Um fator bem interessante da saga da Mulher-Maravilha até agora é que seus dois filmes solo são, em essências, retratos de outros tempos e outros costumes. O primeiro é ambientado durante a Primeira Guerra Mundial, em um tempo de grande tensão, enquanto o segundo mergulha na loucura pop dos anos 80.

Para um terceiro longa, seria bem interessante vermos as aventuras de Diana Prince nos dias atuais, já depois dos eventos de Liga da Justiça e outros filmes do Universo Estendido da DC Comics, mostrando como a personagem foi mudando e se adaptando aos novos tempos, tornando-se um ícone atemporal.

Steve Trevor foi o primeiro amor e o aliado de Diana Prince no mundo dos homens. Ele tem uma participação bem grande na história da heroína, mas Mulher-Maravilha 1984 cometeu um erro grotesco ao revivê-lo, ainda mais levando em conta a forma como ele retorna e todas as implicações que isso traz para o filme.

Justamente por isso, gostaríamos de ver um terceiro filme que não se prendesse à figura de Steve Trevor. Por mais que Chris Pine seja um cara extremamente carismático, é hora de Diana seguir em frente e perceber que pode trilhar sua jornada sozinha ou com outro amor. Chega de retornos milagrosos e cafonas.

No primeiro filme, Diana Prince precisa provar seu valor ao mundo, mostrando-se como um peixe fora d'água ao descobrir uma realidade bem diferente daquela com a qual estava acostumada. Já no segundo, a Mulher-Maravilha já se provou, mas ainda precisa lidar com o trauma e com as feridas abertas deixadas no filme anterior.

Agora que finalmente tomou sua decisão e se livrou dessas questões, seria bem interessante ver uma heroína mais madura e autoconfiante no terceiro longa. Agora, Diana precisa mostrar tudo o que aprendeu nas suas aventuras anteriores, transformando-se em uma heroína cada vez mais icônica e inspiradora.

Quando a Mulher-Leopardo foi anunciada como uma das vilãs de Mulher-Maravilha 1984, muitos fãs ficaram bem empolgados, levando em conta a relação entre a vilã e Diana nas HQs. No entanto, a personagem tem uma participação um pouco decepcionante no filme, só se transformando em uma rápida e curta batalha final.

Entretanto, isso não impede que a personagem possa voltar, de alguma forma, no terceiro longa da heroína. E caso seja difícil trazer a Barbara Ann Minerva que conhecemos no segundo longa, vale lembrar que há várias versões da vilã por aí e que o filme facilmente poderia introduzir uma dessas versões, como Priscilla Rich ou Deborah Domaine.

Contudo, é importante ressaltar que, como estamos prestes a testemunhar a conclusão da trilogia da heroína, seria bem mais interessante ver Diana Prince enfrentando um vilão maior e mais poderoso. E se pudéssemos escolher qual seria a ameaça central do filme, definitivamente ficaríamos com a Circe, uma grande rival da Amazona nas HQs.

Circe é conhecida por ser uma bruxa extremamente perigosa e poderosa, capaz de realizar feitiços complexos com uma facilidade surpreendente. Nos quadrinhos, Circe e a Mulher-Maravilha já se enfrentaram diversas vezes, e seria muito bom ver Diana tendo que lidar com uma ameaça mística, do tipo que nunca confrontou antes.

Nos últimos anos, o Universo Estendido da DC Comics está tomando um rumo bem diferente, com filmes independentes que não tentam criar um grande universo compartilhado à imagem do que a Marvel faz em sua franquia. E embora isso esteja trazendo ideias cada vez mais interessantes, a falta de conexões em Mulher-Maravilha 1984 decepciona.

Claro que não precisamos ver aparições do Batman ou do Superman para que a narrativa da heroína funcione. Ainda assim, seria glorioso ver algumas conexões menores, como pequenos easter-eggs para outros heróis e vilões da DC que podem ser apresentados em projetos futuros. Isso seria uma ótima forma de expandir ainda mais o alcance de Diana.

Um dos grandes méritos das sagas da Mulher-Maravilha são justamente as diversas conexões que temos com mitos e lendas clássicos, sempre imersos na mitologia greco-romana. Nos cinemas, apenas o primeiro filme da heroína faz isso com sucesso, já que o segundo abandona qualquer conexão com mitos gregos para focar em ameaças humanas.

O terceiro longa poderia muito bem retomar essa ideia. Tudo bem que, no começo do primeiro filme, descobrimos que Ares foi responsável por matar todos os deuses, mas há formas de trazer o panteão de volta e estabelecer novos aliados e novos antagonistas para Diana Prince. Inclusive, adoraríamos uma nova participação de Asteria...

Ao longo de toda a história da heroína, vemos como suas origens em Temíscira são muito importantes para sua jornada e seus aprendizados ao longo dos anos. Ao final do primeiro filme, sabemos que ela é "exilada" da Ilha Paraíso por decidir viajar até o mundo dos homens - mas isso não significa que esse retorno não possa acontecer...

Para um terceiro filme, seria interessante ver as Amazonas contatando Diana Prince para voltar à Temíscira, seja por uma ameaça interna ou por outros motivos. Isso faria com que o ciclo se fechasse, de forma que todos os ensinamentos e histórias vividas pela Mulher-Maravilha valessem de algo, enquanto ela reencontra suas aliadas e sua família.

Aliás, existe toda uma trama bem interessante envolvendo as relações internacionais de Temíscira nas HQs. Após anos de exclusão e sigilo, a Ilha Paraíso decide se revelar ao mundo, formando uma embaixada nos Estados Unidos, da qual a Mulher-Maravilha se transforma a representante oficial, cuidando dos interesses de sua nação natal.

Apresentar a embaixada de Temíscira seria uma ótima forma de trazer a Ilha Paraíso de volta para o centro da franquia, dando a Diana Prince mais conexões com seu lar e com suas antigas aliadas. Seria também uma ótima forma de mostrar como os tempos mudam e como Temíscira está mais disposta a abrir suas fronteiras com outras nações.

Aliás, é importante lembrar que, por mais que seja a heroína mais conhecida ao usar o manto da Mulher-Maravilha nas HQs, Diana Prince não foi a única. Suas ações e aventuras inspiraram diversas outras heroínas, que continuaram a levar adiante um legado de libertação, verdade e esperança pelo mundo.

Por isso, um terceiro filme poderia mostrar "outras" Mulheres-Maravilha famosas das HQs, como Donna Troy. Além dela, temos também figuras que trazem ótimas representações e discussões para as telonas, como a indígena Yara Flor, recém-apresentada nos quadrinhos, ou até Núbia, a irmã de Diana que também assume o posto de Mulher-Maravilha.