[CRÍTICA] Sobrenatural: A Última Chave – Será mesmo a última aventura de Elise?

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[CRÍTICA] Sobrenatural: A Última Chave – Será mesmo a última aventura de Elise?

Por Fernando Maidana

Será que ainda há histórias para serem contadas? Descubra em nossa crítica sem spoilers!

Imagens: Divulgação

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Ficha Técnica

Título: Sobrenatural: A Última Chave (Insidious: The Last Key)

Ano: 2017

Lançamento: 18 de Janeiro de 2018 (Brasil)

Direção: Adam Robitel

Classificação: 14 anos

Duração: 103 minutos

Sinopse: Situado anos antes dos eventos do primeiro filme, Sobrenatural: A Última Chave mostra a médium Elise voltando à sua cidade natal para lidar com os eventos assustadores que ocorrem com os moradores da sua antiga casa de infância. Para isso, ela terá que adentrar mais fundo O Além.

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Sobrenatural é uma das franquias de terror mais bem sucedidas da atualidade.

Apesar de não ser tão lucrativa quanto as concorrentes, como Jogos Mortais e Invocação do Mal, ainda arrasta uma multidão de fãs para as telonas. Tanto é que já estamos encaminhando para o quarto capítulo da produção e, apesar do título, nada indica que esse será o último episódio da série.

Na direção, temos o novato Adam Robitel, que só havia dirigido um longa-metragem antes de embarcar em Sobrenatural, A Possessão de Deborah Logan .

Apesar de respeitar a atmosfera construída por James Wan, parece que Adam sentiu-se intimidado em arriscar um pouco mais. Alguns sustos são previsíveis demais e o clima da produção não decide se penderá para o drama familiar, o terror ou a comédia.

Ainda assim, é mais um capítulo interessante que ajuda a enriquecer a mitologia da franquia e consolidar a história de Elise Rainier.

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O filme começa em um flashback dos Anos 50.

Vemos uma jovem Elise descobrindo suas habilidades sobrenaturais ao conseguir conversar com as almas de criminosos executados na prisão ao lado de sua casa.

Seu pai, o caricato guarda da penitenciária, trata sua família com extrema rigidez. Ele repreende Elise cada vez que a garota usa seus dons e os castigos vão ficando cada vez mais físicos e intensos.

Sua mãe, por outro lado, compreende que aquilo é um dom que deve ser usado para ajudar os outros e estimula Elise a controlar melhor suas habilidades.

Depois de um trágico acidente envolvendo os poderes da garota, sua mãe é morta e ela se vê obrigada a fugir, deixando para trás seu pai enfurecido e seu inocente irmão mais novo, Christian.

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De volta a 2010, depois do terceiro filme, quando Elise já se encontrou com Specs e Tucker, a médium é chamada para sua cidade natal para lidar com um caso de assombração na casa onde passou sua infância.

Ela tenta "fazer as pazes" com os fantasmas do passado, ajudando aqueles que não pôde ajudar anteriormente... tanto os mortos, quanto os vivos.

Isso inclui seu irmão, que repudia Elise por tê-lo abandonado com seu pai tirano. As filhas de Christian servem como um alívio cômico ao lado de Specs e Tucker, que passam boa parte do filme tentando conquistar as garotas.

Aliás, a química do trio está, mais uma vez, sensacional.

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O roteiro foi escrito por Leigh Whannell, que também escreveu os capítulos anteriores e retorna no papel de Specs.

A relação de Elise com os dois "charlatões" é doce e ao mesmo tempo maternal. Nós conseguimos nos relacionar com os personagens através da questão familiar, que parece funcionar muito melhor entre os investigadores paranormais do que com a verdadeira família da médium.

É claro que Christian tem suas razões para querer manter Elise longe, mas o modo como o relacionamento entre os dois é trabalhado fica superficial e as soluções não parecem tão convincentes.

Do mesmo modo, as filhas de Christian também não tem um papel muito definido na trama.

Aparentemente, tentaram dar uma participação maior para as garotas do que serem apenas os objetos de atração de Specs e Tucker, mas alguns momentos parecem forçados ou convenientes demais para a trama.

