[CRÍTICA] Elseworlds – Prelúdio para a Crise!

Capa da Publicação

[CRÍTICA] Elseworlds – Prelúdio para a Crise!

Por Leo Gravena

Já virou tradição: todo ano as séries da DC na CW fazem um grande crossover que unem os heróis nas mais diferentes situações. Dessa vez, vimos Barry e Oliver trocando de vida e poderes, além da apresentação da Batwoman e o Superman lutando lado a lado da Trindade da DCTV.

Elseworlds vai ao ar no Warner Channel, no dia 16 de dezembro, a partir das 22h50.

Imagem de capa do item

A tradição anual do Arrowverso retornou. Depois do aclamado Crise na Terra-X, muitos fãs se perguntavam se Elseworlds seria melhor e maior que o crossover do ano passado. A resposta é sim e não.

Com menos episódios, menos lutas épicas e menos interações entre os heróis secundários e o evento teve muito mais aprofundamento emocional nos protagonistas que qualquer outro crossover anterior. Barry, Oliver e Kara todos foram alterados pela experiência e tiveram momentos verdadeiramente emocionantes e bons.

Imagem de capa do item

A principal ameaça do crossover foi o Monitor, um ser cósmico que está tentando encontrar a melhor maneira de proteger a Terra de uma ”grande crise” que se aproxima. O personagem em si não teve tanta importância ou destaque, servindo apenas como um presságio de um futuro sombrio e um elemento do roteiro para que a realidade pudesse ser alterada.

Talvez um dos maiores defeitos do evento foi que nem o Monitor, muito menos John Deegan, pareciam verdadeiramente ameaçadores. Enquanto em nos últimos episódios tivemos aliens e versões alternativas nazistas dos heróis, dessa vez o que vimos foi um médico louco que agia como um adolescente mimado e um ser cósmico que apenas estava ali e não passava qualquer tipo de emoção.

Imagem de capa do item

Outro problema do Crossover foi que, da metade para o final, principalmente na última parte, não parecia mais um evento próprio. Elseworlds passou então a ser apenas um prelúdio para a Crise das Infinitas Terras, que foi anunciado como sendo o grande evento do ano que vem.

Certamente um evento gigantesco como a Crise precisa ser trabalhado antes e de maneira muito bem feita, porém utilizar o crossover desse ano para preparar o terreno parece artificial demais. Vimos aqui o prelúdio para uma história que (ao que tudo indica) não será retomada por um ano. Eles poderiam muito bem ter trabalhado isso durante o início das próximas temporadas, com inimigos, tramas e easter eggs do evento, porém jogar tudo aqui para retomar no final do ano que vem (como é de se imaginar que será feito) é o caminho mais fácil.

Imagem de capa do item

Já o ponto alto de Elseworlds definitivamente foi a troca entre Oliver e Barry. A situação - que não foi ”Sexta-Feira Muito Louca”, mas sim ”Quantum Leap, ou Contratempos” no Brasil - trouxe cada um dos heróis sendo trocado com o outro, porém ainda retendo suas memórias e personalidades.

A maneira, principalmente que a Equipe Flash, reage a troca é hilária, mesmo que não faça tanto sentido, afinal, eles já encontraram metas com poderes bem estranhos, um com a habilidade de trocar corpos de pessoas seria o de menos. Ainda assim, as situações em si foram divertidas e finalmente pudemos descobrir como funciona os banheiros nas celas dos meta-humanos.

Imagem de capa do item

Barry como Oliver estava fantástico. Após os personagens descobrirem que “interpretando” um ao outro eles conseguiam utilizar melhor suas habilidades e poderes, temos Barry sendo “sombrio” e violento, o que rendeu várias cenas boas de ação para Grant Gustin, que não costuma ser tão físico em sua série.

E mesmo com a troca tendo sido muito boa, foi bem interessante ver a reação de Íris a isso. Ela deixa claro que não quer que seu marido se torne como Oliver Queen, principalmente devido o tom bem diferente que os dois heróis possuem em sua vida. Oliver é sombrio e sinuoso, enquanto Barry é mais leve e divertido.

Imagem de capa do item

Porém, melhor do que ver Barry “sombrio”, foi ver Oliver se divertindo, estando leve e mais “despreocupado”. Obviamente o personagem não passou, do nada, a ser um poço de alegria, porém o tom mais divertido que ele estava passando é exatamente o que os fãs dos quadrinhos sempre quiseram ver do herói.

