[CRÍTICA] O Rei Leão – Um novo Ciclo Sem Fim!

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[CRÍTICA] O Rei Leão – Um novo Ciclo Sem Fim!

Por Fernando Maidana

Mais um clássico da Disney ganha uma nova versão.

Dessa vez, O Rei Leão retorna às telonas para mostrar a evolução gráfica do estúdio e contar a história do jovem Simba para uma nova geração. Mas será que o filme era realmente necessário? Será que as lições de MufasaRafiki continuam atuais?

Confira em nossa análise de O Rei Leão!

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Ficha Técnica

Título: O Rei Leão

Direção: Jon Favreau

Roteiro: Jeff Nathanson

Ano: 2019

Data de lançamento: 18 de julho (Brasil)

Duração: 1h 58m

Sinopse: Depois do assassinato de seu pai, um jovem príncipe leão foge de seu reino e aprende o verdadeiro significado de responsabilidade e bravura.

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O Rei Leão é um dos maiores clássicos da Disney.

Lançado em 1994, a animação passa valiosas mensagens sobre amizade, valores familiares e responsabilidade. Não à toa, é um dos filmes mais aclamados pelos fãs e um dos maiores sucessos de vendas do estúdio.

Justamente por isso, a responsabilidade nas costas da nova versão é ainda maior.

Pra que recontar uma história que, até hoje, funciona na animação?

Seria apenas uma tentativa de fazer dinheiro em cima da nostalgia dos fãs? Ou é a Disney elevando os padrões de suas animações e mostrando sua impressionante tecnologia ultra-realista?

Seja qual for a intenção, O Rei Leão cumpre sua função de forma magistral.

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Apesar de ser tratado como um filme em live-action, a produção não utilizou captura de movimentos e nem mesmo os cenários foram filmados.

Tudo foi criado digitalmente. O que deixa o resultado ainda mais impressionante.

A movimentação dos personagens, seja no andar dos leões ou no voo dos pássaros é extremamente natural e fica difícil acreditar que não se tratam de animais de verdade.

Mas, de fato, as expressões são prejudicadas pelo ultra-realismo. Alguns sentimentos não ficam tão claros apenas nos rostos dos personagens, mas essa "deficiência" é compensada pelas vozes e pelos movimentos fluídos e impactantes.

Outro fator que gera estranheza - pelo menos inicialmente - é a movimentação das bocas dos personagens.

Nós não estamos acostumados a ver animais falando como humanos e como a animação é tão realista ao ponto de vermos os lábios dos leões pronunciando letra por letra de cada palavra, a sensação inicial é confusa.

Mas, assim que nos adaptamos com o contexto do filme, tudo flui de maneira tão natural como o Ciclo da Vida.

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Por falar nas vozes, todas elas estão perfeitas!

O retorno de James Earl Jones ao papel de Mufasa acrescenta um elemento a mais ao fator nostalgia.

Mas mesmo os novatos no elenco entregam atuações impecáveis que, como foi dito anteriormente, transparecem todos os sentimentos que o filme quer nos mostrar.

Beyoncé e Donald Glover estão incríveis como Nala e Simba, assim como Chiwetel Ejiofor convence como o charmoso e malvado Scar.

O Zazu de John Oliver traz uma sensação de nobreza para a família dos leões e é um dos grandes destaques da nova versão, assim como Timão e Pumba, de Billy Eichner e Seth Rogen - cuja voz, em diversos momentos, me lembrou BASTANTE o dublador brasileiro Mauro Ramos.

A dupla, mais uma vez, é responsável pelos momentos mais divertidos do filme.

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Timão e Pumba, como não poderiam deixar de ser, roubam a cena sempre que aparecem.

Alguns momentos dos personagens são, basicamente, versões estendidas de situações que já existiam na animação, mas, aqui, ajudam a contextualizar melhor o cotidiano da dupla e a adaptação de Simba à sua nova realidade.

É fato que algumas mudanças foram feitas para se adequarem à versão em live-action, mas a história é basicamente a mesma da animação original.

A sensação é que o filme retirou algumas coisas que não funcionam tão bem no contexto atual, mas aproveitou esses espaços para consolidar ainda mais o restante da trama.

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E quando eu falo de "coisas que não funcionam tão bem no contexto atual", sim, estou me referindo à alusão nazista na música de Scar ao lado das hienas.

Este, certamente, é o núcleo que mais sofreu modificações na nova versão.

O visual de Scar é diferente, mas isso, nem de longe, é um ponto negativo. O personagem está ainda mais assustador, mas seu charme e carisma continuam intactos. A nova versão é mais condizente com a realidade que o filme quer passar, mas ainda assim respeita a imagem de um dos maiores vilões da Disney.

Já as hienas da animação original - Shenzi, Banzai e Ed - foram substituídas por Shenzi, Azizi e Kamari. Portanto, são novos personagens com novas personalidades, mas que ainda assim casam perfeitamente com as situações do filme e ainda funcionam como alívios cômicos.

Não tenha medo das mudanças. Sua nostalgia continuará intacta.

Essa é apenas uma releitura de um clássico, que apresenta a história pra uma nova geração e homenageia sua infância.

Dito isso, se preparem!

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Você vai conseguir acompanhar a maioria das canções com as letras originais. Até mesmo na versão dublada!

E isso nem vale só pras músicas!

Diversas cenas e momentos são recriados quadro a quadro em comparação à animação e a sensação de nostalgia te invade desde a abertura do filme.

Revisitar esse universo depois de tantos anos e perceber como as mensagens do filme são poderosas e impactantes, até hoje, é uma experiência incrível.

Mas algumas modificações nas letras e novos momentos na história funcionam como um fator novidade que acrescentam à trama de maneira respeitosa e natural.

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Uma das novidades é a música de Nala, cuja voz original é de Beyoncé e é dublada pela cantora Iza na versão brasileira.

Os momentos da personagem ajudam a entendermos de maneira mais clara não apenas o reencontro entre a leoa e Simba, mas também expandem os acontecimentos na Pedra do Rei depois que Scar e as hienas assumem o trono.

Assim, temos um novo ponto de vista da história, que enriquece a trama e dá mais peso ao retorno do verdadeiro Rei Leão.

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Mas essas mudanças, realmente, acrescentam o suficiente para considerarmos O Rei Leão um novo filme?

Não.

O live-action joga de maneira segura e não se arrisca em explorar situações que se apresentam em decorrência de algumas mudanças e poderiam gerar caminhos interessantes.

No entanto, em nenhum momento a produção se propôs a contar uma nova história.

O Rei Leão é basicamente uma vitrine para a Disney que mostra ao mundo a assustadora evolução gráfica do estúdio aliada à uma de suas histórias mais consagradas.

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Se você queria ver a trama de Simba, Nala, Timão e Pumba sendo abordada de maneira diferente, O Rei Leão pode te decepcionar.

Se você quer apreciar o amadurecimento de uma história de mais de 20 anos e perceber como uma mensagem que te tocou na infância pode ter o mesmo impacto na sua vida, atualmente, prepare os lenços, pois O Rei Leão é a prova viva de que o Ciclo da Vida sempre existirá e nós sempre faremos parte dele.

Nota: 5/5