Lin Shaye carrega o filme nas costas.

Nossa protagonista e heroína improvável está mais do que confortável em seu papel.

Elise sabe ser doce quando precisa, sabe esperar pelo momento certo para encontrar uma solução, mas também sabe se impor diante de ameaças sobrenaturais.

Afinal de contas, ela já está fazendo isso há anos e não há ninguém melhor que ela no ramo.

Apesar de ser mais um filme explorando o passado da personagem, o roteiro consegue fazer isso sem levar a fórmula à exaustão. E mesmo que haja um desfecho para a produção, que aparentemente encerra o ciclo da franquia de maneira perfeita, ainda há margem para que novas histórias sejam contadas.

Aposto que todo fã da franquia quer ver mais e mais de Elise em ação.

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O fator terror acabou ficando um pouco de lado em Sobrenatural: A Última Chave.

Nós ainda temos os jumpscares, as visitas ao Além e os monstros com visual agoniante - elemento que já se tornou marca registrada da franquia - mas, como mencionei anteriormente, parece que o diretor preferiu não se arriscar e fazer o "arroz com feijão" básico.

O filme se passa muito mais em nossa realidade do que no Além, o que é frustrante, já que as cenas na dimensão paranormal são de tirar o fôlego.

A trilha sonora também deixa a desejar. Nós nem temos os clássicos violinos que acompanham o título do filme nos momentos iniciais.

No entanto, o design do novo demônio é interessante.

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O monstro é basicamente uma representação do que Elise provocou ao utilizar seus poderes e mostra como diversos dos problemas que ela enfrentou em sua carreira como médium foram provocados por ela mesma, como se ela tivesse sido responsável por abrir as portas que permitiram que os espíritos fugissem do Além.

O modo como o monstro se movimenta, seu visual - que remete aos monstros de Guillermo Del Toro - e as situações em que ele aparece são extremamente apavorantes.

Mas ainda fica uma sensação de que falta alguma coisa.

O roteiro leva a trama por um caminho interessante. Em determinado momento, chegamos a acreditar que a história não será tão sobrenatural assim, já que há aquela lição de que "muitas vezes os humanos são piores do que os espíritos que tememos". Mas a viagem ao Além logo muda essa visão.

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Outra coisa que pode incomodar é o fato do monstro ter muito tempo de tela.

Aqui entra uma questão pessoal.

A franquia Sobrenatural tem alguns visuais bem interessantes. O demônio do rosto vermelho, a mulher de branco e, agora, o monstro das chaves.

Eles são apavorantes. Possuem uma expressão que gera estranheza e sua simples presença basta para provocar o medo no espectador.

São os personagens ideias para se usar em jumpscares.

O problema é quando eles são mostrados demais.

Você começa a prestar mais atenção nos detalhes dos personagens, em suas fisionomias e perde um pouco o fator desconhecido. Assim, eles passam a não dar tanto medo e podem até se tornar cômicos.

Mais uma vez, isso é uma questão pessoal e que pode não incomodar a maioria dos espectadores. Mas acredito que seria mais interessante se os demônios se movessem apenas nas sombras, se eles se preocupassem mais em se manterem escondidos dos olhos da humanidade. Assim, não saberíamos se aquela sombra no canto do quarto é apenas uma sombra ou uma criatura do Além.

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Sobrenatural: A Última Chave pode não ser o melhor capítulo da franquia, mas também não é um total desperdício.

O filme ajuda a mostrar como a infância e o dom de Elise ajudaram a moldar a personagem na médium que conhecemos e aprendemos a amar ao longo dos anos.

A relação entre Elise, Specs e Tucker é cada vez mais o grande trunfo da franquia e nós aprendemos que, muitas vezes, os humanos conseguem ser piores do que os demônios...

A Última Chave enriquece ainda mais a mitologia da franquia e apesar de encerrar o ciclo de forma magistral, pode ser que ainda haja alguma porta aberta para ser explorada.

Nota: 3/5