[CRÍTICA] Megatubarão – Mais um filme de monstro gigante… do jeito que amamos!
[CRÍTICA] Megatubarão – Mais um filme de monstro gigante… do jeito que amamos!
Afinal de contas, tubarões devorando pessoas é sempre um bom tema para blockbusters!
Mesmo assim, desde 1975 esperamos por um filme que nos faça sentir aquele frio na espinha quando o monstro está prestes a atacar.
Será que Megatubarão consegue fazer isso? Descubra em nossa crítica sem spoilers!
Ficha Técnica
Título: Megatubarão (The Meg)
Ano: 2018
Lançamento: 09 de agosto de 2018 (Brasil)
Direção: Jon Turteltaub
Duração: 1h e 53m
Sinopse: Um submarino de águas profundas foi atacado por uma criatura gigantesca, que se pensava estar extinta. Agora, ele se encontra incapacitado no fundo da fossa mais profunda do Oceano Pacífico... com a tripulação presa dentro dele.
Com o tempo se esgotando, o mergulhador especializado em resgates em águas profundas Jonas Taylor é recrutado por um visionário oceanógrafo chinês, contra a vontade de sua filha Suyin, para salvar a tripulação – e o próprio oceano – desta ameaça incontrolável: um tubarão pré-histórico com mais de 20 metros de comprimento conhecido como Megalodon.
Desde o aclamado Tubarão, dirigido por Steven Spielberg em 1975, diversas produções tentam replicar o sentimento de terror provocado pelo temível predador dos oceanos. Sendo a maioria dessas tentativas completamente descartáveis.
O grande problema de filmes envolvendo monstros aquáticos é o tom da produção. Ou o filme acaba se levando a sério demais - e se perdendo no meio do caminho, ou decide abordar a temática como uma piada.
Não estamos menosprezando os méritos de filmes como Sharknado, que conquistou uma legião de fãs com sua temática inusitada. Mas ainda queremos sentir aquele frio na espinha quando sabemos que o monstro está prestes a atacar, mas nos vemos indefesos em meio à vastidão azul.
Megatubarão adapta a história contada por Steve Alten em Meg: A Novel of Deep Terror, que está longe de ser um clássico da literatura, mas possui seus pontos fortes.
A trama acompanha Jonas Taylor, um mergulhador especialista em resgates que é chamado para auxiliar um grupo preso em um submarino.
Acontece que o submarino está preso na região mais profunda do oceano e Jonas afastou-se de seu trabalho há anos, por conta de uma operação mal sucedida.
Como se isso não fosse o bastante, uma misteriosa criatura espreita a embarcação e ela ameaça não apenas as vidas dos que estão envolvidos no resgate, mas tudo o que está no oceano.
Apesar de desejarmos uma produção à altura de Tubarão, fica claro, desde os materiais promocionais até o elenco, que Megatubarão foca muito mais na ação do que no clima de terror.
O problema é que o filme demora um pouco para definir qual rumo irá seguir.
No início, há muita tensão e suspense. Nas cenas seguintes, sentimos o lado ficção-científica comandar. Já em outros momentos, o humor forçado de alguns personagens chega a irritar.
No geral, o filme está recheado de ação, com alguns toques de suspense e comédia. O que não é um problema!
Afinal de contas, quando o grande nome da produção é Jason Statham você não espera uma indicação ao Oscar!
Apesar das brincadeiras, Statham é competente em seu papel de herói canastrão.
O início do filme se esforça em desenvolver uma personalidade beberrona para Jonas Taylor, mas em nenhum momento isso se mostra relevante para a história.
Do mesmo modo que a relutância do protagonista, em alguns momentos, tenta mostrar que ele não está tão certo das ações que deve tomar, em uma tentativa de reforçar sua personalidade, mas também não convence.
Apesar disso, ele se destaca nas cenas de ação como a figura heroica em quem podemos confiar.
No entanto, todos os personagens são extremamente clichês.
Temos a garota forte e independente que trabalha com computadores. O cara negro que atua como alívio cômico e perde o controle quando a situação aperta. O asiático que põe a honra acima de tudo. O cara rico e irritante que todos querem ver morrendo.
Enfim, uma mistura de personagens típicos de filmes de ação dos Anos 80 e 90, mas que funcionam quando encaramos a produção como uma espécie de sátira.
Na verdade, mesmo em meio aos clichês ainda temos algumas evoluções interessantes e inesperadas. Ainda assim, fica a sensação de que muitos deles poderiam ser melhor aproveitados. Inclusive, alguns personagens simplesmente desaparecem durante a trama e reaparecem quando se fazem necessários!
A personagem de Bingbing Li é o claro interesse amoroso do protagonista, mas não fica apenas na sombra do herói e tem seus momentos de brilhar.
Sua filha, interpretada pela promissora Sophia Cai, também nos brinda com algumas cenas divertidas e que trazem leveza à trama ao mesmo tempo em que ajuda na evolução de Jonas Taylor e na construção da personagem de Bingbing.
Mesmo assim, o filme sempre volta a focar na ação. Na verdade, os dramas e as construções secundárias são até mesmo desinteressantes. Afinal de contas, quando temos um tubarão gigante no filme, tudo o que a gente quer ver é o tubarão gigante!
Os aspectos técnicos de Megatubarão são competentes.
Com um orçamento de US$ 150 milhões os efeitos especiais convencem e o Megalodonte é, de fato, assustador.
Assim como acontece no próprio Tubarão, o recurso de mostrar pouco do "vilão" e mantê-lo oculto a maior parte do filme, contribui para evitar que haja estranheza ao vermos o monstro.
A trilha sonora, que tinha tudo para se destacar com um tema marcante para o tubarão, é genérica e passa despercebida a maior parte do filme.
Mas as cenas de ação são extremamente divertidas e bem construídas.
Assistir ao filme em uma sala 4DX deixou a experiência mais divertida - muito divertida mesmo, mas o uso do 3D é mínimo e descartável.
As soluções encontradas pelos personagens são interessantes de se ver em cena e o modo como o Megalodonte sempre parece uma ameaça implacável merecem destaque.
Agora, um ponto que merece destaque - seja positivo ou negativo - é a burrice dos personagens!
Desde Jurassic Park nós sabemos que, nesse tipo de filme, sempre vai ter alguém com uma ideia brilhante que colocará tudo a perder.
Mas em Megatubarão TODO MUNDO é esse alguém com a ideia brilhante!
Todas as decisões tomadas pelos personagens são estúpidas e a todo momento você só quer ver o plano ser posto em ação pra ver qual das milhões de maneiras para aquilo dar errado irá se concretizar.
Chega a ser divertido esperar pelo pior a todo momento. O mais curioso é que, mesmo assim, o modo como a coisa dá errado ainda é surpreendente.
Em meio a diversos filmes que tentam replicar o fenômeno Tubarão, Megatubarão traz um gás novo ao gênero.
Quando o filme deixa claro que seu foco é a ação consegue executar o que propõe de maneira divertida e eficiente. A química entre o elenco principal funciona muito bem e por mais que muitos dos momentos sejam previsíveis, a trama ainda consegue surpreender.
A classificação indicativa (PG-13) claramente interferiu no modo como as cenas são conduzidas, mas não prejudica a história. O gore acrescentaria à produção, mas seria um charme a mais.
Megatubarão é uma produção divertida, mas que ainda consegue deixar os mais sensíveis na ponta da cadeira. Se tiver a oportunidade, assista à produção em uma sala com efeitos 4D, o resultado é ainda mais divertido!
Nota: 3,5/5