[Crítica] iZombie: 3º Temporada – A Revolução Zumbi!

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[Crítica] iZombie: 3º Temporada – A Revolução Zumbi!

Por Chris Rantin

Mas só porque terminamos a série com um bom episódio, não significa que não tenhamos tido problemas ao longo do caminho. Longe disso, mesmo acertando a maioria das coisas, o desenvolvimento de alguns personagens e tramas deixou muito a desejar.

 

Imagens: Divulgação
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Trama bem conectada

Comecemos falando sobre a ousada trama principal da temporada: A grande revelação de que zumbis são reais. Desde o primeiro episódio, ainda quando Fillmore Graves é introduzida e melhor apresentada, somos alertados de que esse dia pode chegar, mas com tantas coisas acontecendo - especialmente o crescimento de grupos de ódios contra os zumbis - não esperamos de fato que o dia do descobrimento chegue.

Contudo, todas as tramas secundárias como a morte da Doce Senhora Dor, a investigação de Katty Kupps sobre o vírus mortal, a morte de Wally e sua família e até mesmo o grupo de ódio contra zumbis, foram bem conectadas com a trama principal e fizeram sentido.

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Casos semanais

Contudo, quem pagou o preço para essa grande quantidade de tramas secundárias que levavam para a trama principal foram os Casos Semanais. Além de não estarem presentes em todos os episódios, algumas vezes eles ficavam totalmente em segundo plano, não recebendo nem mesmo uma conclusão muito satisfatória.

Mesmo que mostre a evolução da série que agora não precisa ficar presa nos casos toda semana para desenvolver seus personagens, eles representavam momentos bem engraçados para a série, sendo o maior destaque da temporada o caso - e cérebro - da dominatrix Doce Senhora Dor.

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Liv Moore

Quanto ao desenvolvimento dos personagens, muitos aspectos deixaram a desejar. Ainda que Liv Moore continue sendo bem trabalhada, mostrando tanto o brilhantismo da atriz Rose McIver em viver diferentes personalidades, tendo momentos tão cômicos como impactantes para o desenvolvimento da trama, em alguns momentos da temporada falta que ela de fato, seja impactada pelo que acontece a sua volta. Que ela sinta algo.

A morte do seu ex-namorado, o término com Major, o roubo das curas… Todos esses momentos exigiam, no mínimo, um episódio em que a personagem tivesse que lidar com as consequências do que aconteceu - fosse com raiva ou tristeza - mas tudo acaba sendo ignorado ou diminuído para um momento de poucos minutos. Isso é bem negativo para o seu desenvolvimento.

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Clive Babineaux

Clive tinha tudo para receber o aprofundamento que merecia nessa temporada. Estando, finalmente, ciente de que Liv é uma zumbi e tendo que lidar com a morte de pessoas que foram muito queridas para ele no passado, era de se esperar que o aspecto pessoal do policial fosse ser melhor trabalhado, mas isso não acontece.

É claro que ele continua sendo um ótimo personagem, roubando a cena em alguns episódios e temos sim alguns momentos dele relembrando - e lidando - com a perda, mostrando que ainda sofre com o término abrupto da sua relação com Dale. Às vezes, ele foi extremamente gentil e um amigo para Liv, mas a impressão que fica é que, mesmo após 3 temporadas, sabemos muito pouco sobre Clive e que uma boa chance de explorar o personagem foi perdida.

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Ravi Chakrabarti

Já para Ravi, a ideia de explorar mais o personagem - sempre muito querido e adorado pelos fãs - acabou causando um efeito contrário. O romance dele com Peyton acabou mostrando um lado mais sombrio e até mesmo babaca do doce médico. Isso, ainda que desagrade muitos fãs (eu incluso), serve para deixar o personagem mais humano e relacionável. Mesmo tendo boas intenções, ele comete erros.

Um dos pontos fortes dessa temporada foi vermos o médico entrando em ação em uma situação completamente diferente do que ele estava acostumado, mostrando a coragem e inteligência de Ravi em outros cenários além do necrotério.

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Major Lilywhite

Precisamos falar sobre Major Lilywhite e sobre como, sem a Liv em sua história, ele simplesmente fica descartável. Respondam rápido e sem pensar muito, o que o personagem fez que causou impacto na trama? Qual foi a importância dele para algum outro personagem principal?

Um dos grandes problemas dessa temporada foi jogar fora, sem motivo aparente, o romance de Major e Liv. Depois de passarem duas temporadas sofrendo por não poderem ficar juntos, os dois simplesmente seguem caminhos separados quando todos os impedimentos são resolvidos. Não só isso não tem sentido, como deixa Major sem uma trama própria que seja interessante. Ele é reduzido apenas ao interesse romântico de alguém.

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Peyton Charles

Falando em outra personagem que foi reduzida apenas a interesse romântico, temos Peyton, a melhor amiga de Liv que por mais estranho que pareça, raramente teve cenas importantes com sua amiga. Logo que confirmaram a personagem como “fixa” na série, fiquei animado com as possibilidades do que poderíamos ver dela, mas logo acabei percebendo que seria melhor ela ter ficado como recorrente.

Até a metade da temporada ela fica apenas como interesse romântico de Blaine e Ravi, sendo bem triste vê-la com uma trama tão limitada. Contudo, o seu envolvimento e investigação do assassinato da Doce Senhora Dor, bem como sua relação com Baracus vieram para provar que a personagem pode ser bem interessante para a série se bem escrita.

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Blaine DeBeers

Blaine começou a série sendo o grande antagonista de Liv, representando tudo o que a mocinha não era. Ao longo da segunda temporada, sua trama seguiu um caminho mais individual até chegar ao ponto de que, na terceira temporada, mesmo sendo um vilão, ele não representasse uma ameaça direta a ninguém da série, sendo mais um personagem odiado do que um grande perigo - chegando ao ponto de termos Liv trabalhando e se divertindo ao lado dele.

Isso não chega a ser um problema, mas fica a impressão de que tudo que vimos de Blaine nessa temporada não foi nada além do que o preparo para uma trama maior no próximo ano da série. Pode funcionar, mas ele poderia ter sido melhor aproveitado.

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4º temporada

As tramas que não foram encerradas nessa temporada, não afetam em nada o desenvolvimento da mesma, pelo contrário, servem como trama para a quarta temporada.

Tanto o negócio de cérebros de Blaine, envolvendo sua disputa com seu pai e a aliança com o Mr. Boss., quanto o roubo das curas tem tudo para ser muito bem trabalhados no quarto ano de iZombie, ainda mais agora que estamos em uma realidade não muito agradável para humanos e mortos-vivos.

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Nota

Ainda que a série tenha enfrentado alguns problemas, especialmente no desenvolvimento dos personagens, ela consegue entregar uma trama grandiosa e impactante, mas muito coesa, sendo capaz de unir as tramas secundárias de uma forma que fizesse sentido - tudo isso sem encher linguiça, o que está diretamente relacionado à quantidade menor de episódios.

Além disso, o humor da série foi muito bem trabalhado, sem que afetasse momentos mais tensos ou onde a ação e suspense deveriam predominar. Por causa disso, mesmo com seus engasgos, a terceira temporada de iZombie mostra que a série continua mantendo o nível e que ainda possui espaço para crescer e melhorar.

Nota: 4 cerebrozinhos de 5.