[CRÍTICA] Os Incríveis 2 – O Mundo precisa de heróis!

Capa da Publicação

[CRÍTICA] Os Incríveis 2 – O Mundo precisa de heróis!

Por Guilherme Souza

Depois de muito tempo, finalmente foi lançada a continuação da aventura da Família Pêra nos cinemas através de Os Incríveis 2.

Mas será que mesmo depois de todo esse tempo a franquia ainda mantém o brilho? E principalmente, será que ela consegue agradar sem se repetir?

Descubra isso e muito mais em nossa crítica SEM SPOILERS.

Imagens: Divulgação

Ficha Técnica

Título: Os Incríveis 2

Ano: 2018

Lançamento: 28 de Junho de 2018 (Brasil)

Direção: Brad Bird

Duração: 118 minutos

Sinopse: A Mulher Elástica entra em ação para salvar o dia, enquanto o Sr. Incrível enfrenta seu maior desafio até agora: cuidar dos problemas de seus três filhos.

Imagem de capa do item

Catorze anos depois do lançamento do primeiro longa da franquia Os Incríveis, finalmente é chegado o aguardado momento de vermos a sequência sendo lançada, e assim como o vinho, podemos dizer que quanto mais velha a franquia se tornou, melhor ela ficou.

Os Incríveis tinha como missão ser a primeira franquia de super-heróis da Pixar, além de ser o primeiro longa metragem do estúdio a ser completamente estrelado por personagens humanos, e mesmo com todos os desafios, a película original acabou se tornando um verdadeiro sucesso e conquistando inúmeros fãs ao redor do mundo.

Imagem de capa do item

Continuando a história no exato momento quem a história do longa original terminou, Os Incríveis 2 aborda mais uma vez as aventuras da família Pêra, e as dificuldades de tentar viver uma vida normal em um mundo onde super-heróis são considerados criminosos.

Além de um retorno ao universo que nos cativou no passado, o longa tinha a difícil missão de se atualizar, e até mesmo superar o que foi estabelecido, e essa missão foi cumprida com sucesso. Vemos uma evolução muito grande em relação ao que conhecíamos, tanto em termos visuais quanto narrativos.

Imagem de capa do item

O cenário cinematográfico de hoje em dia é completamente diferente do que se via quando o primeiro longa da franquia foi lançado. Atualmente, estúdios competem pela atenção do público lançando filmes de super-heróis aos montes, sem contar que Os Incríveis entra nessa briga com certa desvantagem, já que não conta com o longo histórico de personagens como Homem-Aranha, Mulher-Maravilha e tantos outros personagens de peso, mas isso claramente não afeta a franquia.

A PIXAR encontrou uma maneira de sobressair em meio a esse congestionamento de super-heróis, ao lançar mais uma aventura com o supra-sumo de tudo o que mais amamos nos quadrinhos, e expandir ainda mais esse universo próprio, cheio de possibilidades interessantes.

Imagem de capa do item

Diferente da primeira aventura, desta vez, quem se aventura como heroína solo é a Mulher-Elástica, e podemos ver todo o potencial da heroína, que lida com problemas gigantescos, e mostra que tem potencial para muito mais do que ser apenas a esposa do Sr. Incrível.

Falando nisso, essa questão é abordada de forma genial pelo longa, que meio que joga o Sr. Incrível “para escanteio”. Com o novo trabalho de heroína de Helena Pêra, Beto precisa assumir os afazeres domésticos e cuidar das crianças, mas se vê na difícil missão de ter que ficar à sombra de sua esposa, e luta para ser o melhor pai de todos, mesmo que cometa muitas falhas no caminho.

Imagem de capa do item

Os detalhes gráficos estão impressionantes, podemos ver um trabalho muito mais extenso nas expressões dos personagens, bem como notar algumas rugas em seus rostos, cabelos complexos e realistas, além de texturas que fazem com que tudo pareça ser extremamente detalhado e surpreendente.

Vemos que todo o tempo que a produção demorou para ser lançada foi recompensado com uma enorme riqueza de detalhes e trabalho árduo, resultando em uma animação digna de fazer jus a seu antecessor, e levar novamente o Oscar de Melhor Animação.

Imagem de capa do item

Os enquadramentos de câmera e tratamento de cores são impecáveis, fazendo do longa uma verdadeira “história em quadrinhos viva”, agradando até mesmo ao público que se acostumou com filmes de super-heróis em live action.

A trilha sonora é mais uma vez bem explorada e utilizada para dar ainda mais profundidade para as maravilhosas cenas do longa. Michael Giacchino, mais uma vez é o responsável pela trilha sonora da franquia, e mostra que evoluiu junto com ela.

Imagem de capa do item

O humor é sem dúvidas o carro-chefe da franquia, e ele está ainda melhor do que no anterior. Aparecendo na maior parte em cenas protagonizadas pelo bebê Zezé e a descoberta de seus inúmeros poderes, temos cenas que nos arrancam gargalhadas e recriam situações de nosso cotidiano (obviamente inseridas nesse mundo fantasioso de super-heróis).

Além das cenas de Zezé, é divertido vermos as tentativas de Beto Pêra em ser o pai perfeito, além da carismática Edna Moda, que mais uma vez rouba a cena, mesmo que com uma breve aparição.

Imagem de capa do item

O mais interessante da franquia, é vermos como tudo parece bem-amarrado e encaixado, como todos os personagens conseguem seu devido destaque, além do fator que fez da franquia um verdadeiro sucesso: humanizar os super-heróis.

Conseguimos facilmente nos identificar com as situações vividas pelos personagens, e isso cria um laço muito grande com o público. Considerando que eles não contam com a mesma base que os demais heróis dos quadrinhos, Brad Bird, diretor e roteirista da franquia, merece créditos eternos por criar um mundo inspirado em outras franquias, onde ele consegue ser original ao mesmo tempo em que condensa o que os fãs de quadrinhos mais amam.

Imagem de capa do item

O resultado de Os Incríveis 2 é extremamente positivo, e nos deixa com vontade de ver mais desse mundo fantástico, e ao contrário de continuações de algumas franquias da PIXAR, a essência de tudo o que mais amamos no longa original foi mantida e potencializada.

Embora Brad Bird já tenha declarado que não almeja retornar para uma nova sequência, é inegável que o talento do diretor é grande parte do sucesso, e colocar a história nas mãos de outra pessoa talvez afetasse a qualidade do produto final, mas é um risco que vale a pena correr, já que essa família tem potencial para muitas outras aventuras.

NOTA: 5/5