[CRÍTICA] Attack on Titan 2 – Déjà vu!

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[CRÍTICA] Attack on Titan 2 – Déjà vu!

Por Felipe Vinha

Attack on Titan já pode ser considerado um dos grandes animes dos últimos anos. Mais um produto japonês que ganhou o mundo graças a uma história bem contada, personagens carismáticos e conceitos, até certo ponto, inéditos.

O sucesso da série foi tanto que ele foi mais um dos animes a ganhar um filme live action, isto é, com pessoas reais, também chamado de “Attack on Titan”, que inclusive está chegando aos cinemas brasileiros nos próximos dias, além de uma sequência.

É claro que os videogames não podiam ficar de fora de ter sua própria fatia de torta. Algumas adaptações já foram lançadas, incluindo no PS4, PS Vita e Nintendo 3DS. Uma continuação, Attack on Titan 2, acaba de chegar aos consoles, agora somando também o Switch e o Xbox One.

Mas, por incrível que pareça, o novo capítulo funciona também como porta de entrada aos novatos da saga e isso, ao mesmo tempo, é bom e ruim. Por qual motivo? Leia nossa análise e descubra!

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Ficha Técnica

Nome: Attack on Titan 2

Plataformas: PS4, Xbox One, Switch, PS Vita, PC

Gênero: Ação

Quantidade de jogadores: 1 a 4 (Online)

Estúdio: Omega Force

Publicadora: Koei Tecmo

Data de lançamento: 20 de março de 2018

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A mesma história, tudo de novo

Quem começa a jogar Attack on Titan 2 espera acompanhar a continuação natural do primeiro game, que parou mais ou menos no final da primeira temporada do anime. Bom, não é bem assim que acontece.

Attack on Titan 2 é uma sequência, mas ela reconta toda a história do primeiro game antes de entrar no material inédito. É quase como um “remaster” do original, agora sob uma nova ótica. Isso ao mesmo tempo é bom e ruim, como citamos na introdução. Falaremos mais sobre isso, dentro de alguns tópicos.

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Quem é você?

A grande novidade de Attack on Titan 2 é que, diferente do primeiro, ele te deixa controlar um personagem original. Isto é: alguém que você configura aparência e dá um nome e sobrenome, e isso é bem legal. Mais ou menos.

O editor de aparência dos personagens no game não é tão bom. Na verdade, ele só te deixa configurar gênero, visuais pré-definidos, vozes e os nomes. Não é possível alterar cor de pele, cabelos, olhos, nada disso do que é visto em outros games onde há opções parecidas. É uma pena, pois é um potencial bem desperdiçado.

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Uma nova interpretação

Mas, ao menos, a introdução de uma nova figura ao panteão de Attack on Titan é algo bem legal de se ver. Acompanhamos algumas sequências do anime em primeira pessoa, como se estivéssemos dentro da animação, pelos olhos do personagem – mas calma, são apenas cenas não-interativas. A jogabilidade em si continua sendo em terceira pessoa.

O positivo disso é, ao menos, ter uma nova visão dos fatos, sem ter que jogar tudo na pele de Eren ou de Mikasa, por exemplo. Além de dar um “ar novo” à experiência, rende algumas cenas visualmente fantásticas.

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Quase igual ao 1

Por outro lado, Attack on Titan 2 soa bem parecido com o primeiro. Achávamos que teríamos algum tipo de melhoria nos controles – que eram bons, mas não perfeitos – mas nos enganamos. O game tem comandos básicos idênticos para voar por aí com o equipamento de movimento 3D e para atacar titãs, como é no desenho animado.

Há poucos elementos inéditos, como a construção de bases – que servem para preencher itens de combate e deslocamento – e objetos adicionais que você pode carregar durante uma fase e que devem te ajudar de alguma forma.

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Simulador de namoro

Bem, ao menos há uma adição fora da jogabilidade principal, que está no lado social de Attack on Titan. Agora ele pega emprestado conceitos de “simuladores de namoro”, um tipo de game que é muito popular no Japão. A dinâmica te coloca para construir e alimentar relacionamentos sociais com os personagens da saga, conversando com eles dentro e fora das batalhas, nas bases e desenvolvendo a amizade.

Não estamos dizendo que “vai dar namoro”, pois realmente não dá. Mas aumentar o nível de amizade com alguém garante benefícios, o que é uma novidade bem interessante e que varia um pouco a jogabilidade secundária. Há momentos muito divertidos, como diálogos que podem ter respostas diferentes e conversas que nunca apareceram no anime, então dá para ser bem proveitoso.

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Ainda assim, o mesmo jogo

Porém, Attack on Titan 2 não se salva de ser quase um “relançamento”. O game tem momentos inéditos divertidos e, claro, mais adiante a história te insere nos fatos da segunda temporada do anime, mas você vai passar boa parte revivendo acontecimentos do jogo original.

Para quem ainda não jogou, ótimo. Taí uma chance de aproveitar toda a história sem ter que se preocupar com o primeiro game. Mas, se você é fã, possivelmente não é este o seu caso. A partir daí a experiência pode ficar um pouco chata, principalmente por conta da demora para a história em si engrenar.

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Titan Musou!

Vendo pelo lado positivo, Attack on Titan 2 deve agradar também quem curte jogos do gênero “Musou”, aquele no estilo de Dynasty Warriors ou Hyrule Warriors, só para citar exemplos mais famosos, onde você lida com hordas de inimigos e precisa dominar territórios, no controle de apenas um personagem – e contando com a ajuda de amigos.

Ele é, sim, um título do gênero “Musou”, mas um pouco diferente dos demais, principalmente por conta da batalha contra seres muito maiores do que seu personagem. É possível se mover livremente pelo cenário, mais ou menos como o Homem-Aranha, e lidar com os gigantes das mais diversas formas possíveis, e isso é muito maneiro.

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Fica aquele gostinho de “podia ser melhor”

Mas sim, Attack on Titan 2 não é tão novo o suficiente para justificar uma compra para quem comprou o primeiro. É legal, os gráficos estão em bom nível, apesar de não terem sido tão melhorados em relação ao primeiro, e há elementos inéditos bacanas, como o senso de relacionamento entre os personagens.

Há ainda um modo multiplayer cooperativo, mas que só é destravado mais adiante na aventura, então você não vai ligar muito para ele, enquanto estiver envolvido com a saga principal. Temos modos extras como o Another Mode, que te deixa explorar o jogo com outros objetivos, e elementos destrancáveis. Ao menos podemos dizer, seguramente, que ele é um pouco mais recheado do que o primeiro. Que começar por este aqui, vai se satisfazer um pouco mais.

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Conclusão

Attack on Titan 2 é legal, é um jogo bem competente, mas podia ser melhor. Fica aquela sensação de déjà vu muito forte, de ter jogado tudo aquilo mais de uma vez (principalmente se você jogou no 3DS, a primeiríssima versão da série em games).

Há, sim, uma coisinha nova aqui e ali, mas que talvez não justifique o investimento. Isso, é claro, se você não for muito fã da série. Aí qualquer motivo é motivo para aproveitar mais alguns momentos de combate contra titãs sedentos por humanos.

Como dizem por aí, shinzou wo sasageyo!

Nota: 3 de 5