[CRÍTICA] Rick & Morty: 3ª Temporada – Eu me transformei em uma crítica, Morty, isso já basta!
[CRÍTICA] Rick & Morty: 3ª Temporada – Eu me transformei em uma crítica, Morty, isso já basta!
Terceira temporada completa BAAABY!
Deu pra sacar nas últimas semanas que a LH entrou na febre Rick & Morty, certo? Depois de viajar por algumas dimensões insanas, fazer piadas de gosto duvidoso e apreciar o vazio existencial, chegamos ao fim do terceiro ano das aventuras da família Smith/Sanchez e agora sabe-se lá quando teremos novos capítulos.
Enquanto ficamos no aguardo e um pessoal teoriza sobre um possível final secreto, aqui está o que achamos sobre a terceira temporada de Rick & Morty!
Ah, podem ficar tranquilos que o texto é sem spoilers.
Imagens: Divulgação
Vamos tocar direto na ferida: Dois anos de espera para uma animação de dez episódios é MUITA coisa. Para quem não sabe, Rick & Morty estreou em Dezembro de 2013, a segunda temporada foi lançada em 2015 e, só em Abril desse ano, tivemos um sinal de vida da série.
Assim, essa temporada carregava um peso gigante nas costas. Ela não só teria que corresponder dois anos de espera de uma base de fãs enorme, quando R&M já era um sucesso, como seria quase que uma “nova estreia” da animação. E podemos dizer, com toda certeza, que a produção foi extremamente bem sucedida nesse quesito.
Muita gente conheceu Rick & Morty por conta da terceira temporada e pelo barulho que o episódio surpresa no 1º de Abril e todo o lance com o molho do Mc Donalds fizeram.
Falando por experiência própria, eu conheci a série neste ano, por indicação de pessoas que também conheceram nesse ano - e por aí vai. Fazer algo assim, uma "reestreia" de sucesso, é muito difícil; a produção merece muito crédito por isso.
Mais crédito ainda por, mesmo que o primeiro episódio comece num gancho deixado pela segunda temporada, ele é excelente por si mesmo e pode ser assistido sozinho e depois você vai lá e pega todo o background necessário.
Na verdade, ele faz mais sentido que o primeiro capítulo da animação em si, quando você para pra pensar e é muito melhor, mais atrativo e bem produzido. No fim das contas, é uma reabertura explosiva para Rick & Morty - literalmente.
Falando sobre as outras temporadas, essa é construída de uma forma diferente.
Ao mesmo tempo que os episódios são conectados a um tema mais explícito, no caso o desenvolvimento da família - é quase como se o Morty desse um passo pra trás e deixasse outros personagens brilharem ao lado do Rick por um bocado - vemos um maior desprendimento por parte da produção.
Enquanto nas primeiras aventuras, todos os capítulos tinham, de alguma forma, grande relevância para um plot que viria aparecer algum dia, aqui a série se deixa levar de leve para criar histórias mais soltas, “fillers”, mas sem o ruim da expressão.
Em partes, o milimetricamente calculado dos outros anos atrasava a produção e prendia um pouco a série. Assim, é legal ver uma leveza maior nesse sentido.
E quando eu digo que existem essas histórias mais soltas mas elas não afetam o desempenho final, é porque essa temporada entregou os melhores episódios de Rick & Morty. Com certeza “The Rickshank Rickdemption”, “Pickle Rick” e “The Ricklantis Mixup” estão no pódio da maior parte dos fãs.
“The Ricklantis Mixup”, inclusive, é daqueles episódios próprios para serem enviados para premiações - se a produção de Rick & Morty estiver preocupada com isso. São literalmente dois dubladores o capítulo todo, com um tomando conta de 99% dos personagens - e são muitos personagens. É difícil imaginar algo mais bacana saindo da série, mas aguardemos o quarto ano.
Nem tudo são flores, porém - a não ser que você vá para uma dimensão onde literalmente todas as coisas são flores.
Como falamos lá atrás, esperar dois anos por uma série de dez episódios é difícil. A promessa era de que, dessa vez, Rick & Morty traria mais capítulos. Mas, de acordo com entrevistas, por conta de “perfeccionismo”, a produção não conseguiu entregar.
Também, no meio do caminho, tivemos, sim, coisas abaixo da média, o que significa que esse perfeccionismo todo não pagou direito.
Com uma sequência incrível nos três episódios iniciais, o capítulos dos Vindicators, que faz uma paródia dos Vingadores com os Guardiões da Galáxia - e super-heróis no geral - podia ser bem mais do que foi. Acabou como um capítulo divertido, mas um dos mais genéricos e esquecíveis da série.
Muita gente não curtiu a finale também, mas por motivos diferentes. De fato, não foi tão boa quanto as anteriores, mas de longe não foi um capítulo ruim. A finale da terceira temporada fecha o arco iniciado no primeiro episódio, da família e entrega uma aventura “raiz” de Rick & Morty; é algo seguro - talvez por isso as pessoas estejam esperando um “final secreto”.
Mas nenhum desses deslizes consegue abalar o que foi entregue de sensacional. Desde referências, seja Mad Max, Sandman, Blade Runner, até novos personagens e memes, como o inabalável Pickle Rick, a terceira temporada é, em vários aspectos, a melhor de Rick & Morty.
Pode não ser a mais profunda ou a mais inteligente, mas é a que melhor mistura a parte cabeça da série com a cultura pop e o humor, o que a torna mais atrativa para um público maior. Só esperamos que exista um nível e que a produção não vá se esvaziando com o tempo feito um balão gigante de conteúdo.
Meu coração queria dizer que a 3ª foi perfeita, mas nada é perfeito nessa vida, meus amigos. Ela foi quase perfeita, no entanto, e isso é bom o bastante.
Se Rick & Morty continuar sendo uma tradução televisiva de um álbum do Red Hot, por mim já está de bom tamanho - e, de certa forma, não com essas palavras, é a intenção da série desde o começo. Ela nunca esteve aí pra te fazer mais inteligente que os outros ou pra trazer haters pra sua vida, é só pra assistir, curtir e ficar schwifty.
Cortando o papo, a terceira temporada de Rick & Morty leva 4,5 Pickle Rick’s baaaabyyyyy! Vejo vocês na próxima, onde eu provavelmente já vou ter barba branca.