[Crítica] Dunkirk – A tensão da Guerra!

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[Crítica] Dunkirk – A tensão da Guerra!

Por Lucas Rafael

Imagens: Divulgação

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Ficha Técnica

Título: Dunkirk (Dunkirk)

Ano: 2017

Lançamento: 27 de Julho de 2017 ( Brasil )

Direção: Christopher Nolan

Duração: 106 minutos

Sinopse: Baseado na operação Dínamo, o filme mostra o desespero dos soldados tentando escapar do porto de Dunquerque enquanto estão cercados por tropas alemãs.

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O novo projeto do diretor Christopher Nolan (Batman - O Cavaleiro das Trevas, Interestelar e A Origem) é ousado em tentar se distanciar do gênero "filme de guerra" para criar uma experiência claustrofóbica e agoniante retratada através de uma narrativa "experimental". Acompanhando o soldado Tommy (Fionn Whitehead) nas praias de Dunkirk por uma semana, um dia com o civil Dawson (Mark Rylance) em seu barco com os filhos no mar indo ao resgate dos soldados e, uma hora no ar, protagonizada por Farris (Tom Hardy) enquanto ele busca abater os aviões alemães.

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A ousadia do filme está em fazer esses três núcleos irem alcançando um ao outro em termos temporais, gerando uma narrativa desprovida de foco, dispersa de protagonismo e diluída entre takes lindíssimos proporcionados pela câmera de 70mm do diretor.

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A primeira sequência de cenas em Dunkirk já mostra o soldado Tommy escapando de uma saraivada de balas, correndo em direção à praia somente para presenciar um bombardeio impiedoso. As cenas de sobrevivência extrema aqui são diversas e funcionam geralmente bem, atenuadas ainda mais pela trilha sonora de Hans Zimmer, que é carregada de uma cena pra outra através de seus violinos estridentes e tique-taques de relógios. A tensão é palpável, o silêncio antes do cair da bomba é mais angustiante do que a explosão.

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Segunda Guerra Mundial é um tema que os filmes gostam de explorar, já que é fácil configurar um protagonismo neles - os carinhas com suásticas no uniforme são maus, os outros são os mocinhos. O uso da simbologia fascista e das cores nazistas são usadas de maneira alegórica em muitos filmes da segunda guerra para pintarem o vilão, mas Dunkirk não aposta nisso. A gente nunca vê os alemães. Vemos seus tiros, suas bombas e aviões, mas nunca vemos uma suástica - um soldado sequer. É um inimigo quase etéreo e assombroso e o verdadeiro antagonismo aqui se encontra mais na destruição e tensão da guerra do que naqueles que as infligem.

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Normalmente, em análises de filmes, há de se falar sobre atores, suas performances e essas coisas, mas Dunkirk não está muito preocupado com a construção de personagens elaborados ou algo do tipo. Os caras estão numa guerra, cercados pelo inimigo e focados em sobreviver, ninguém tem tempo para falar de seu passado ou obter uma construção de caráter maior do que aquela movida pela sobrevivência. Tem bombas caindo do céu, ninguém quer saber do colar que sua esposa te deu antes de sair de casa. A regra consiste em "fuja doido!"

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Ainda assim, temos nossa tríade de protagonistas. Tommy (Fionn Whitehead) na praia, Dawson (Mark Rylance) nos mares e Farris (Tom Hardy) no ar. Todos estão bem em seus papéis, mas não existe nenhuma atuação digna de menção ou algo do tipo. Talvez o pai preocupado de Mark Rylance seja o destaque do longa, o ator transmite um desejo sincero em ajudar o próximo através de seu olhar e postura. Já Tom Hardy vive com o cenho franzido em uma expressão preocupada que condiz com a situação tensa de seu personagem. Tem o cara do One Direction também no filme, Harry Styles, que se sai muito bem no seu papel.

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No entanto, o tom desesperançoso, cru e quase visceral que o filme tenta impor acaba desmoronando nos minutos finais da projeção, em que feitos heroicos tomam a tela e a trilha sonora volta a manipular a audiência de maneira incisiva, contrastando fortemente a narrativa mais estéril que o filme seguia até então.

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Vale ressaltar que Dunkirk é um filme lindo. As cores da praia e do céu que servem como palco para as explosões e a angústia do soldados passam um tom muito crível ao filme, da espuma densa dos mares até a subida da maré. Dunkirk é um filme que se passa em poucas locações, mas o que aparece é o suficiente para arrancar o fôlego da audiência.

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Nota

Dunkirk é um filme tenso, brilhantemente executado em nível técnico, com ótimas sequências que vão fazer você mastigar a pipoca mais rápido. Narrativamente, é um filme um pouco perdido que tenta chamar mais atenção para seus méritos técnicos e estrutura não linear focada na perspectiva dos personagens do que na questão humanitária da guerra - ainda que essa esteja presente de maneira diluída ou um pouco forçada. A nota final para Dunkirk são três capacetes e meio, vale a pena o seu ingresso.