Você se lembra do Spyro? Bom, se você teve um Playstation 1, provavelmente deve ter jogado com o dragão roxo mascote do console pelo menos uma vez na vida, nem que seja em um CD de demos.

Para quem não conhece, Spyro é uma franquia de games de plataform que estreou entre 1998 e 1999. O personagem principal - o dragão Spyro - ficou tão famoso na época que até virou um dos mascotes da PS junto do Crash Bandicoot.

De 98 para cá, foram 3 jogos pela Insomniac Games (produtora original), e vários outros títulos criados por mãos diferentes. O remake de 2018, comemorando 20 anos da saga, é de responsabilidade da Activision e da Toys for Bob, recriando os 3 games originais do dragão - “Spyro The Dragon”, “Spyro: Ripto’s Rage!” e “Spyro: Year of The Dragon”.

Muita gente se lembra de Spyro comparando seus games aos do Crash. Não ajuda muito os dois serem mascotes da Playstation, terem uma trilogia de games de plataforma extremamente famosa e serem refeitos entre 2017-2018. Mas calma que não é bem assim. Tirando a característica de plataforma, esses são jogos bem distintos.

Resumindo o plot dos games, você controla o Spyro, um jovem e poderoso dragão lilás, que parte em aventuras pelos reinos mágicos dos dragões, seja salvando seus companheiros de espécie, caindo sem querer na luta de um lugar desconhecido enquanto ia tirar férias, ou indo parar do outro lado do planeta em busca de ovos de dragão roubados.

Spyro traz níveis com mapas totalmente abertos, missões, mini-games e o clássico desafio de coletar cristais. O próprio stage select é uma fase a ser completada e, no fim de cada “mundo”, você enfrenta um boss.

A maior diferença entre Spyro e Crash está na construção de mundo. Enquanto em Crash você passa de nível para nível - lineares em sua maioria - Spyro te coloca em ambientes abertos para explorar, o que vai fazer você gastar mais tempo por nível. Então são menos fases, mas muito mais espaço para fuçar em cada uma.

Outro ponto que sempre cativou no game é o protagonista. O Spyro é um dragãozinho irritado que só quer resolver as coisas na base da porrada e do incêndio. Não parece muito amigável falando, mas jogar com ele ótimo.

Com isso dito, o remake, Reignited Trilogy, é magnífico. Na verdade, parece que Spyro foi feito para, no futuro, ganhar essa nova roupagem. Se na época do Playstation 1 já era incrível um game tão aberto, agora, 20 anos depois, com gráficos que nem imaginávamos naquela época, o jogo se tornou um absurdo.

O ponto mais legal é, sem dúvida, a transformação gráfica. Agora o Spyro é realmente o dragão da capa e não um amontoado de pixels. O visual do protagonista, dos outros dragões e do mundo em si é impecável. Te dá vontade de continuar jogando só pra ver mais desse ambiente mágico.

Também precisamos destacar a dublagem em português que o jogo ganhou, simplesmente hilária. Seja a voz do Spyro, dos dragões ou outros personagens, ficou tudo muito natural e divertido.

Toda a remasterização funcionou com perfeição. As pequenas cutscenes, a movimentação, os ataque, especiais, inimigos, etc, tudo é muito detalhado e brilhante. As cores são super vivas, saltam aos olhos.

Visualmente - e contando a trilha sonora, também executada com perfeição - a trilogia é MUITO divertida e já vale seu dinheiro. É um game para você viajar com ele - vide que o garoto propaganda de Reignited Trilogy, além do Spyro, é o Snoop Dogg. Se ele aprova essa viagem, não tem o que discutir, não é mesmo?

Esses elogios são todos para a parte gráfica. Porém, o game não levantou tanto fogo assim em sua jogabilidade. Muita gente reclamou que não houve uma grande atualização no modo de jogar Spyro, que continua tudo muito igual. Isso é verdade.

Ainda que, obviamente, seja mais legal voar, saltar, baforar fogo e correr com um visual fluido e brilhante, esse é basicamente o mesmo Spyro de 98 com uma roupa mais bonita.

Não acredito ser um problema, no entanto. Além de esperar demais de uma remasterização/remake, é muito saudosismo pensar que o game foi feito só para quem teve essa experiência 20 anos atrás. Esse é um jogo para os fãs relembrarem o quão legal os primeiros era e para conquistar toda uma nova leva de seguidores que nunca nem viu esse dragão maluco.

Um problema não é, mas também não é uma qualidade. É uma escolha da produção que pode ou não te deixar feliz.

Mas o game tem seus problemas, sim. Para quem se lembra dos carregamentos absurdos de jogos do PSOne... bom, você vai reviver esses momentos por aqui.

Talvez pelo tamanho e complexidade do carregamento dos níveis e tudo mais, Spyro tem telas de loading a todo momento - longas telas de loading. Isso acaba te tirando do clima do jogo, quando, se você morre uma vez, entra um carregamento gigante. E, como todo game de plataforma, você vai morrer bastante.

Também, como dito, o game traduziu toda a jogabilidade do PSOne para o remake, então as coisas mais chatas da trilogia inicial vieram junto. O controle nos níveis de voo é confuso, é muito difícil lidar com a corrida do Spyro - ainda que isso seja intencional até certo ponto - entre outras coisinhas.

Mesmo com alguns problemas, Spyro Reignited Trilogy vale muito a pena ser jogado - principalmente pelos saudosistas do PSOne. Se você se convenceu e vai embarcar na aventura do dragãozinho, aqui vão algumas dicas da LH para o seu game fluir melhor.

Reignited Trilogy traz 3 jogos: “Spyro The Dragon”, “Spyro Ripto’s Rage!” e “Spyro: Year of The Dragon”. Para quem não conhece os games ainda, existem algumas diferenças de jogabilidade na evolução deles.

Spyro The Dragon é o primeiro jogo da franquia, portanto não traz tanta variedade em ações e no game em si se comparado aos outros. É bem mais intuitivo também, sem muitos tutoriais.

Assim, se você está começando agora e gosta de uma gama de opções ao seu dispor, é mais interessante começar do 2º ou do 3º. Lá o Spyro nada, escala, voa, tem mais opções de ataque em alguns momentos específicos, etc. Se você prefere, porém, algo sem guia, que você descobre tudo por sua própria conta e é um tantinho mais difícil, faça a trilogia na ordem de lançamento.

Outra coisa importante é que Spyro pode se tornar cansativo, principalmente por serem 3 games. Spyro The Dragon manteve até o nível secreto que se alcança depois de atingir 100% de progresso, então é muita coisa e muita coisa repetitiva.

Jogue, se divirta, mas com moderação. Intercale com outro jogo. Não tente pegar tudo de uma vez ou você não chegará no 3º.

Jogos como Spyro foram feitos para serem retomados na nova geração; são games que não envelhecem em jogabilidade e merecem ser explorados ao máximo visualmente.

Reignited Trilogy fez isso com perfeição e, por isso, essa é uma recomendação pra quem quer se divertir tanto quanto foi com Crash N. Sane Trilogy.

Por conta das telas de carregamento exageradas, que realmente cortam o clima do jogo, e das falhas na jogabilidade que foram mantidas, infelizmente não é uma nota máxima.

Fechamos com 4 de 5 logos do PSOne para Spyro Reignited Trilogy! Aproveitem as promoções de fim de ano que esse é daqueles games pra você gastar muito tempo e jogar a qualquer momento.

PS: Assistam o vídeo do Snoop Dogg recebendo o game do drone do Spyro que a situação melhora ainda mais. É só clicar aqui!