Por fim, também foi bom o crossover dar uma certa conclusão para os problemas que o herói estava tendo com Felicity. Ele não disse que ela era o seu para-raios, mas provavelmente quando Arrow retornar ano que vem, eles não devem estar tendo tantos problemas e discussões como atualmente.

Imagem de capa do item

Uma boa ideia do crossover desde ano foi contar sua história em três capítulos diferentes, cada um trazendo uma parte semi-independente. Enquanto no primeiro episódio vemos os heróis tentando descobrir o que está acontecendo, o segundo os leva para Gotham e conhecemos a Batwoman, enquanto no terceiro e último temos uma realidade alternativa e uma grande luta contra uma cópia do mal do Superman.

Porém, mesmo os episódios sendo bem separados e divididos, a trama segue de maneira natural e contínua, quase que como um rápido evento nos quadrinhos, onde cada HQ de um herói diferente conta parte da história.

Imagem de capa do item

Elseworlds também trouxe de volta o Superman de Tyler Hoechlin. Novamente, o personagem rouba a cena sempre que aparece, principalmente devido sua carisma e simpatia. Porém, dessa vez alguém brilhou ainda mais do que ele: Lois Lane

Elizabeth Tulloch não apenas roubou todas as cenas como fez com que vários fãs começassem a pedir por um novo ”Lois & Clark” com os personagens. A intrépida repórter não teve tanto tempo de tela, porém conseguiu cativar bastante no pouco tempo em que apareceu.

Imagem de capa do item

Em todos os outros crossovers, a Supergirl sempre foi deixada de lado. Principalmente por ser tão poderosa, a heroína tinha que ser tirada de combate ou ficar ocupada com alguma outra coisa para que ela não acabasse com a ameaça logo nos primeiros minutos do episódio.

Dos três principais heróis da DCTV, a Supergirl é a mais bem estabelecida, já que desde o final da primeira temporada de sua série solo ela já tem controle total sobre seus poderes e quem é como uma heroína, ultimamente o Flash está chegando no mesmo local que ela (em sua carreira heroica) e foi interessante ver ela realmente ao lado dos dois heróis e não apenas de longe enquanto eles faziam a maior parte do trabalho.

Imagem de capa do item

Ruby Rose como a Batwoman foi uma das escolhas mais polêmicas e o que mais deu de falar no crossover antes de sua estreia. Enquanto muitos fãs estavam animados para ver a heroína, principalmente por causa de seu visual bem fiel aos quadrinhos, outros não estavam animados com o fato de que a atriz não tinha ótimas atuações antes disso.

Por fim, o resultado é bem positivo, como Batwoman, Ruby Rose infelizmente apenas faz o que todos os Batmans já fizeram antes dela: voz raivosa, sem expressão e um leve olhar de tédio. Já como Kate Kane podemos ver a atriz realmente a vontade no papel, mostrando que essa é a melhor parte da heroína.

Com o episódio piloto da série solo sendo gravado no início do ano que vem, o episódio deixa claro que a história de Kate está apenas começando e que Ruby Rose definitivamente pode transformá-la em uma personagem tão icônica quanto qualquer outro herói da DC com quem dividiu a tela.

Além disso, suas cenas com Kara definitivamente foram um dos melhores momentos no crossover.

Imagem de capa do item

Por fim, Elseworlds foi um excelente crossover, mesmo que tenha sido apenas para preparar o terreno para a Crise das Terras Infinitas, a trama foi divertida e conseguiu entreter. Afinal, é para isso o que esses grandes eventos servem: divertir.

É muito fácil querer que as séries sejam completamente conectadas e estejam sempre juntas, porém, praticamente, não é algo que é possível ocorrer sempre. Os atores e produtores sempre deixam claro que filmar os crossovers são experiências complicadas e muito difíceis, porém os resultados estão sempre sendo positivos.

Obviamente gostaríamos de ver os heróis interagindo mais, porém momentos como esse não seriam tão especiais se o víssemos toda semana. Com Flash, Arqueiro Verde, Supergirl e o Superman se unindo para salvar a realidade, Elseworlds trouxe uma história simples, divertida e muito boa, como as melhores histórias de quadrinhos clássicas são.