O primeiro filme do Venom, lançado em 2018, foi bem detonado por vários fãs e críticos, por uma série de problemas. No entanto, nenhum é mais nítido e decepcionante quanto a falta de foco e de consistência da narrativa. O filme nunca decide se quer ser uma comédia, um terror ou um romance.

Na continuação, a melhor opção é estabelecer um tom único e segui-lo até o fim. Porém, seria muito melhor se a franquia abraçasse de vez o seu lado mais "excêntrico" e deixasse de se levar tão a sério, lidando com as mais insanas desventuras de Eddie Brock e seu simbionte alienígena.

Quem conhece o Venom dos quadrinhos, sabe que o anti-herói sempre foi uma criatura bem violenta e até mesmo inconsequente, o que faz com que as histórias do personagem sempre sejam repletas de violência. O primeiro filme, no entanto, trouxe uma aventura familiar bem mais "higienizada".

Como a franquia já está bem estabelecida e o personagem já tem sua legião de fãs bem consolidada, seria interessante ver um longa com classificação indicativa R-Rated, para que o filme pudesse trabalhar melhor a violência e outros temas mais adultos, ainda mais considerando o vilão da trama...

O Carnificina é, sem a menor sombra de dúvidas, o maior vilão e rival do Venom, tendo sido criado originalmente como um "sucessor" para o simbionte original. O hospedeiro desse vilão, Cletus Kasady, já apareceu no filme de 2018, interpretado por Woody Harrelson.

Com o subtítulo Let There Be Carnage (Que Venha a Carnificina), é bem óbvio que o Carnificina será o principal antagonista do segundo filme, e nós queremos vê-lo em toda sua glória, completamente psicopata, insano e degenerado (e de preferência, sem aquela peruca esquisita).

Quem tem acompanhado as HQs atuais do Venom, está podendo ver que o roteirista Donny Cates está criando uma mitologia surreal e totalmente assustadora para o simbionte e sua raça alienígena. Com sorte, Venom 2 pode beber um pouco dessa fonte.

Seria muito interessante explorar um pouco mais da raça Klyntar e suas origens, talvez deixando a porta aberta para o surgimento de Knull, o Deus dos Simbiontes e um dos vilões mais interessantes que a Marvel nos apresentou na última década.

Qualquer fã do Venom nos quadrinhos sabe que o simbionte é o patriarca de uma extensa "família" simbiótica, a começar por seu primeiro "filho", o Carnificina. O primeiro filme do anti-herói até que traz vários personagens famosos das HQs, mas nós queremos mais!

Seria bem interessante ver os simbiontes criados pelo Carnificina, que por sua vez também possui vários servos à sua disposição. O resultado final poderia ser uma grande batalha de simbiontes que superasse a do primeiro filme, com cenas ainda mais intensas e empolgantes.

Se tem um membro do elenco que foi muito subvalorizado em Venom, sem dúvidas foi Michelle Williams, uma atriz premiadíssima que interpreta Anne Weying, a ex-namorada de Eddie Brock no filme. Ainda assim, a personagem brilha em uma cena, onde é possuída pelo simbionte.

A Mulher-Venom dos quadrinhos tem um excelente papel, mas no filme, só pudemos vê-la brevemente. Ainda não sabemos qual será sua participação na continuação, mas gostaríamos de vê-la em ação por mais tempo, talvez até auxiliando Eddie na batalha final.

Para muitos, o único fator redentor de Venom esteve na interação e na relação entre Eddie Brock e o simbionte alienígena, que acabou rendendo cenas bem cômicas e divertidas. Esperamos que, na sequência, esse fator seja mantido e ainda mais desenvolvido.

Seria interessante ver uma dinâmica de opostos, mostrando como esses dois personagens são bem diferentes e como Eddie precisa "segurar as rédeas" para que o simbionte não saia do controle. Talvez, até dê para mostrar mais do lado sanguinário do anti-herói em seu confronto com o Carnificina.

Por mais que o visual do longa de 2018 tenha alguns destaques - em especial, o design de Venom e de outros simbiontes -, muitos vão concordar que o filme peca justamente na parte de efeitos visuais, sobretudo nas cenas de ação, que parecem um festival de CGI mal finalizado.

Como Andy Serkis está comandando a produção, e é conhecido por saber bastante de captura de movimentos e de computação gráfica, esperamos que o segundo filme resolva esses problemas. Além disso, como o primeiro filme fez um bom sucesso comercial, a continuação deve ter um orçamento maior.

Por mais que o visual do anti-herói seja bem fiel em Venom, um detalhe pequeno acabou decepcionando muitos: a ausência do símbolo branco da aranha no peito. Esse símbolo é visto por muitos como a conexão entre o simbionte e o herói aracnídeo.

Seria bem interessante ver o personagem passando por alguma reformulação visual, apenas para que esse detalhe fosse incorporado. É uma mudança bem pequena, mas que agradaria muito os fãs. Entretanto, para que isso aconteça, é necessário que outro personagem apareça no filme...

E para que o personagem passe por uma reformulação em seu visual, seria muito importante ver um encontro entre Venom e o Homem-Aranha nos cinemas - uma vez que a aranha é um símbolo bem nítido da associação entre os dois personagens.

Ainda não sabemos ao certo quais são os planos da Sony para o futuro do Amigão da Vizinhança, mas se ela está querendo remover de vez o herói das mãos da Marvel Studios, seria bem interessante já ver um confronto entre Peter Parker e Eddie Brock, que mostrasse a rivalidade entre os dois.