não acontece.
Humano sem muita humanidade
Quatro humanos principais protagonizam o filme, possuindo personalidades e trejeitos que conseguem agradar o público e fazer com que você se importe com eles. Contudo, é na relação entre eles que as coisas ficam complicadas. O envolvimento dos personagens parece forçado, rápido demais e pouco profundo, o que chega a incomodar por não ser muito bem construído.
Além disso, é preciso citar Izabella, vivida por Isabela Moner. A jovem é responsável por entregar ao público, com maestria, os momentos mais tristes e dramáticos do longa. Mas toda sua história e carga emocional são praticamente abandonadas depois do primeiro arco. O que é bem decepcionante.
Personagens Demais
A culpa de um maior aprofundamento nas tramas e personagens se deve ao fato de que existem personagens demais trabalhando em tramas secundárias que não agradam ou geram algum impacto no público. Todo o núcleo das estações espaciais, por exemplo, poderia ter sido mais enxuto ao invés de dar tanto tempo de cena para novos personagens que foram irrelevantes no panorama geral do filme.
Os militares, mais uma vez, parecem estar no filme apenas para garantir mais cenas de ação e servirem como “antagonistas” dos heróis, já que suas tramas acabam sendo confusas e ligeiramente vazias.
Explosões e Aventuras
O que seria um filme da franquia Transformers sem explosões? Por sorte não precisamos descobrir isso em O Último Cavaleiro. Respeitando a tradição já estabelecida, o filme chega com muita ação, tiros e explosões que, por mais absurdas que pareçam, não chegam a atrapalhar o fluxo da história de Optimus Prime, Bumblebee e companhia.
A mistura dos momentos de ação com a busca pelo Cajado de Merlim, uma aventura envolvendo flashbacks e uma história lendária, faz com que o filme ganhe um ar parecido com O Código Da Vinci e semelhantes, o que consegue deixar o filme mais divertido e interessante para o público.
Menos é mais
Ameaça do fim do mundo, a busca por um artefato mágico, perseguição dos militares, embate contra os Decepticons, a lenda do Rei Arthur, Quintessa e a relação de Cybertron com Unicron, essas são apenas algumas das tramas do filme.
Ainda que relativamente bem amarradas no decorrer do filme, é claro que uma boa quantidade dessas tramas poderiam ter sido cortadas para facilitar a narrativa, além de garantir que tudo fosse melhor aproveitado. Às vezes, é melhor lembrar daquele ditado que diz que menos é mais, especialmente quando a intenção é criar algo épico e memorável.
Já chegou no clímax?
O Último Cavaleiro não comete o mesmo erro de A Era da Extinção que, por todas as quebras na narrativa, parecia estar sempre perto de acabar, apenas para ser continuado por mais longos minutos. Fica muito óbvio que estamos nos aproximando do final do filme pelo aumento de dificuldade e a chegada do clímax.
Mas quando ele chega, quando estamos prontos para assistir a conclusão de todas as tramas, ficamos insatisfeitos. O último arco do filme parece se alongar mais do que deveria, focando mais nas explosões e tiros do que em completar os objetivos e concluir a trama. Recebemos uma batalha rápida, simplória e pouco emocionante.
Preparando o terreno
Já o final do filme deixa muito claro que a razão para alguns elementos do filme não terem sido melhor explicados ou aprofundados. Todo o arco envolvendo Quintessa e Unicron parecem ser o plano de fundo para a conclusão dessa nova trilogia (iniciada em 2014 com Transformers: A Era da Extinção), mas isso não muda o fato de que eles deveriam ter sido melhor explorados nesse filme.
Talvez o próximo longa venha para melhorar o relacionamento entre os personagens e, quem sabe, até mesmo aprofundar o conceito de família de Cade, que não parece ser muito capaz de se importar tanto assim com a ausência de sua filha.
Nota
Sejamos sinceros, a maioria das pessoas que buscam assistir Transformers não espera ver uma trama profunda e emocionante capaz de trazer questionamentos importantes ou coisa parecida. O público de Transformers quer ser entretido e ter uma boa quantidade de ação e aventura - regada e explosões e robôs.
Transformers: O Último Cavaleiro entrega isso, por mais rasa que seja sua trama e mais subaproveitado que sejam seus personagens. Não dá pra negar que as principais batalhas, as cenas de perseguição e até o humor do filme , com suas boas piadas e momentos cômicos, são capazes de entreter o público. Assim sendo, mesmo com suas falhas, o filme consegue sustentar Três estrelas como nota.