[CRÍTICA] Jurassic World: Reino Ameaçado – Chega de Jaulas!

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[CRÍTICA] Jurassic World: Reino Ameaçado – Chega de Jaulas!

Por Guilherme Souza

Jurassic World: Reino Ameaçado dá continuidade aos eventos do filme anterior e à franquia como um todo. Mesclando a nostalgia com novas e promissoras tramas, podemos mais uma vez nos maravilhar com essas criaturas jurássicas.

Confira nossa crítica SEM SPOILERS, para ter uma ideia do que lhe aguarda nessa nova aventura com dinossauros.

Ficha Técnica

Título: Jurassic World: Reino Ameaçado

Ano: 2018

Lançamento: 21 de Junho de 2018 (Brasil)

Direção: Juan Antonio Bayona

Duração: 128 minutos

Sinopse: Owen e Claire retornam à ilha Nublar para salvar os dinossauros restantes de um vulcão que está prestes a entrar em erupção. Eles encontram novas e aterrorizantes raças de dinossauros gigantes ao descobrir uma conspiração que ameaça todo o planeta.

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Muitos criticaram a ideia de adicionar dinossauros geneticamente modificados em Jurassic Park, pois alegavam que era uma maneira de forçar novos filmes da franquia, porém todos se surpreenderam com o resultado positivo de Jurassic World e concordaram que realmente havia como fazer isso funcionar.

Em Reino Ameaçado, vemos a história se expandir em novas ramificações do que foi mostrado na trama anterior. Mas além disso, vemos novamente alguns elementos do primeiro Jurassic Park, sendo usados de forma inteligente, como uma homenagem para os fãs mais antigos.

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Conforme mostrado no longa anterior, o Jurassic World foi desmantelado e os dinossauros passaram a viver por conta própria na Ilha Nublar, mas não devemos nos esquecer de que esses animais são espécimes valiosos, e é óbvio que o ser o humano não os deixaria em paz por muito tempo.

Mas além disso, vimos que os dinossauros querem ser usados para finalidades militares, e a criação da Indominous Rex foi apenas o começo desse joguinho, onde “o homem brinca de ser Deus”.

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O foco principal do novo longa, a princípio, é mostrar um resgate dos dinossauros que permaneceram na Ilha Nublar, pois o vulcão localizado no centro da ilha despertou e está colocando em risco todos os animais que ficaram por lá.

É aí que entram Claire (Brice Dallas Howard) e Owen (Chris Pratt), os dois grandes heróis do primeiro Jurassic World. Contratados por Benjamin Lockwood (James Cromwell), um antigo sócio de John Hammond (fundador do Jurassic Park), os dois são enviados para a ilha com o propósito de resgatar os animais, porém as coisas não saem como planejado.

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Acontece que, na verdade, os dois só foram até a ilha para ajudarem na captura da velociraptor Blue, que demonstrou sinais de que pode ser treinada e de certa forma, domesticada.

E é aí que a trama se desenrola, pois descobrimos uma verdadeira máfia envolvendo os animais jurássicos e o papel da InGen nisso tudo. Mais uma vez, vemos o Dr. Henry Wu (BD Wong) dando vida às suas aberrações genéticas, ao tentar aperfeiçoar seu trabalho com a ameaçadora Indoraptor, uma mistura da Indominous com Velociraptores.

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Chris Pratt e Bryce Dallas Howard estão mais confortáveis do que nunca em seus papéis, e mostram muito mais química em tela do que no longa anterior, além disso, vemos uma belíssima evolução de Claire, que rouba a cena em diversos momentos.

Além dos personagens principais, os destaques ficam por conta de Zia (Daniella Pineda) e da jovem Maisie (Isabella Sermon), as duas novas personagens que dão um verdadeiro show de atitude e carisma. Por mais que os dinossauros sejam verdadeiras ameaças, eles não voltariam a existir se o ser humano não tivesse feito isso, portanto, novamente contamos com vilões humanos, que ficam por conta de Eli Mills (Rafe Spall) e de Ken Weathley (Ted Levine), que cumprem muito bem seus papéis.

Embora tenhamos o ilustre retorno de Jeff Goldbum ao papel do Dr. Ian Malcolm, o personagem não desempenha grande destaque na trama, servindo apenas como um “easter egg de luxo", para aqueles que acompanham a franquia desde o início.

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Fica nítido o cuidado que tiveram para dar coesão à continuidade da franquia, pois além de se apoiarem na base sólida dos eventos do passado, o longa ainda cumpre a difícil missão de apresentar algo novo.

Diferente da película anterior, Reino Ameaçado tem uma atmosfera muito mais sombria e assustadora. Conforme dito pelo diretor, a ideia era remeter ao clima da cena em que as crianças se escondem dos Velociraptores na cozinha, e ela foi executada com maestria.

Logo na cena de abertura, podemos sentir a tensão e a ameaça que os dinossauros oferecem, e isso se intensifica ao longo de toda a trama, de uma maneira muito interessante. Apesar dos momentos sombrios, a narrativa e a direção conseguem dosar bem os momentos leves e divertidos, entregando um filme à altura do anterior.

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A trilha sonora, mais uma vez, fica nas mãos do competente Michael Giacchino, que mescla seus trabalhos na produção anterior com as trilhas clássicas de John Williams, criando novas melodias que envolvem as cenas de maneira fantástica, aumentando a tensão e o valor emocional passado pelas atuações.

A fotografia e os efeitos especiais sempre foram os grandes destaque da franquia, e mais uma vez, eles não decepcionam. Mesclando os icônicos dinossauros animatrônicos com efeitos de computação gráfica, temos criaturas super realistas, que nos fazem acreditar que os animais realmente voltaram à vida.

Outro grande destaque fica por conta da explosão vulcânica da Ilha Nublar, que recria com perfeição os eventos de um desastre natural real.

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Apesar da trama ser bem-amarrada o suficiente para nos entreter e dar credibilidade para os eventos que virão a seguir, alguns deslizes narrativos são cometidos, não é nada que atrapalhe sua experiência ou o resultado do filme como um todo, mas eles existem e não podem ser ignorados.

Em alguns momentos, me questionei o que havia acontecido com um dinossauro que desapareceu no primeiro ato, ou com algumas decisões dos protagonistas, mas considerando que estamos falando de um filme com dinossauros nos dias de hoje, são erros aceitáveis.

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No geral, J.A. Bayona se saiu muito bem como diretor, soube incorporar o espírito da franquia iniciada por Steven Spielberg nos anos 90, e mostrar que ela merece continuar viva mesmo depois de tanto tempo.

Jurassic World: Reino Ameaçado é mais um acerto da franquia e merece ser contemplado nas telonas. Os amantes de filmes com dinossauros e de criaturas gigantes em geral ficarão orgulhosos.

NOTA: 4/5