8 continuações de filmes ótimos que ninguém pediu
8 continuações de filmes ótimos que ninguém pediu
Como destruir um legado cinematográfico!
Não é de hoje que as pessoas têm uma certa desconfiança sempre que uma continuação é anunciada para algum filme que não precisa de desdobramentos e sequências. São vários os casos de continuações que, além de não acrescentarem em nada à trama do original, ainda são tão ruins que destroem o legado do que veio antes – ou pior ainda, criam sagas intermináveis que simplesmente não deveriam existir.
Em Hollywood, é bem fácil notar esse tipo de movimento sempre que um filme faz muito sucesso. Anos depois, sai uma sequência e, se colar, mais cinco filmes, um reboot e, com alguma sorte, até mesmo uma série de TV. Por isso, reunimos aqui 8 continuações que ninguém pediu para filmes ótimos!
2010: O Ano em que Faremos Contato (1984)
Em 1968, Stanley Kubrick revolucionou o mundo da ficção científica com seu 2001: Uma Odisseia no Espaço, longa roteirizado por Arthur C. Clarke, um dos maiores escritores do gênero. Anos depois, em 1984, Clarke pensou em como expandiria a história, e daí nasceu 2010: O Ano em que Faremos Contato.
O filme, com direção de Peter Hyams, não chega a ser pavoroso ou ruim, mas certamente não tem a riqueza visual encontrada no original de Kubrick. Além disso, mesmo tendo nomes reconhecidos em seu elenco, como Helen Mirren, Bob Balaban e John Lithgow, é o tipo de longa que não é muito lembrado ou comentado.
O Mundo Perdido: Jurassic Park II (1997)
Após o estrondoso sucesso de Jurassic Park em 1993, muito se falava a respeito de construir uma franquia ao redor do filme, levando em conta que tudo era baseado nos livros de Michael Crichton. Assim, em 1997 surgiu a primeira continuação, O Mundo Perdido: Jurassic Park II, e o resultado deixou os fãs do primeiro um tanto quanto decepcionados.
Esse foi o único outro longa da franquia dirigido por Steven Spielberg e, dessa vez, temos mais foco no Dr. Ian Malcolm, o personagem vivido por Jeff Goldblum. Ainda que tenha sido redescoberto e mais apreciado pelos fãs, está longe de ser tão bom quanto o original e ainda deu origem a uma franquia que, assim como os dinossauros, já devia estar extinta.
O Livro das Sombras: Bruxa de Blair 2 (2000)
A Bruxa de Blair foi um fenômeno esmagador, talvez o primeiro filme da história impulsionado pela internet, o que fez muitos acreditarem que tudo aquilo retratado nas telas era real - além de ter sido um dos pioneiros para o found footage. E tudo desmoronou alguns anos depois, com o lançamento de O Livro das Sombras: Bruxa de Blair 2.
Alterado e dilacerado na pós-produção, o filme perdeu muito da sua história original, que pretendia dissecar as teorias de conspiração da internet - de modo que servisse quase como uma análise sobre o longa original. Por mais que alguns fãs ainda defendam e encontrem méritos na sequência, o longa é majoritariamente odiado por críticos e pelo público geral.
Psicopata Americano 2 (2002)
Com um sucesso considerável nas bilheterias e um legado cultural fortíssimo, Psicopata Americano se tornou um dos filmes de terror mais aclamados de todos os tempos... e é impressionante que a sequência lançada em 2002 seja o exato oposto, em todos os sentidos. A começar pelo fato de que esse segundo filme segue outra protagonista, vivida por Mila Kunis.
Mais comédia do que horror em si, o filme segue uma menina que é cuidada por uma babá que posteriormente é assassinada por Patrick Bateman, o assassino do filme original (que não é vivido aqui por Christian Bale, por razões óbvias). Inspirada pela carnificina, ela decide seguir seu próprio rumo no campo da psicopatia - e com isso, angariou 0% de aprovação no Rotten Tomatoes.
O Filho do Máskara (2005)
Em 1994, Jim Carrey colocou todo seu humor físico e sua habilidade para contorcer seu rosto à disposição para criar O Máskara, adaptação de um quadrinho obscuro da Dark Horse Comics. Até hoje, o longa conserva um charme especial, com sua narrativa visual que borra os limites da realidade. E onze anos depois, veio a temida continuação.
O Filho do Máskara é tão ruim, mas tão ruim que nem mesmo Carrey quis voltar para o papel principal - tanto que seu personagem foi substituído por Tim Avery, que foi interpretado por Jamie Kennedy. Nada aqui é engraçado, divertido ou minimamente digno de atenção. Para se ter ideia, no Rotten Tomatoes ele tem média de aprovação de 6% dos críticos.
S. Darko: Um Conto de Donnie Darko (2009)
Em 2001, estreava o filme que mudaria a vida de todos os cinéfilos. Donnie Darko, de Richard Kelly, continua sendo um dos longas mais curiosos e emblemáticos do século, com sua abordagem delicada de fantasia, horror e ficção científica a partir de um protagonista cheio de camadas. E então, após o sucesso do filme nas locadoras, veio a continuação...
S. Darko, de 2009, é focado na irmã mais nova de Donnie, que após os eventos do primeiro filme e a morte do irmão, desenvolve dons paranormais e tenta alertar sua cidade sobre um vindouro evento misterioso. O filme em si é podre e descaracteriza todo esse "universo" que conhecemos em 2001 - e para piorar, não tem ninguém que esteja no nível de Jake Gyllenhaal no primeiro filme.
Procurando Dory (2016)
Nos últimos anos, a Pixar entrou em uma crise criativa notável, e embora o estúdio tenha mostrado lentos sinais de recuperação, todos se lembram do quão medíocres foram as continuações lançadas nos anos 2010. Um exemplo é Procurando Dory, a sequência direta do amado clássico Procurando Nemo, de 2003.
O filme não chega a ser ofensivo de ruim nem nada do tipo - na verdade, ele até nos oferece momentos fofos ao lado de Dory, um adorável peixe azul com problemas de memória - mas em momento algum há o mesmo nível de brilhantismo e emoção que existe no original. No fundo, ninguém precisava de uma continuação, mas a Disney foi lá e fez mesmo assim...
Círculo de Fogo: A Revolta (2018)
Em 2013, Guillermo del Toro presenteou o mundo com seu próprio filme sobre monstros e robôs gigantes se enfrentando, trazendo várias referências dos filmes de kaiju e oferecendo ação espetacular. O longa fez um razoável sucesso, mas demoraram cinco anos até que tivéssemos uma continuação... e o resultado não é lá muito digno.
Com direção de Steven S. DeKnight e a volta de poucos atores do elenco original, Círculo de Fogo: A Revolta mostra como a premissa da franquia não se sustenta se não vier aliada de um bom roteiro e uma boa direção. Em suas quase duas horas de direção, ele não tem um momento tão inspirado ou emocionante quanto qualquer cena do seu antecessor.