[CRÍTICA] Atômica – O filme da Viúva Negra que a Marvel não quis fazer!
[CRÍTICA] Atômica – O filme da Viúva Negra que a Marvel não quis fazer!
Atômica é o mais novo filme da musa dos filmes de ação Charlize Theron. Com uma trama focada em um jogo de espiões, a produção é extremamente competente, mas seu destaque está na questão visual!
Confira nossa crítica SEM SPOILERS e prepare sua Stolichnaya para conferir mais um grande sucesso de 2017!
Imagens: Divulgação
Ficha Técnica
Ano de produção: 2017
Dirigido por: David Leitch
Lançamento: 31 de Agosto de 2017
Duração: 115 minutos
Classificação: Não recomendado para menores de 16 anos.
Uma agente disfarçada do MI6 é enviada para Berlim, durante a Guerra Fria, para investigar o assassinato de um antigo parceiro e recuperar uma lista perdida.
Cada vez mais, Charlize Theron vem se provando uma das atrizes mais versáteis de Hollywood.
Suas últimas personagens tem sido frias e letais.
Atômica parece reforçar ainda mais essa imagem. Tanto no sentido letal, mas, principalmente, ao mostrar Lorraine Broughton como uma mulher fria!
Seja no sentido figurado ou no literal, já que a Agente Secreta está sempre com sua característica vodka e gelo na mão... Isso quando não está mergulhada em uma banheira de gelo!
A espiã da agência britânica MI6 é enviada para a capital alemã algumas semanas antes da queda do Muro de Berlim.
Ela deve recuperar o corpo de um ex-parceiro e descobrir o paradeiro de uma lista que contém informações sobre todos os agentes secretos ao redor do mundo, algo que pode virar o jogo a favor da nação que estiver com o documento em mãos.
Para isso, Lorraine conta com a ajuda de David Percival, um agente infiltrado na Alemanha e interpretado por James McAvoy. Percival possui o charmoso ar de um playboy rebelde, o que nos deixa constantemente desconfiados de sua lealdade.
Para piorar as coisas, a KGB já sabe que Lorraine está em Berlim procurando a lista, o que coloca outras agências de espionagem internacionais no encalço da loira.
Mas nós estamos falando de Charlize Theron... a Imperatriz Furiosa... a Loira Atômica!
David Leitch foi o co-diretor do primeiro filme da aclamada franquia John Wick e mostra que muito do sucesso da produção se deve à sua participação!
A ambientação no tenso contexto da Guerra Fria foi uma escolha interessante, já que é conveniente com o desenvolvimento da trama e também permite uma abordagem visual fantástica.
Luzes de neon azuis e vermelhas, jeans rasgados, jaquetas de couro, penteados punk. Tudo isso gira em torno da sempre inabalável Lorraine Broughton e acrescentam um charme a mais à história.
Mas o grande destaque de Atômica são as cenas de ação.
Uma das coisas mais difíceis em filmes de ação é transformar uma cena de pancadaria em realidade.
Afinal de contas, nós não temos a pele impenetrável de Luke Cage ou o fator de cura do Lobo. Sendo assim, um simples soco bem aplicado pode por fim a uma luta.
E é isso que o diretor consegue nos mostrar de maneira magnífica.
Os oponentes de Lorraine não esperam em fila para atacar. São homens do tamanho de um guarda-roupa lutando contra uma mulher. É claro que eles estão na vantagem!
Mas ela não é uma agente da MI6 à toa e utiliza todos os recursos ao seu alcance para derrubar seus inimigos um por um.
E eles voltam... E caem novamente...
Mas retornam. Vez ou outra conseguem desferir um golpe mais forte, até mesmo acertar uma facada em nossa protagonista, mas ela passa por cima de todos.
E nós acreditamos em cada golpe!
Um dos pontos mais impressionantes das cenas de ação de Atômica são os intermináveis Planos-Sequência de David Leitch.
Em uma das cenas, Lorraine sai de um elevador e enfrenta 6 inimigos - 2 por vez - descendo escadas, quebrando janelas, atirando em portas e utilizando saca-rolhas, abajures e tudo o que encontra pelo caminho.
A cena prossegue em uma perseguição pelas ruas e se conclui com nossa protagonista tentando fugir de carro.
Tudo isso sem um único corte!
Que fique claro: Sem um único corte de cena, já que Charlize Theron termina tão acabada quanto em sua performance em Monster: Desejo Assassino.
Outro recurso interessante é alternar o passado com o "presente".
O filme é basicamente um gigantesco flashback, que nos mostra a história contada por Lorraine em uma sala de interrogatório.
O artifício também nos deixa intrigados, já que conhecemos apenas sua versão dos fatos e não sabemos se realmente acompanhamos a verdadeira história.
Afinal de contas, estamos num contexto de Jogo de Espiões. Será que Lorraine pode confiar em seus superiores? Será que eles podem confiar nela?
A primeira parte do filme pode ser um desafio para muitos espectadores.
Logicamente, existem os fãs do Estilo Tarantino de Cinema, com horas e horas de diálogo. Mas, muitas vezes, ficamos com a impressão de que o filme está nos apresentando mais informações do que podemos digerir e que esses elementos poderiam ser apresentados de maneira diferente.
Quem é o parceiro de Lorraine? Quem ela deve investigar? Pera, esse cara já apareceu antes?
Alternar entre o passado e o presente é um recurso interessante, mas que pode acabar se perdendo um pouco durante a trama.
Eu sei que vocês devem estar se perguntando sobre AQUELA cena do trailer!
E ela realmente está no filme... E é ousada como um filme com classificação para maiores de 18 anos nos Estados Unidos merece ser.
Mas ela não é inserida de forma gratuita... Por mais que pareça.
A personagem de Sofia Boutella não chega a ser tão importante para o andamento da trama, mas ajuda a desenvolver Lorraine. É graças a ela que vemos que mesmo uma mulher de gelo ainda possui um coração quente.
Atômica empolga por suas cenas de ação impressionantes, seu visual chamativo e sua temática interessante.
No entanto, o filme não inova dentro de seu próprio gênero.
Nós temos filmes de espionagem tão bem executados quanto ele, além dos personagens parecerem sempre rasos e com uma única faceta - mesmo quando estão fazendo jogo duplo.
A direção de arte e as coreografias, certamente, são o principal destaque do filme, bem como sua trilha sonora que se aproveita de clássicos dos Anos 80 e 90 para trazer um espírito saudosista.
Atômica pode ser descrito como sua protagonista, Lorraine Broughton: Eficiente no que faz e que cumpre o que promete.
Nota: 4/5